terça-feira, 9 de agosto de 2016

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Pastores presos no Vietnã podem ser envenenados

A missão Christian Aid está denunciando que pelo menos 108 pastores estão presos porque se recusaram a registrar suas igrejas domésticas à única denominação reconhecida pelo governo. Eles não desejam se submeter a interferências políticas e por isso podem ser condenados à morte por envenenamento.
As igrejas controladas pelo governo não podem realizar reuniões em grupos menores fora dos cultos no templo. Também são proibidas aulas de escola dominical – seja para crianças ou adultos – e qualquer reunião além do culto congregacional. Isso restringe a participação deles às atividades no templo.
Porém, o rígido controle estatal não permite a entrega de dízimos e ofertas nem a distribuição de ceia. Existem policiais infiltrados, que controlam os cultos para ver se nada está sendo dito contra o regime comunista.
Ainda que o governo afirma que existe liberdade religiosa, crianças só podem ouvir sobre o evangelho em suas próprias casas. Um líder cristão, conhecido como Su, desabafa: “O governo quer controlar todas as igrejas dessa denominação [única] para limitar o seu crescimento e ter controle total”. Aqueles pastores que se recusam a cumprir as ordens são espancados e podem ser presos.
Somente na província de Lai Gia, 20 igrejas não registradas foram forçadas pelas autoridades a se integrarem a denominação estatal. Com isso, os cerca de 12.000 fiéis que congregavam nelas só podem reunir-se em um local onde cabe 1.600 pessoas.
Em outra parte do país, uma rede de igrejas domésticas com 3.000 membros precisou fundir congregações. Recebeu autorização para fazer os cultos em um local onde não cabia mais do que 500. A Christian Aid esclarece que essa técnica usada pelo governo é para desestimular as pessoas.
O pastor Su, que entre 1975 e 1985 ficou um total de sete anos e dois meses preso por causa de sua fé, lamenta que a perseguição esteja aumentando em seu país. “Cada igreja que se recusou a entregar suas congregações à única denominação registrada recebe primeiramente uma multa de 60 dólares”, explica. Essa quantia equivale a mais de metade do rendimento médio mensal de muitos dos povos tribais das montanhas.
Ele conta também que, na prisão, os pastores podem ser torturados e passam por muitas humilhações. Aqueles que resistem em cumprir todas as ordens podem receber comida com veneno. Explica que isso já aconteceu com alguns, mas o risco é real para todos.
Na última semana, a Christian Aid começou uma petição online, onde pede que o presidente Trân Dại Quang e o primeiro-ministro Nguyen Xuân Phúc libertem imediatamente os pastores presos. Lembra que eles não foram formalmente acusados de nenhum crime nem passaram por um julgamento. A missão pede orações pelos pastores e convida os cristãos de todo mundo a assinar o documento (aqui) no CitizenGo. O alvo é conseguir 50 mil assinaturas.

Pastores desaparecidos

Sessenta e seis pastores tentaram escapar do Vietnã após o aumento recente das perseguições. Eles foram capturados perto da fronteira e estão desaparecidos. Não se sabe ao certo se estão presos como diz o governo. “Seu paradeiro é desconhecido”, lamenta Su.
Nas áreas rurais, a atividade da igreja é controlada de forma mais rigorosa que nas cidades. Mesmo assim, é onde ocorrem mais conversões. A rede de igrejas de Su faz um trabalho de treinamento que no momento integra 7.850 líderes. Todos eles recebem um curso de educação teológica básica. Destes, 2.250 são falantes de línguas tribais e estão plantando igrejas nas áreas onde vivem. Com informações de God Reports

Cristãos arriscam a vida para falar de Jesus no Youtube

Uma postura considerada “polêmica” em um vídeo de Youtube no Brasil pode gerar alguns minutos de fama ou vários comentários de haters. Dificilmente passa disso. Já no Marrocos, expor seu rosto e falar abertamente sobre Jesus pode custar a vida.
Mesmo assim, o canal “Morroccan and Christian”[Marroquino e Cristão] vem chamando atenção pela coragem das pessoas que dão seu testemunho de fé num país de maioria muçulmana.
“Meu nome é Iman. Eu sou marroquina e cristã. Sim, eu sou cristã, mas não sou uma estrangeira. Meu pai se chama Sahraoui e minha mãe, Amazigh. Eu nasci e cresci no Marrocos”, afirma sorridente uma jovem mulher enquanto sorri para a câmera.
Essa escolha ousada e inovadora revela ao mundo algo impensável alguns anos atrás. O sotaque darija [árabe marroquino] recheado de expressões idiomáticas servem como uma prova de que no Marrocos existem cristãos nativos sim.
Durante muito tempo o governo fez questão de afirmar que os seguidores de Jesus no país eram todos estrangeiros e que o cristianismo era uma imposição do ocidente. As seis pessoas que gravaram material mostram serem marroquinos urbanos e com educação superior. Isso desafia outro mito do país.
Alguns líderes religiosos afirmam que somente os pobres aceitam se converter ao cristianismo, em troca de dinheiro ou simplesmente por terem sido enganados por algum missionário estrangeiro.
Em 2010, quando missionários cristãos que trabalhavam em um orfanato marroquino foram forçados sair do país por serem acusados de proselitismo, as opiniões se dividiram. O ex-ministro da Comunicação, Khalid Naciri, fez questão de ir à TV para lembrar que a liberdade religiosa é garantida pela lei marroquina, mas o proselitismo é proibido, numa evidente contradição de termos.
O relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre liberdade religiosa, emitido em 2013, explicava que existe uma vigilância severa do governo. “Os cristãos locais recebiam telefonemas ou visitas de autoridades várias vezes por ano. Essa é uma maneira de o governo demonstrar que eles tinham listas dos membros de igrejas cristãs e monitoravam suas atividades”, afirma o documento.
O clima de relativa abertura dos últimos anos deu força para que as minorias começassem a reivindicar seus direitos de expressar a fé e pedir a abolição dos artigos da lei que penalizam aqueles que trocam o Islã por outra religião.
Utilizando as vantagens da internet, que alia baixo custo a facilidade de acesso à informação, Iman e os outros participantes do projeto desejam apenas expressar as suas ideias, sem fazer um apelo explícito para que sua audiência “troque de religião”. Afinal, a simples tentativa de converter um muçulmano pode resultar em uma multa pesada, além de prisão por três anos.
O projeto do canal Morroccan and Christian mostra que alguns cristãos não temem as ameaças de morte que já estão acostumados a ouvir. Sabem que a exposição de seus rostos e nomes pode lhes custar caro, mas sua fé os impulsiona a compartilhar sobre seu Senhor.

Luz e trevas

No vídeo de Iman, ela relata os motivos pelos quais os cristãos marroquinos muitas vezes são obrigados a permanecer escondidos: as ameaças. Ela não ataca a fé dos muçulmanos nem o governo, apenas conta como é ser cristã no país onde nasceu. O mesmo “roteiro” está sendo seguido pelos outros vídeos semanais do projeto. Até agora são 6 pessoas diferentes.
A maior polêmica até agora é o testemunho de uma mulher chamada Atika. Ela conta sobre como as famílias rejeitam aqueles que deixaram o Islã e como cristãos passam por humilhações.
Ao falar sobre as diferenças entre cristãos e muçulmanos, ela afirma: “Nós crescemos aprendendo a fazer uma distinção clara entre essas crenças. Mas fomos capazes de derrubar esse muro que nos rodeia, e nossas vidas se encheu da luz que derrotou as trevas”.
A declaração não foi bem recebida na comunidade islâmica.
Os programas do Youtube são um divisor de águas no Marrocos. Até agora, a forma mais fácil de se ouvir o Evangelho eram os programas de TV via satélite transmitidos de fora do país.
O “irmão Rachid” é um marroquino que precisou manter segredo sobre sua fé em Jesus por muitos anos. Ele hoje apresenta um programa de TV onde estimula os muçulmanos a fazerem perguntas sobre o Islã e o cristianismo.
Para o apresentador, a ascensão do Estado Islâmico está fazendo muitos abandonarem a fé.
“Muitos muçulmanos estão dizendo: ‘Se isso é o Islã, estou fora. Alguns estão se tornando ateus”, enfatiza. “Há uma enorme onda de ceticismo no mundo árabe agora. Muitos deles estão se voltando para Jesus Cristo. O Islamismo nunca tinha sido confrontado com uma crise tão séria antes”, encerra.Com informações de World Magazine