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IBGE publicou uma informação que desconstrói totalmente o pressuposto neopentecostal de prosperidade. Segundo oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística as famílias chefiadas por uma pessoa que segue a religião espírita têm maior rendimento médio mensal (R$3.796) do que as mantidas por um evangélico pentecostal (R$ 1.271), segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares.
O analista socioeconômico do IBGE, José Mauro de Freitas Júnior, diz que a escolaridade entre as religiões influenciou nos resultados."Os maiores rendimentos são dos espíritas muito provavelmente, porque eles têm um grau de escolaridade maior do que os evangélicos pentecostais, queficaram com a menor renda.
Também temos que levar em consideração que as famílias espíritas têm menor concentração de integrantes, 2%, enquanto que as evangélicas de origem pentecostal representam cerca de 11%", afirmou Freitas.
Em relação às despesas, a pesquisa apontou que as famílias com maiores gastos total também foram aquelas chefiadas por espírita (R$ 3.617), enquantoas com menores gastos foram as evangélicas pentecostais (R$ 1.301).
A maior proporção de famílias (74%) são da religião católica apostólica romana, e seu rendimento médio é de R$ 1.790. Os evangélicos, em geral, atingiram um rendimento médio familiar de R$ 1.500 e representou 17% do grupo familiar entrevistado.
O estudo também se referiu ao item de gastos com pensões, mesadas e doações para as respectivas religiões. As famílias de origem evangélica pentecostal atingiram 21,4 % de despesas com doações (R$ 23), as pertencentes a evangélica de missão atingiram 21,9% (R$ 58) e as outras evangélicas 34% (R$ 59).
Outro destaque da pesquisa foi com o item impostos,cuja referência espírita investiu 44,2% (R$ 236), cerca de três vezes a médiado Brasil (R$ 79), brasileiros de outras religiões gastaram 42,9% e os que se declaram sem-religião e não-determinada 42,7%.
A pesquisa em questão serviu para confirmar que aprosperidade não é conquistada mediante a obediência de rituais mágicos ecatársicos onde as bênçãos de Deus são trocadas ou vendidas por generosas contribuições financeiras.
Caro leitor, é possível que ao ler esta afirmação você esteja dizendo com seus botões: Ué, por que então os pastores da teologia da prosperidade são tão prósperos? "Elementar meu caro Watson", a prosperidade destes apóstolos se devem exclusivamente a venda de milagres, bençãose indulgências.
Prezado amigo, do ponto de vista bíblico a prospridade nãose dá mediante o toma-lá-dá-cá. Na verdade, as Escrituras nos ensinam quea prosperidade é fruto do trabalho. O reformador francês João
Calvino acreditava que o homem possuía a responsabilidade de cumprir a sua vocação através do trabalho. Na visão de Calvino, não existe lugar para ociosidade em nossas agendas. E ao afirmar isto, o reformador francês, não estava a nos dizer de que homem deva ser um ativista, ou até mesmo um tipo de
worhaholic. Na verdade, Calvino acreditava que a prosperidade era possível desde que fosse consequência direta do trabalho.
Acredito profundamente que se quisermos que nossas familias experimente prosperidade torna-se necessário que invistamos em pelo menos dois aspectos:
1- Aumento de escolaridade.Uma das principais marcas de um povo desenvolvido é educação. Infelizmente por fatores diversos, milhões de pessoas em nosso país vivem a margem da sociedade simplesmente pelo fato de terem abandoram aescola. Tenho plena convicção que ao voltar a sala de aula o crente será abençoado por Deus dando-lhe assim novas ferramentas que o ajudarão aexperimentar a tão sonhada prosperidade.
2- Melhor qualificação profissional.Prosperidade se dá mediante o trabalho. Invista na suaprofissão. Faça cursos, participe de simpósios, leia muito e aprenda com quem sabe. Nesta perspectiva, seja o melhor sapateiro, eletricista, pedreiro,médico, dentista, advogado, professor e experimente das bênçãos do Senhor.
Caro leitor, tenho plena convicção que se desejarmos construirum país decente e sério, necessitamos romper com alguns paradigmas que nos cercam. Nações bem sucedidas são aquelas que se empenham na construção devalores e conceitos como honestidade, equidade, ética e retidão.
Infelizmente no país do gospel e do decreto espiritual apóstolico, o trabalho nem sempre é visto com bons olhos, até porque nesta perspectiva neopentecostal, o trabalho foi feito para gente miserável e desqualificada que precisa sobreviver.
Isto posto, afirmo que o tempo de mudarmos nossos conceitose valores é esse, além é claro de semear no coração do crente em Jesus ,a idéia de que o trabalho é reflexo de uma grande bênção divina, a qual deve ser valorizado e dignificado.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u324070.shtml