A questão central é que, com as redes sociais, conteúdos do Evangelho passaram a estar disponíveis para milhões de pessoas. Há hoje muito material, em forma de textos, áudios e vídeos que combate, com seriedade e equilíbrio, o pagamento do imposto chamado dízimo. Gente de alto nível, pregadores e mestres nas Escrituras, demonstram, de forma acurada e profunda, todos os equívocos em relação à obrigatoriedade do recolhimento de valores financeiros, atacando não só o que diz respeito à teologia da prosperidade e seu uso perverso pelos neopentecostais, mas também ao que se refere às exigências das igrejas históricas reformadas e pentecostais clássicas.
Antigamente, para você ouvir um bom pregador, discutir determinado assunto, era preciso ir a um congresso ou se deslocar até sua comunidade. Hoje, você senta em casa e, no Youtube, escolhe quem vai ouvir e qual o tema do seu interesse. Isso mudou tudo! O acesso é muito mais amplo! A disseminação de conteúdos ficou extremamente simples e deveras rápida!
Eu sou contra a cobrança de dízimos, e meus textos e vídeos atestam isso. Sou favorável, na igreja, ao recolhimento de ofertas voluntárias para custeio de despesas e investimentos que sejam possíveis. Se uma comunidade não se sustenta por essa via, então deve, urgentemente, repensar seu chamado e vocação, além de buscar, no curto prazo, formas de se reestruturar para uma nova realidade.
De certo, em pouco tempo, alguns anos, talvez, as igrejas que dependem fundamentalmente do pagamento de dízimos estarão deficitárias ou inviabilizadas, portanto, devem buscar, hoje, já se adequarem aos novos desafios, sob o risco de fecharem suas portas.
Ora, eu sou favorável a que pastores que se afadigam na Palavra e no cuidado com o povo sejam remunerados, desde que a igreja possa fazê-lo, sem esmagar consciências nem constranger neófitos. Portanto, é mister a reflexão! Na verdade, quem fugir dela, amargará as consequências, e muitos, diante das dificuldades que surgirão, irão destorcer as Escrituras para poder manter "direitos" adquiridos.
Recomendo, portanto, aos meus amigos e irmãos pastores analisarem o tema com o máximo de seriedade e clareza, com espírito manso e quebrantado, e também recomendo que a igreja não seja injusta, largando seus líderes, que hoje dependem de salário, por simples capricho ou, pior ainda, de maneira egoísta, fuja da responsabilidade que adquiriram com suas famílias.
Penso que uma transição se mostrará necessária. Creio que alguns continuarão vivendo do Evangelho, o que é justo, e outros terão de buscar sustento em atividades seculares, o que também é justo. O que não acontecerá mais, acredito, será a manutenção das coisas na forma como hoje estão...