quarta-feira, 26 de junho de 2013

O elitismo da teologia




O estudo teológico nasceu muito elitista no cenário brasileiro. Isto é um fato. Exemplo disto são que os melhores seminários da cidade de São Paulo estão nos seus melhores bairros, como Higienópolis, Moema, Vila Mariana etc. As igrejas tradicionais mais ricas contam com pastores que estudaram no exterior, enquanto igrejas periféricas trabalham com obreiros totalmente desprovidos de um conhecimento básico de teologia.

Qual a solução? Como popularizar a teologia sem perder qualidade?

Em primeiro lugar é preciso lembrar as dificuldades:

Qualidade requer o seu preço
Não existe qualidade de graça, tudo tem o seu preço. Bons livros custam caro, pois sua tiragem é resumida. Bons professores custam caro, pois o seu treinamento é constante. Boas universidades custam caro, pois mesmo sendo ela pública, os nossos grandes impostos mantêm.

Então, o que fazer? Simples. As grandes igrejas em lugar de construir catedrais com heliponto, poderiam muito bem investir esse dinheiro em capacitação teológica e missiológica dos seus obreiros.

Conhecimento sem base não existe

É problemático ensinar grego ou hebraico para alguém que mal sabe o português. A qualidade da educação em nosso país é péssima. Entre os países do G20 (grupos das vinte e duas maiores economias do mundo) o Brasil sempre fica na lanterninha. Pego como exemplo a minha própria vida: Aos quatro anos de idade eu já estava sendo alfabetizado em uma boa escola particular, mas aos sete anos entrei no ensino fundamental em escola pública. A diferença era abissal. Desde a educação dos professores, até o mobiliário das salas. Você cresce em meio a garotas e garotas repetentes que não sabem ler e interpretar um simples texto. Além do medo de constante da violência presente em sala de aula. No ensino médio lembro que em nenhum momento se pediu com parte da aula para ler algum clássico da literatura mundial.

No ensino contemporâneo é possível achar um adolescente de oitava série que não sabe quem é o vice-presidente brasileiro. Além disso, não sabem quem foi Nero, Agostinho, Tomás de Aquino, Lutero, Pe. António Vieira, Napoleão, Fiodor Dostoievski, Benito Mussolini, Getúlio Vargas, John Kennedy etc. Mas sabem quem é Beyonce, Madona, RBD, David Beckham e o nome de todos os participantes do último Big Brother Brasil. Assim, o nosso país tem quase todas as crianças na escola, porém com índices vergonhosos de analfabetismo clássico e analfabetismo funcional.

Portanto, é necessário que as igrejas colaborem com a solução deste problema. As escolas dominicais são um dos caminhos. Lutero dizia que se não fosse pastor seria um professor, pois nada era tão importante do que um alemão saber ler e ter a capacidade de entender as Escrituras sem depender de um clérigo. As igrejas na época dos reformadores possuíam sempre uma escola ao lado. Era importante evangelizar ensinando.

É preciso popularizar (ou democratizar), mas sem perder a qualidade. E só não se perde essa qualidade quando se tem uma boa base. Não existem atalhos, é necessário um grande esforço!

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