Foi lançado ontem (7), um curta-metragem que se propõe a abordar as questões do preconceito sexual, religioso e social do Brasil. Como o nome “Pílula Cura Gay” indica, o roteiro se baseia nas polêmicas envolvendo a proposta dos deputados da bancada evangélica sobre do projeto apelidado de “cura gay”.
Na produção de 14 minutos feita para a internet, o roteiro mostra o travesti Marilú Fontana (interpretada por Carlos Braga) lutando pelos direitos humanos, independentemente da orientação sexual. Ele organiza uma manifestação contra o deputado Geraldo Torres (Lino Corrêa), defensor da teoria que ser gay é uma doença. Trata-se de uma clara provocação aos deputados João Campos, autor do projeto, e Marco Feliciano, que foi seu maior defensor aos olhos do público.
Chamado de “manipulados da mídia”, “vagabundo”, “despreparado” e “de mentalidade medíocre”, o deputado-alvo do protesto no filme tem algumas falas muito parecidas com as de Marco Feliciano. A diferença é que no filme a ideia de ser gay é uma “doença” aparece retratada com deboche, apresentando uma “pílula da cura gay” literal, que impediria as pessoas de se tornarem homossexuais. A certa altura, o deputado afirma que é tudo “uma questão de política”. E a travesti faz um discurso dizendo que ele só usa isso para “se promover”.
Após ser confrontado por manifestações e ouvir um discurso feito pelo travesti Marilú Fontana, o deputado volta atrás, reconhece estar equivocado e afirma que apoiará o movimento a favor da homossexualidade.
Moysés Faria, diretor do curta-metragem ambientado no Rio de Janeiro e produzido pela SBAC-TV. Ele já trabalhou na Rede Globo e também é professor de cinema. Ele afirma que seu objetivo é “Proporcionar à sociedade a oportunidade de refletir sobre a maneira de pensar e de agir, para que possamos rever nossas práticas com os outros”. A produção disse que procurou retratar de maneira “leve e descontraída os problemas que os homossexuais enfrentam para serem respeitados pela sociedade”. Com informações de Época e Sopa Cultural