segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Bancada evangélica se articulou para impedir cassação de Natan Donadon




O deputado-preso foi condenado pelo desvio de verbas públicas em Rondônia
por Leiliane Roberta Lopes

Bancada evangélica se articulou para impedir cassação de Natan DonadonBancada evangélica se articulou para impedir cassação de Natan Donadon
Condenado a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, o deputado Natan Donadon (sem partido – RO) foi julgado na Câmara na última quarta-feira (28) no processo de cassação onde 233 deputados votaram a favor e 131 contra.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo a não cassação de Donadon aconteceu por uma articulação entre as bancadas evangélicas, do PT e do PMDB. Dos 513 deputados, 108 não participaram da votação e cassação não aconteceu por uma diferença de 24 votos.
Dos deputados presentes, 41 se abstiveram da votação que acabou beneficiando o deputado-preso desde 28 de junho em um presídio no Distrito Federal.
Ao saber da decisão da Câmara, Donadon, que é pastor evangélico, se ajoelhou no plenário e juntou as mãos em sinal de agradecimento a Deus. Antes que os deputados votassem, ele chegou a se declarar inocente dizendo em nome de Deus que nunca cometeu os crimes pelos quais foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal.
“Não fiz pagamentos ilegais, não desviei um centavo, pelo amor de Deus, façam justiça senhores deputados!”, disse o ex-peemedebista. “Não sou ladrão, nunca roubei nada, é uma acusação injusta!”.
Com a decisão de não cassação, Natan Donadon ficará afastado do mandato durante todo o período que permanecer preso. A decisão partiu do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) que informou que durante este período o deputado-preso não terá qualquer benefício do Congresso, nem mesmo o salário de R$26,7 mil.
Além dessa decisão, Henrique Alves também decidiu que os próximos processos de cassação só serão realizados com voto aberto, onde os deputados falam abertamente se são a favor ou contra a cassação de condenados.
A decisão do caso de Donadon pode beneficiar três deputados que aguardam a decisão final do STF sobre o mensalão, eles são: João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) que não votaram nesta quarta.
Confira a lista dos deputados que não compareceram à votação:
Veja a lista dos deputados que não participaram da votação (ao lado dos nomes, “P” indica aqueles que estiveram presentes no plenário, e que mesmo assim não votaram):
DEM (6 não votaram, 21% da bancada)
Abelardo Lupion (PR)
Betinho Rosado (RN)
Claudio Cajado (BA) P
Eli Correa Filho (SP) P
Jorge Tadeu Mudalen (SP) P
Lira Maia (PA) P
PC do B (2 não votaram, 15% da bancada)
Alice Portugal (BA)
Jandira Feghali (RJ) P
PDT (3 não votaram, 12% da bancada)
Enio Bacci (RS) P
Giovani Cherini (RS) P
Giovanni Queiroz (PA) P
PMDB (15 não votaram, 19% da bancada)
Alceu Moreira (RS)
André Zacharow (PR) P
Arthur Oliveira Maia (BA)
Asdrubal Bentes (PA)
Carlos Bezerra (MT)
Darcísio Perondi (RS)
Eliseu Padilha (RS) P
Gabriel Chalita (SP) P
Genecias Noronha (CE) P
José Priante (PA) P
Leonardo Quintão (MG) P
Mário Feitoza (CE)
Newton Cardoso (MG) P
Renan Filho (AL)
PMN (1 não votou, 33% da bancada)
Jaqueline Roriz (DF) P
PP (14 não votaram, 37% da bancada)
Afonso Hamm (RS)
Beto Mansur (SP) P
Carlos Magno (RO)
Guilherme Mussi (SP)
José Linhares (CE) P
José Otávio Germano (RS) P
Luiz Fernando Faria (MG) P
Paulo Maluf (SP) P
Pedro Henry (MT)
Renato Molling (RS)
Renzo Braz (MG) P
Toninho Pinheiro (MG) P
Vilson Covatti (RS) P
Waldir Maranhao (MA)
PPS (2 não votaram, 18% da bancada)
Almeida Lima (SE)
Arnaldo Jardim (SP) P
PR (8 não votaram, 22% da bancada)
Bernardo Santana de Vasconcellos (MG)
Inocêncio Oliveira (PE)
Laércio Oliveira (SE)
Manuel Rosa Neca (RJ)
Valdemar Costa Neto (SP) P
Vicente Arruda (CE) P
Zé Vieira (MA)
Zoinho (RJ)
PRB (1 não votou, 10% da bancada)
Vilalba (PE)
PSB (6 não votaram, 24% da bancada)
Abelardo Camarinha (SP) P
Alexandre Roso (RS)
Antônio Balhmann (CE)
Beto Albuquerque (RS)
Paulo Foletto (ES) P
Sandra Rosado (RN)
PSC (2 não votaram, 13% da bancada)
Nelson Padovani (PR) P
Pastor Marco Feliciano (SP) P
PSD (12 não votaram, 27% da bancada)
Dr. Luiz Fernando (AM)
Edson Pimenta (BA) P
Eduardo Sciarra (PR) P
Eliene Lima (MT) P
Fernando Torres (BA)
Heuler Cruvinel (GO)
Homero Pereira (MT)
João Lyra (AL)
José Carlos Araújo (BA) P
Manoel Salviano (CE)
Marcos Montes (MG)
Sérgio Brito (BA) P
PSDB (6 não votaram, 12% da bancada)
Carlos Roberto (SP) P
Marco Tebaldi (SC) P
Marcus Pestana (MG)
Pinto Itamaraty (MA)
Sérgio Guerra (PE)
Vanderlei Macris (SP)
PT (21 não votaram, 24% da bancada)
Angelo Vanhoni (PR) P
Anselmo de Jesus (RO)
Artur Bruno (CE)
Beto Faro (PA) P
Biffi (MS) P
Bohn Gass (RS)
Iriny Lopes (ES) P
João Paulo Cunha (SP) P
José Genoino (SP)
Josias Gomes (BA)
Luiz Alberto (BA)
Marcon (RS)
Marina Santanna (GO) P
Miguel Corrêa (MG) P
Odair Cunha (MG) P
Pedro Eugênio (PE) P
Pedro Uczai (SC) P
Rogerio Carvalho (SE)
Ronaldo Zulke (RS)
Vicentinho (SP) P
Weliton Prado (MG)
PTB (2 não votaram, 11% da bancada)
Jovair Arantes (GO)
Sabino Castelo Branco (AM)
PTdoB (1 não votou, 33% da bancada)
Rosinha da Adefal (AL)
PV (1 não votou, 10% da bancada)
Eurico Junior (RJ) P
SEM PARTIDO (1 não votou)
Romário (RJ)

Marco Feliciano se justifica

Apesar de aparecer na lista dos que estavam presentes, mas não votaram, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) usou o Twitter para se justificar dizendo que no horário da votação ele não estava mais no plenário.
“Estou nos EUA. Viagem marcada há dois meses. Fiquei ontem [quarta-feira, 28] no plenário até as 19:30h. As 20:00h já estava no aeroporto. Desde as 16:00h já havia quorum para votação, mas não colocaram nada em votação até o horário em que pude ficar lá [...] A votação de Cassação iniciou as 20:30h. As 20:39h eu já havia embarcado. Por este motivo não participei da votação.”
Feliciano está nos Estados Unidos para falar com líderes da comunidade de língua portuguesa e representantes de imigrantes brasileiros que estão presos por estarem ilegalmente no país. Foi também pelo Twitter que o deputado esclareceu que sua viagem não está sendo paga com dinheiro público.
“Falarei aqui nos EUA a lideres da comunidade de língua portuguesa. Incluindo representantes de imigrantes brasileiros que estão presos. Quando assumi a CDMH falei que lutaria pelos direitos das centenas de brasileiros que estão presos aqui nos EUA por estarem ilegais. Levarei o relatório da viagem e apresentarei à CDHM na próxima semana. E a viagem toda está sendo custeada pelos lideres que me convidaram.”
Fonte : Gospelprime

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