terça-feira, 1 de janeiro de 2013


Uma mente debaixo da graça

O estudo da teologia adquire significado quando lança base sólida para a construção da experiência.

Jon é estudante do primeiro ano de um curso de teologia e pertence a uma vibrante igreja. Ele faz trabalhos no campus onde estuda, e em breve será líder de uma congregação. Como muitos outros estudantes da disciplina, ingressou no seminário com bastante desejo no coração, mas pouco conhecimento do assunto. No ambiente acadêmico, a tarefa de questionar o mundo é levada a sério. Manter sua fé acanhada não é, por isso, uma opção para Jon. Ele se encontra em um mundo secular, onde sua crença sofre constante ataque. Como muitos novos estudantes de teologia, o rapaz sente-se ameaçado quando ouve que há diferentes tipos de cristãos. No começo, algumas das ideias apresentadas em sala de aula o aborreceram claramente. No entanto, aos poucos, ele aprendeu a lidar com tais questões. Agora, sente-se motivado a não apenas concluir os estudos, obter um diploma e partir para o ministério, mas também a tornar-se um cristão melhor – não apenas em seu coração, mas no entendimento de seu chamado e do exercício dele em sua geração.

Aos colegas e professores, Jon comenta que as coisas agora começam a fazer mais sentido. Ele está crescendo na fé, e o estudo das doutrinas – uma mente debaixo da graça – o está ajudando nesse crescimento. Só que doutrina é uma palavra que provoca, na mente moderna, uma série de imagens negativas: desde a memória da Inquisição, que em nome dela mandou gente arder na fogueira, ao enfado de ver teólogos debatendo sobre o número de anjos por metro quadrado no céu. De fato, doutrinas parecem bastante assustadoras. Cristãos vibrantes parecem querer cada vez menos relação com isso, preferindo focar suas atenções nas disciplinas espirituais, trabalhos de misericórdia e vida cristã autêntica. Para muita gente, doutrina pertence ao passado, e era geralmente usada para dividir a Igreja. Afinal, quantos protestantes, inclusive os reformadores, perderam tempo e energia discutindo se era permitido ou não mastigar o pão da ceia?

Será que é possível viver uma vida como discípulo de Cristo sem se deparar com questões doutrinárias? Se doutrina é uma forma de articular a maneira pela qual Deus manifesta sua presença na Igreja e, através dela, no mundo, ela pode trazer muito benefício, como no caso de Jon. Vista sob esse ângulo, a doutrina não é um peso, mas algo que ajuda o cristão em sua caminhada. Sua função não é a de dar aos crentes destaque na sociedade, mas ajudá-los a serem fiéis em seu contexto. A crise nas igrejas no Ocidente não são crises decorrentes da falta de informação, mas decorrentes do tipo de informação que tem sido passada. O filósofo James K.A.Smith apresenta isso de forma perfeita: “A teologia não é uma opção intelectual que faz de nós crentes inteligentes; é o conhecimento da graça que faz de nós discípulos fiéis.”

Para estabelecer bem a diferença entre uma coisa e outra, vale dizer que doutrina é a teologia organizada. E isso, a gente encontra em quaisquer credos e confissões de fé. Teologia, ou como se diz, “fazer teologia”, é o processo de se estudar e elaborar ideias que acabarão como doutrinas. Uma declaração doutrinária – como as declarações do credo Niceno, por exemplo – é sempre uma declaração teológica. Nem todas as declarações teológicas, no entanto, acabam se tornando premissas doutrinárias. Mesmo assim, os termos doutrina e teologia referem-se à abordagem intelectual da fé, que, como Smith afirma, transforma o cristão em discípulo fiel de Jesus. Doutrina existe para fazer com que vejamos nossa vida de forma mais profunda, considerando as implicações de viver em favor do próximo, fazendo o que é certo e beneficiando a todos. Em síntese, doutrina é a sabedoria que nos ajuda a entender qual é nossa missão. Mesmo assim, nós parecemos bastante desinteressados em doutrina nos dias atuais – dentro e fora da igreja.

Experiência X conhecimento – Friedrich Schleiermacher, pensador iluminista alemão do século 19, construiu seu pensamento teológico sobre a questão da experiência espiritual. Tal ideia encontra eco na Igreja de hoje, cujos integrantes parecem muito mais interessados numa religiosidade baseada nas sensações do que em conteúdos. Em muitos casos, nós encontramos essa influência na forma pragmática com que nossas igrejas, seminários e faculdades teológicas são conduzidos, mesmo sem perceber isso. Não por acaso, livros de sucesso entre o público evangélico são aqueles de categorias editoriais como transformação pessoal, autoajuda e espiritualidade prática. Uma teologia fundada sobre experiência geralmente falha em questões como moralismo, humanismo, ou, como é o caso do cristianismo norte-americano, uma religião na qual Deus e a nação são facilmente confundidos.

Considerado o pai da teologia liberal, Schleiermacher pensou que a essência do cristianismo estivesse no impulso da experiência, e não na doutrina, o que parece ter causado bastante problema. Isso prejudicou grandemente a relação entre católicos e protestantes, e ameaçou até mesmo o avanço científico. Para ele, se as ideias pudessem ser filtradas até um denominador comum, então as diferenças seriam dissipadas, e a humanidade poderia caminhar adiante em harmonia. Tal essência era religiosa – uma conexão com Deus capaz de ser experimentada por todo e qualquer homem. Exatamente o que hoje conhecemos como espiritualidade. Schleiermacher começou com experiências pessoais com Deus, e transformou tais experiências em teologia. De acordo com ele, começando a partir de nós mesmos, de nossos desejos, é mais fácil desenvolvermos uma visão mais pura de Deus e sermos relevantes como Igreja. Entretanto, de que forma esse projeto funciona?

Ao longo dos últimos 200 anos de história da Igreja, as ramificações teológicas têm sido grandes. Até mesmo aquela que foi chamada de a única doutrina bíblica verificável empiricamente, a do pecado original, encetou as mais diversas abordagens. Para Schleiermacher, pecado não é apenas uma questão de burlar as leis de Deus; pecado é energia desperdiçada. No seu entender, se prestássemos mais atenção nas coisas e tivéssemos mais informações, desejaríamos ser mais espirituais. Logo, um pecador é alguém que está desinformado acerca de quem ele é. Um religioso, em contrapartida, está ciente de sua posição, uma vez que conhece as verdades espirituais.

Sob tal perspectiva, Jesus aparece apenas como alguém que veio para nos mostrar nosso potencial e despertar a sensibilidade religiosa que existe em nós. Uma espécie de mestre que pode ser chamado de filho de Deus, mas difere do homem apenas em uma questão de nível, e não de natureza. Ou seja, sob tal ótica, questiona-se a divindade de Cristo. A Igreja, então, torna-se o lugar no qual nos encontramos para ouvir que estamos todos bem, seguindo o modelo de piedade estabelecido por Jesus. Embora possa haver questões positivas em tudo isso, permanece a questão de ser Deus ou não, nessa perspectiva, o agente de mudança na vida das pessoas. Afinal de contas, as verdades essenciais cristãs, mesmo aquelas sobre Jesus, precisam ser tidas como autênticas; do contrário, elas são descartadas.

É possível ver, portanto, que a teologia de Schleiermacher precisa ser corrigida em alguns aspectos. Ele nos leva, com seu esquema teológico, a questionarmos conceitos teológicos, ao invés de nos deixarmos ser interrogados por eles. A experiência espiritual acaba por nos colocar, e não a Deus, no banco do motorista. Permanecendo filhos teológicos do filósofo alemão, de forma consciente ou não, corremos o risco de transformar o cristianismo em algo, ainda que aparentemente interessante, desprovido de vigor espiritual. O oposto da experiência é o dogmatismo; um escolasticismo religioso frio, que acaba por sugar e esvaziar nossa relação com Deus.

Diálogo – É preciso prosseguir na discussão reconhecendo uma verdade: toda a teologia cristã nos ajuda a entender a Bíblia. É através dela que podemos entender o sentido espiritual de textos escritos há milhares de anos, partindo de culturas que são completamente diferentes da nossa. Além disso, as Escrituras Sagradas apresentam situações que são claramente direcionadas a contextos específicos, como a questão da imoralidade da cidade de Corinto que o apóstolo Paulo conheceu. Assim, a Palavra de Deus apresenta conceitos que ora parecem fáceis, ora obscuros. Há ainda passagens que proporcionam as mais diversas formas de interpretação.

Os cristãos primitivos sabiam disso tudo muito bem. Os três primeiros séculos da nossa Era foram palco de um diálogo bastante intenso com a Bíblia. Em suas abordagens teológicas, os primeiros crentes em Jesus eram desafiados a ler as Escrituras sem as influências judaicas, gregas ou as tendências paulinas ou petrinas que poderiam prejudicar sua interpretação. Ler a Bíblia através de lentes específicas pode levar a falsas conclusões, resultando em distorções práticas na vida cristã. Aqueles que encontraram pouca evidência bíblica sobre o que estava sendo dito acerca da doutrina da Trindade, por exemplo, acabaram chegando a conclusões sobre um Cristo que nunca foi humano, no caso dos docetas, ou que jamais foi divino, como defendia o arianismo.

Longe de sugerir a desimportância da Bíblia, a investigação teológica tem por objetivo entender as Escrituras como documento histórico, mas, muito além disso, afirmá-la como Palavra de Deus capaz de transformar o homem. A teologia nunca se viu como apenas reflexões humanas sobre algumas verdades conjecturadas. O melhor solo sobre o qual a teologia é edificada são as próprias Escrituras Sagradas como verdade revelada de Deus, e não as experiências espirituais. A autoridade da Palavra não pode ser colocada ao lado das experiências de cristãos. Como disse Martinho Lutero, as Escrituras são autoridade porque vêm de Cristo e apontam para ele. São as Escrituras que nos interrogam. Porque pode ser uma tarefa difícil escutar a Cristo através das Escrituras, a Igreja tem escolhido perscrutá-lo através das investigações teológicas. Alguns escolhem ler a Palavra debaixo da orientação do Espírito, como os abolicionistas nos séculos 18 e 19 fizeram no que concerne à escravidão. A teologia testa estas leituras, ao fazer perguntas ao texto e à Igreja, dando clareza ao movimento do Espírito.

Esse método teológico se apresenta como uma contraposição à proposta de Friedrich Schleiermacher. Nós não devemos começar com uma espiritualidade particular para, só então, construir nossas convicções. O melhor caminho é o oposto – partir de convicções desenvolvidas a partir de uma viva relação com a Palavra de Deus, na presença do Espírito Santo, para moldar nossa espiritualidade, permitindo que a verdade revelada nos ensine e nos corrija.

Conhecimento da graça – Temos um bom exemplo desse processo no trabalho de outro alemão, Dietrich Bonhoeffer, que estudou em um período no qual o pensamento de Schleiermacher estava em alta, nos anos que antecederam a eclosão da Segunda Guerra Mundial. A maior parte dos professores de Bonhoeffer estava afinada com a mentalidade zeitgeist de seu país, o crescente orgulho alemão que se revelava no crescimento do nazismo e da generalização do antissemitismo. Eles liam as Escrituras, mas tomando suas experiências pessoais como prioritárias; como consequência, sua teologia apenas reforçava a mentalidade de poder que permeava a Alemanha de Hitler.

Ao começar a ler as Escrituras, Bonhoeffer percebeu que Jesus deveria ser o centro de toda a sua compreensão. As verdades acerca da expiação e encarnação tomaram cor e vida em sua trajetória pessoal. Suas compreensões acerca de Cristo o ajudaram a ver que o antissemitismo e o nazismo estavam tomando o lugar de Jesus na Igreja alemã, tornando-se, na verdade, num movimento anticristo. Por isso, e a alto preço, tornou-se porta-voz da resistência cristã ao zeitgeist. Bonhoeffer sabia, como Calvino, Agostinho e tantos outros da tradição cristã, que ideias que podem parecer irrelevantes – como a Trindade, expiação, escatologia, encarnação – são extremamente importantes para a formação espiritual do ser humano. A teologia nos ajuda a mapear as Escrituras, à medida que elas nos interrogam, debaixo do poder e da presença do Espírito Santo. Ela é uma espécie de memória que nos faz ouvir o que Deus tem falado, lançando luz sobre nossa experiência.

A crescente falta de interesse em teologia deve-se, em boa parte, aos líderes que enfatizam os sentimentos em detrimento da verdade. Deve-se, também, aos membros de igreja que acham que suas experiências com Deus são mais importantes e dignas de crédito do que as verdades ensinadas na Bíblia. Mas pessoas como Jon, com sua mente ávida por conhecimentos que possam consolidar ainda mais a sua fé, mostram a validade de se interpretar tudo – inclusive, as próprias experiências – à luz da Palavra de Deus. Ele e muitos mais cristãos já aprenderam que não é possível crescer espiritualmente sem conhecer doutrina, e que a teologia é o conhecimento da graça que faz de nós discípulos fiéis.

Darren C. Marks é professor assistente de teologia e estudos judaicos no Huron University College,
na University of Western Ontário (Canadá)
 
Fonte: Revista Cristianismo hoje

A Igreja ao Gosto do Freguês: Crescimento do Islamismo no Mundo

A Igreja ao Gosto do Freguês: Crescimento do Islamismo no Mundo: O cenário demográfico mundial está mudando de forma vertiginosa - entenda o porquê e como isso está acontecendo . . Crescimento do...

Documentário "Portões para o Inferno" No History Channel

 O The History Channel discute um assunto intrigante defendido pela mitologia antiga e pelas crenças cristãs: alguns lugares do mundo seriam verdadeiras passagens para o reino das trevas.

No especial inédito Portões para o Inferno, o canal mostra quais são esses lugares - entre eles, um vulcão na Islândia, uma caverna nas selvas da América Central e um lago de fogo na África - e porque eles teriam recebido tal denominação.

Para muitas culturas antigas, o inferno estaria localizado abaixo da terra e poderia ser acessado através de lugares remotos, de difícil acesso, como vulcões, desertos, ilhas e cavernas.

Acompanhando exploradores, que estão escavando e investigando seis lugares em busca de provas mais concretas, o programa mostra que apesar de aparentemente serem bem diferentes, eles têm muitas semelhanças.

Entre as teorias sustentadas, esses portais podem ser verdadeiros acessos ao inferno - a ideia de funcionarem como passagens têm ligação com o principal significado da morte, que é o portal do plano terreno para o espiritual.

Além de discutir a composição e as características dessas localidades, o especial revela quando surgiu o conceito de inferno na história e porque ele é tão temido ainda hoje. Segundo a Bíblia, o inferno teria sido preparado para o diabo e seus anjos.

Quando Lúcifer, depois de se rebelar contra Deus, foi expulso do céu com os anjos rebeldes, ele teria caído em um abismo gigante debaixo da terra


Portões para o Inferno 90 min


Sete caracteríscas da nova liderança pentecostal e neopentecostal




Ao longo dessas quase cinco décadas de ministério pastoral comecei a observar a tendência da igreja brasileira e os rumos que tomou. Depois que li uma pequena nota de Renato Vargens no blog Púlpito Cristao, achei que poderia contribuir acrescentando 7 características da nova liderança pentecostal. Com o surgimento dos movimentos pentecostais novos, comumente chamados de neopentecostais, algumas características se tornam evidentes na liderança dessa parcela eclesiástica.

Contrariamente às recomendações de Pedro aos líderes da igreja de que o líder deve ser (1) testemunha (mártir) dos sofrimentos de Cristo; (2) de que não deve exercer o pastoreamento por constrangimento, isto é, obrigado a pastorear como se a igreja dependesse dele; (3) de que não deve andar de olho no dinheiro alheio (sórdida ganância) e (4) de que não deve ser dominador do povo, ou do rebanho porque este é de Deus, muitos dos atuais líderes da igreja, especialmente os que ostentam o título de apóstolos agem no sentido oposto. Procure ler o texto de 1 Pedro 5.1-4.

A seguir colhi sete características dessa liderança atual – que não é apenas da liderança neopentecostal, mas também de muitos líderes de igrejas pentecostais históricas.

1. Autoritarismo. Tais líderes advogam a si o direito de ter a palavra final em questões doutrinárias e de práticas cristãs. Creem que podem criar novos padrões de ensinamento e neles atrelar a congregação. Era assim também no passado quando pastores de denominações pentecostais decidiam o que o povo devia usar, o que pensar e em como viver. Felizmente algumas denominações amadureceram e abandonaram tais práticas que vêm sendo adotadas com grande ardor pelos novos líderes pentecostais. As pessoas são orientadas a viverem conforme o pensamento do líder e de maneira a agradá-lo. A “doutrina” ou ensinamento apostólico foi por eles aperfeiçoado, porque tirou do povo o direito à vida e de decidir o que fazer e de como viver.

2. Dominadores do rebanho. Hoje os apóstolos, bispos, presbíteros e pastores – não importa o título que ostentem – decidem se os membros devem celebrar o Natal, os alimentos que devem comer, as festas que podem participar, os DVDs que devem assistir e quais igrejas ou congregações podem visitar.

Tal autoritarismo não é próprio apenas de igrejas neopentecostais, mas também de alguns que se dizem “igreja” sem nome; comunidades cristãs, etc. que mantêm sob regras rígidas o comportamento e o estilo de vida de seus membros, ou discípulos. É possível ver este autoritarismo em várias denominações também. Nunca ouse pensar ou agir de maneira que contrarie seu líder! O líder é o novo paradigma ou modelo de fé a ser seguido, e não os modelos da Bíblia.

3. Ganância financeira e luxúria. A ostentação de riqueza, o ganho fácil e a confortável vida movida a aviões particular, helicópteros e festas não é própria apenas dos neopentecostais, mas também de outros segmentos da igreja – uma dessas igrejas, até bem tradicional, em que seu líder se locomove para a casa da montanha de helicóptero, enquanto exige que seus membros nem televisão possuam!

Enquanto milhares de obreiros residem em casas modestas no meio de sua comunidade, ao nível do povo que pastoreiam, vivendo na simplicidade, buscando o mínimo de conforto, outros se afastam do meio do rebanho e passam a viver em condomínios inacessíveis ao povo. Sua congregação não tem acesso a casa deles – diferentemente de quando nossa casa estava aberta aos irmãos. Essa é a nova cara da liderança eclesiástica da igreja brasileira.

4. Usam o púlpito como arma de ataque. Por trás do carisma que lhes é peculiar tais ministros fazem o que querem com o povo; se justificam, demonstram humildade e santidade e aproveitam para atacar sutilmente os que lhe desobedecem as ordens. Frases como “aconteceu tal coisa porque não ouviu o homem de Deus” é comum ouvir de seus lábios. É a justificação de uma aparente santidade. As pessoas precisam vê-los como homens de Deus, líderes espirituais íntegros; no púlpito diante de seu povo riem, choram, profetizam, pulam, gesticulam e pregam mensagens de prosperidade. Assim, conseguem encobrir do rebanho suas verdadeiras intenções, para que este não se interesse em saber como é a vida deles no dia a dia de sua vida particular.

E grande parte dos crentes defende o estilo de vida de seus líderes, e se dobra perante eles como faziam os escravos diante de seus senhores.

5. A sacerdotização do ministério. Alguns desses novos líderes criaram a nova casta de “levitas” que são os que cuidam do louvor da igreja, mas criaram também a “família sacerdotal” que é composta do líder e de seus familiares, num atentado grotesco ao verdadeiro sacerdócio de Jesus Cristo. Muitos, ainda que reneguem publicamente tal conceito, ostentam-no no ensino aos seus líderes, isto é, estes são orientados a considerá-los sacerdotes de Cristo a serviço do povo. “Nós somos sacerdotes” de Deus para cuidar do rebanho, dizem, quando biblicamente toda a igreja é povo sacerdotal!

6. O reino deles é deste mundo. A nova liderança dos neopentecostais tem outro foco que não é o reino de Deus futuro, mas o reino deles, agora. Eles têm prazer nas coisas do mundo. Seu império particular e o império de sua denominação ou de suas comunidades constituem o reino deles na terra. Enquanto todos os demais trabalham para a vinda do reino, esses novos líderes creem que estão no reino, e que já são príncipes de Cristo aqui na terra. E para viver como príncipes, formam seu séquito de seguidores que os servem humildemente. Enquanto Jesus apontava para a chegada iminente do reino de Deus, a nova liderança da igreja crê que vive o reino, aqui e agora!

Por isso intrometem-se na política, pensando que por ela governarão na terra e trarão o governo de Cristo aos homens. E, da mesma forma que entram na política e buscam para si títulos políticos, se prostituem com o sistema e podem ser vistos agradecendo a Deus pelas graças recebidas, como no caso dos deputados evangélicos neopentecostais do Distrito Federal. Estes são a pontinha do iceberg, porque existem milhares de pastores vendidos ao mundo e que recebem polpudas somas de dinheiro para transformar sua congregação em curral eleitoral.

7. Acreditam que o juízo dos crentes não é para eles; porque estão acima dos demais. Por isso, perderam o temor de Deus e nem imaginam o que lhes espera no dia do juízo de Cristo, quando todos haveremos de prestar contas. Quando se perde o temor de Deus leva-se uma vida desenfreada de pecado, escondida sob o manto da espiritualidade e da vida piedosa.

Criticam a Balaão mas vivem como ele, profetizando em nome de Deus, mas de olho nos bens de Balaque – porque são insaciáveis financeiramente. São estes os novos líderes que à semelhança de Coré, Datã e Abirão defendem seu sacerdócio e proclamam que também “têm direitos espirituais”, como nos dias de Moisés. À semelhança de Caim pecam voluntaria e conscientemente, esquecendo que já receberam na testa o sinal de Deus que os manterá sob juízo e condenação.

À luz dessas sete características é possível identificar o tipo de igreja que se frequenta, o tipo de líder que se obedece e decidir se deve seguir o caminho do discipulado cristão ou se fará parte do novo reino dos deuses da terra.

Pense nisso, e me escreva a respeito.


***
Fonte: site do Pr Joao de Souza 

Dízimos na igreja














Dar dinheiro na igreja tem sido uma prática cada vez mais questionada. Certamente em virtude dos abusos de lideranças religiosas de caráter duvidoso, e a suspeita de que os recursos destinados à causa acabam no bolso dos apóstolos, bispos e pastores, não são poucas as pessoas que se sentem desestimuladas à contribuição financeira. Outras tantas se sentem enganadas, e algumas o foram de fato. Há ainda os que preferem fazer o bem sem a intermediação institucional. 

Mas o fato é que as igrejas e suas respectivas ações de solidariedade vivem das ofertas financeiras de seus frequentadores e fiéis. Entre as instituições que mais recebem doações, as igrejas ocupam de longe o primeiro lugar na lista de valores arrecadados. Por que, então, as pessoas contribuem financeiramente nas igrejas?

Não são poucas as pessoas que tratam suas contribuições financeiras como investimento. Contribuem na perspectiva da negociação: dou 10% da minha renda e sou abençoado com 100% de retorno.  Tentar fazer negócios com Deus é um contra-senso, pois quem negocia sua doação está preocupado com o benefício próprio, doa por motivação egoísta, imaginando levar vantagem na transação. É fato que quem muito semeia, muito colhe. Mas essa não é a melhor motivação para a contribuição financeira na igreja.

Há quem contribua por obrigação. É verdade que a Bíblia ensina que a contribuição financeira é um dever de todo cristão.  A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com seu povo Israel foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. A medida maior era na verdade muito maior. Os religiosos doam 10%, os cristãos abrem mão de tudo, pois crêem que não apenas o dízimo pertence a Deus, mas todos os recursos e riquezas que têm em mãos pertencem a deus e estão apenas sob seus cuidados.

Alguns mais nobres doam por gratidão. Pensam, “estou recebendo tanto de Deus, que devo retribuir contribuindo de alguma maneira”. Nesse caso, correm o risco de doar apenas enquanto têm, ou apenas enquanto estão sendo abençoados. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição financeira.

Existem também os que contribuem em razão de seu compromisso com a causa, com a visão, acreditam em uma instituição e querem por seu dinheiro em algo significativo. Muito bom. Devem continuar fazendo isso. Quem diz que acredita em alguma coisa, mas não mete a mão no bolso, no fundo, não acredita. Mas essa motivação está ainda aquém do espírito cristão. Aliás, não são apenas os cristãos que patrocinam o que acreditam.

Muitos são os que doam por compaixão. Não conseguem não se identificar com o sofrimento alheio, não conseguem viver de modo indiferente ao sofrimento alheio, sentem as dores do próximo como se fossem dores próprias. Seu coração se comove e suas mãos se apressam em serviço. A compaixão mobiliza, exige ação prática. Isso é cristão. Mas ainda não é suficiente.

Poucos contribuem por generosidade. Fazem o bem sem ver a quem. Doam porque não vivem para acumular ou entesourar para si mesmos. Não precisam ter muito. Não precisam ver alguém sofrendo, não perguntam se a causa é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda. Eles doam porque doar faz parte do seu caráter. Simplesmente são generosos. Gente rara, mas existe. O relacionamento com Jesus gera esse tipo de gente.

Finalmente, há os que contribuem por piedade. Piedade, não no sentido de pena ou dó. Piedade como devoção, gesto de adoração, ato que visa apenas e tão somente manifestar a graça de Deus no mundo. Financiam causas, mantém instituições, ajudam pessoas, tratam suas posses como dádivas de Deus, e por isso  são gratos, e são generosos. Mas o dinheiro que doam aos outros, na verdade entregam nas mãos de Deus. Para essas pessoas, contribuir é adorar.

 http://edrenekivitz.com/blog



  





Na noite da última quinta-feira, 26, um homem armado com uma bíblia foi abordado pela policia militar e foi morto com um tiro no pescoço.

Por volta das 19:50hs, durante patrulhamento de rotina, Antonio Marcos dos Santos, de 42 anos, gari da prefeitura municipal de Avaré, foi abordado na Rua Félix Fagundes, na altura do número 934, bairro Bonsucesso, pelos policiais da Força Tática, cabo João Samir de Oliveira e sargento Carlos Piagentino da Silva.

Segundo o boletim de ocorrência elaborado pela Polícia Civil, após a abordagem, o cabo pediu ao homem que levantasse as mãos por diversas vezes e com um movimento parecendo que ia retirar uma arma, e temendo pela sua segurança, o policial não hesitou e atirou, atingindo Antonio Marcos no pescoço. 

O gari foi socorrido ao PS mas devido a gravidade do ferimento faleceu antes de ser atendido pelos médicos de plantão.

O policial João Samir, foi conduzido pelo tenente Plablo ao plantão policial onde foi dado voz de prisão em flagrante por homicídio doloso e posteriormente conduzido ao presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, onde ficará a disposição da justiça. O 2º DP de Avaré investiga o caso.

NOTA DA REDAÇÃO
  
Desta vez nem mesmo a Bíblia Sagrada pode salvar a vida de um cristão do despreparo da polícia. Com baixos salários e sem nenhum respaldo das autoridades responsáveis pela corporação mais de 100 policias já morreram no estado de São Paulo este ano e centenas de civis, inocentes ou não, foram vítimas da brutalidade e do despreparo da polícia.

Aonde vamos parar não sabemos, no entanto, a população não sabe quem é mais perigoso, a polícia ou os foras da lei.

 Fonte: Folha Avaré