quarta-feira, 28 de setembro de 2011

4º Trimestre 2011 - Lição 1 – Quando a Crise Mostra a sua Face


2 de outubro de 2011
Texto Áureo
E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo" (Ne 1.3). – Uma cidade sem muros estava desprovida de segurança e culturalmente, numa região onde o estado dos muros da cidade era visto como um indício da força dos deuses dos moradores, o estado do muro de Jerusalém era motivo de desprezo dos povos vizinhos pelo Deus de Israel. Neemias igualou o estado do muro ao estado da obediência do povo ao Senhor. Ele entristeceu-se, chorou e lamentou, na verdade, pela reputação de Deus.
Verdade Prática
Somente uma liderança guiada e orientada por Deus pode vencer a crise.
Leitura Bíblica em Classe
Neemias 1.1-7

Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Reconhecer que em tempos de crises Deus dá o escape;
- Compreender a chamada de Neemias; e
- Saber que devemos orar em tempos de crise.
Palavra-chave
CRISE - Momento perigoso ou decisivo

Comentário
(I. Introdução)
Iniciamos o último trimestre de 2011 com o tema geral ‘Neemias, integridade e coragem em tempos de crise’, com treze lições voltadas à teologia prática e aplicação imediata no cotidiano da Igreja hoje. Neemias expressa o lado prático, a vivência diária da nossa fé em Deus, com ênfase na necessidade de uma liderança comprometida com os valores do Reino de Deus.
O cenário é a cidade de Susã, antiga capital de inverno dos soberanos persas, localizada na região sudoeste do atual Irã; o ano era 446 a.C., o ano vigésimo de Artaxerxes I, o mês era Quisleu (novembro/dezembro), próximo ao inverno, Neemias (נְחֶמְיָה, emya, ‘conforto de /confortado por YHWH’) inicia sua saga e torna-se figura importante na história pós-exilo dos judeus. Nesta lição veremos a biografia deste servo de YHWH e os motivos que o levaram a preocupar-se extremamente com o bem-estar dos seus parentes e compatriotas. Ele baseou suas petições nas grandes promessas de Deus, chorou, jejuou e orou ao Senhor certo da fidelidade de Deus em cumprir a sua palavra. Pediu que Deus estivesse com ele diante do rei da Pérsia, e quando teve esta oportunidade, intercedeu pelo povo de Deus com sabedoria e ousadia. Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A CRISE EM JERUSALÉM
1. Antecedentes históricos. Após a morte de Salomão em 931 a.C, as dez tribos do norte se separaram, criando o reino de Israel ou do Norte, que era geograficamente maior e mais rico que o reino do Sul ou de Judá. Politicamente era instável, ao contrário de Judá, que continuou governado pela casa de Davi. Seu primeiro rei foi Jeroboão I, e se prolongou até 722 a.C., quando foi conquistado pelos Assírios, os quais eram particularmente cruéis em suas campanhas e tinham por costume levar os homens mais importantes da cidade derrotada para as portas a fim de serem torturados, cegos e queimados vivos. Os escribas contavam o número de mortos pelas cabeças cortadas que recebiam para controle. Já o reino de Judá (ou do Sul) teve como primeiro soberano após a morte de Salomão, seu filho Roboão, e prolongou-se até a conquista pelo soberano babilônico Nabucodonosor (Nabu-cudurri-utsur), em 587 a.C. Seu exército invade o Reino de Judá, tomando as cidades fortificadas de Azeca e Láquiz. Depois, inicia o cerco final de um ano e meio a Jerusalém. A cidade de Jerusalém e seu Templo são destruídos, restando apenas ruínas fumegantes, leva em cativeiro um grande número de seus habitantes, episódio conhecido como a primeira Diáspora Judaica ou o ‘cativeiro babilônico’ (2Rs 25; Dn 1) [1]; [2]. A primeira deportação teve início em 598 a.C. Jerusalém é sitiada e o jovem Joaquim, rei de Judá, rende-se voluntariamente. O Templo de Jerusalém é parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais militares e artífices, inclusive o rei, são levados para o exílio em Babilônia. Zedequias, tio do rei Joaquim, é nomeado por Nabucodonosor II como rei vassalo. Precisamente 11 anos depois, em resultado de nova revolta no reino de Judá, ocorre a segunda deportação em 587 a.C., e a conseqüente destruição de Jerusalém e seu Templo. Governando os poucos judeus remanescentes na terra de Judá - os mais pobres – ficou Gedalias nomeado por Nabucodonosor II. Dois meses depois, Gedalias é assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem para o Egito com medo de represálias, deixando a terra de Judá efetivamente sem habitantes e suas cidades em ruínas. É certo que o período de cativeiro terminou no primeiro ano de reinado de Ciro II (538 a.C./537 a.C.) após a conquista persa da cidade de Babilônia (539 a.C.). Em conseqüência do édito de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à terra de Judá, em particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo[3].
2. Deus dá o escape. Em 539 a.C. Ciro conquistou a Babilônia e formou um império ainda maior, pois derrotou medos, lídios e babilônicos. Ciro tratou com liberdade os povos vencidos, respeitando suas crenças e governando com justiça. Aos judeus que viviam no Cativeiro de Babilônia foi permitido que voltassem a Canaã para a reconstrução do Templo de Jerusalém. Os registros bíblicos informam que Ciro teria recebido uma mensagem divina que o ordenava a enviar de volta à Palestina todos os Judeus cativos naquela cidade. De qualquer forma, foi o autor do édito que em 537 a.C. que dizia que todo judeu que assim o desejasse poderia retornar para Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade, pondo fim ao período do Cativeiro Babilônico. A maior lição aqui é que uma intercessão intensa tem sua origem na consciência da soberania de Deus, que age de acordo com as suas promessas quando alguém confessa o pecado com verdadeiro pesar e se coloca completamente à disposição da misericórdia de Deus[4].
3. A volta com Zorobabel. Quando o persa Ciro conquistou a Babilônia em 539 a.C., o caminho estava aberto para o Judá cativo começar o retorno para a sua pátria. Duas importantes expedições fizeram o caminho de volta, uma em 537 a.C. e outra em 458 a.C. Um grupo de fiéis respondeu ao édito de Ciro e partiu em 538 a.C. sob a liderança de Zorobabel, os quais iniciam a construção do templo como apoio do funcionário Esdras e dos profetas Zacarias e Ageu, porém, encontram forte resistência dos habitantes não judeus, o que desencoraja o povo, e a obra é interrompida durante um período de mais de dez anos. Ageu os encorajou com a mensagem de Deus, de que a glória deste templo ultrapassaria a do anterior. A parte mais importante do santuário é a presença de Deus. Aproximadamente 500 anos mais tarde, Jesus Cristo caminharia pelos átrios do templo! “Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos? Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos” (Ag 2.3,4). Em homenagem ao líder que organizou este retorno e o início da reconstrução, o templo restaurado ficou historicamente conhecido como o Templo de Zorobabel. O alicerce foi colocado com uma cerimônia solene e, nessa ocasião, as pessoas mais velhas que sobreviveram e lembravam-se do antigo templo choraram de alegria. (Ed 3.12,13). A despeito das formalidades legais (Ed 4.4–24) e outros obstáculos, o trabalho continuou e depois de voltarem do cativeiro, os judeus estavam com o templo pronto para a dedicação. O Templo de Zorobabel foi terminado, exatamente no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario. A cerimônia dedicatória foi realizada em seguida. (Ed 6.15–22). No que se refere à riqueza do acabamento e da mobília, esse templo foi bem inferior ao Templo de Salomão.
Sinopse do Tópico (1)
Através do rei Ciro, o Senhor proporcionou o escape ao povo judeu, trazendo Zorobabel a Jerusalém para reconstruí-la.
RESPONDA
1. Em que ano o reino do sul foi levado cativo à Babilônia?
2. Quanto tempo o povo permaneceu no cativeiro?
II. O CHAMADO DE NEEMIAS
1. Quem era Neemias. Neemias (נְחֶמְיָה,emya, ‘conforto de/ confortado por’) YHWH), era filho de Hacalias (Ne 2.3), nasceu em Susã, Pérsia, por volta de 480 a.C. era um israelita nascido na Pérsia e provavelmente pertencia à Tribo de Judá (Ne 2.3). Na corte persa exerceu a função de copeiro do rei (maxeqeh, um cargo de confiança do rei), era o responsável pela seleção do vinho. Devia prová-lo para estar seguro de que não estava envenenado, servi-lo e ainda ser uma companhia à altura do rei. Nesta última função, devia com freqüência, oferecer conselhos informais e apreciar as confidências do rei (Ne 1.11; veja Gn 40.21). Serviu na corte do rei Artaxerxes I (465 a 424 a.C.), filho de Assuero ou Xerxes I, marido da rainha Ester[5].
2. Chamado por Deus. Hanani fez a viagem de 1.600 quilômetros de Jerusalém a Susã para visitar seu irmão, Neemias. Hanani disse que o povo de Jerusalém encontrava-se numa situação precária e insegura, sujeito às agressões dos povos que controlavam as regiões adjacentes à cidade. (Ne 1.2; 2.3), Neemias ouviu sobre a condição lamentável de Jerusalém, e encheu-se de tristeza; por muitos dias ficou em jejum, em luto, orando pelo local do sepulcro de seus pais. Finalmente, o rei percebeu a tristeza em sua expressão, e perguntou-lhe o seu motivo; Neemias explicou-o ao rei, que lhe concedeu permissão de ir à cidade e agir lá como um ‘tirshatha’, ou governador (no hebraico pehah), por um tempo limitado da Judéia (Ne 2.6,9; 3.7). Quando o rei ofereceu ajuda, Neemias orou a Deus e fez seus pedidos ao rei:
a) Licença para ir a Jerusalém para reedificar a cidade;
b) Cartas para assegurar sua passagem pelas províncias no caminho, e
c) Autorização para o uso de madeiras da floresta na construção.
Pela bondade de Deus, Neemias recebe, do rei Artaxerxes I, a missão de:
a) fortalecer a comunidade de Jerusalém e prepará-la para reconstrução;
b) reorganizar o povo - assentá-lo na terra e na cidade;
c) disciplinar o povo sob a Torá, e
e) detectar abusos na administração política, na prática religiosa; na economia.
3. Orando em tempos de crise. O seu sofrimento pela situação de Jerusalém leva Neemias a jejuar e orar; extremamente preocupado com o bem-estar dos seus parentes e compatriotas, ele chorou, jejuou e orou ao Senhor (Ne 1.4). Ele baseou suas petições nas grandes promessas de Deus, certo da fidelidade de Deus em cumprir a sua palavra. Pediu que Deus estivesse com ele diante do rei da Pérsia. O Rev. Hernandes Dias Lopes em seu artigo ‘Neemias, um líder que mudou a história de uma nação’, afirma: ‘Quando soube que a cidade de Jerusalém estava assolada por grande miséria e o seu povo vivendo debaixo de opróbrio, Neemias chorou, orou, jejuou, mas também se dispôs a agir e ao agir, fê-lo com refinada sabedoria. Ele falou com Deus e com o rei da Pérsia. Ele buscou os recursos do céu e os tesouros da terra. Precisamos de líderes piedosos e de líderes sábios, líderes íntegros e também de líderes relevantes. Homens que tenham intimidade com os céus e sabedoria para lidar com os intrincados problemas da terra [...] Neemias foi um homem de oração e de ação. Ele orava e agia. Ele confiava em Deus e trabalhava. Ele orou ao saber do problema de Jerusalém. Ele orou ao falar com o rei Artaxerxes. Ele orou diante dos ataques do inimigo. A oração era a atmosfera em que realizava sua obra. Ele entendia que a obra de Deus precisava ser feita na força de Deus, de acordo com a vontade de Deus e para a glória de Deus. Neemias acreditava que Deus é quem abre as portas, provê os recursos, desperta o povo, livra do inimigo e dá a vitória. A intensa agenda de oração de Neemias, entretanto, não fez dele um líder contemplativo, mas um homem dinânimo, um gestor competente, um estadista que reergueu sua cidade dos escombros.[6].
Sinopse do Tópico (2)
Neemias foi chamado por Deus para deixar o conforto palaciano a fim de reconstruir os muros de Jerusalém.
RESPONDA
3. Cite o nome do rei que permitiu a volta dos judeus a Jerusalém para reconstruir o Templo e os muros.
4. Faça um pequeno resumo a respeito de Neemias.
III. A INTERSEÇÃO DE NEEMIAS
1. Ele adorou a Deus. Neemias fez uma oração teocêntrica, referindo-se a Deus 34 vezes por meio de um nome ou um pronome. Essa oração clássica inclui adoração, confissão, lembrança do compromisso de Deus com seu povo e petição. Naquela época, uma cidade sem muros não possuía segurança e culturalmente, numa região onde o estado dos muros da cidade era visto como um indício da força dos deuses dos moradores, o estado do muro de Jerusalém era motivo de desprezo dos povos vizinhos pelo Deus de Israel. Neemias igualou o estado do muro ao estado da obediência do povo ao Senhor. Ele entristeceu-se, chorou e lamentou, na verdade, pela reputação de Deus.
2. Ele intercedeu por seu povo (Ne 1.6). "Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança" (Sl 33.12). Cada vez é mais visível o afastamento das pessoas em relação a Deus, temos deixado-O de fora de todas as leis e decisões tomadas a nível político. Nossa nação passou a ter orgulho em rejeitar Deus, em esquecê-lo, em negá-lo. Com Neemias aprendemos que não existe transformação sem intercessão. Se a transformação é o resultado de uma visitação de Deus, a intercessão tem um papel fundamental. Como aconteceu no ministério de Neemias, a visitação de Deus acontece em situações desesperadoras quando o povo de Deus chega à conclusão que humanamente fizeram de tudo e nada aconteceu, e só Deus poderá atuar para mudar o quadro. Infelizmente, nosso povo ainda não percebeu que bradar chavões tipo ‘o Brasil é do Senhor Jesus!’ não produzirá a transformação da nossa nação. O ensino bíblico é que temos o dever de pregar. É verdade que precisamos de uma liderança como Neemias, que incentive e que motive, mas na verdade, precisamos estar dispostos a pagar o preço de levar a mensagem do Reino de Deus. Não sou contra esses chavões, mas acredito que seria mais razoável substituirmos essas frases por aquela frase dita por Bartimeu diante de Jesus: ‘Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!’. É interessante a observação de que a iniciativa de Neemias em perguntar à comitiva que acabara de chegar de Jerusalém pelas condições da cidade e seus moradores (1.2). Foi essa atitude de Neemias que mudou a história. Se não tivermos coragem para o trabalho de Deus não devemos orar pela obra de Deus. Se não quisermos abençoar uma pessoa não devemos lhe perguntar nada. O rumo da vida de Neemias mudou a partir de sua pergunta. Nossa vida vai mudar a partir do momento que decidirmos renunciar e pagar o preço por interceder por nossa nação.
3. Ele fez confissão de pecados (Ne 1.6b). A oração de Neemias revela seu conhecimento e intimidade com Deus. É interessante observar que as únicas coisas que fez antes de buscar o Senhor foi perguntar e ouvir a resposta. Ele não deu nenhuma resposta a seus irmãos. Ele não buscou o rei para ter dele ajuda. Ele não abandonou o palácio. Ele buscou o Deus da obra para fazer a obra de Deus. Ele não agiu como Moisés que quis fazer a obra de Deus sem ser comissionado por Deus, matando um egípcio e não sabendo nem mesmo enterrá-lo. Neemias tinha disposição para orar. Sua oração era fervorosa, tal qual a de Elias. A intercessão de Neemias é contínua: de dia e de noite. Devemos orar em todo tempo (1Ts.5.17; Ef.6.18). Ele orou por quatro meses. Se a obra era gigante, a oração devia igualmente ser. Neemias faz confissão de seus pecados e dos pecados do povo. Ele reconhecia que o caos instaurado na história de Israel era resultado direto do pecado do povo. Ele não busca justificativas em Deus. Ele não se defende de Deus. Ele sequer acusa o povo. Ele simplesmente confessa. Seus dedos não estão apontados em riste para o povo, mas aos céus. Deus nos chama a interceder pelo pecado do povo e pelo nosso pecado, da nossa família, igreja, bairro, cidade, etc. Precisamos assumir nossa posição como intercessores para que as conseqüências dos pecados cometidos por eles, não venham agir sobre nós, como parte do todo. Não podemos incorrer no erro de achar que não somos co-responsáveis por confessar esses pecados por não possuirmos um papel de liderança, mas aprendemos que quando Neemias fez a confissão dos pecados de seu povo, ele era apenas o copeiro do Rei, ele ainda não havia recebido a incumbência de ser o ‘tirshatha’, ‘pehah’ ou governador, mas fazia parte deste povo e sofria pelas conseqüências desses pecados.
Sinopse do Tópico (3)
A intercessão de Neemias caracterizou-se pela adoração a Deus, súplicas pelo povo e confissão sincera de pecados.
RESPONDA
5. Qual foi um dos pontos altos da oração de Neemias?
(III. Conclusão)
Neemias foi um líder fiel às Escrituras. Convocou o povo para voltar-se para a Lei de Deus e fez não apenas uma reforma estrutural e política em Jerusalém, mas por seu trabalho aconteceu também uma reforma espiritual. Metódico, agiu estratégicamente nesse projeto. Ele colocou cada pessoa no lugar certo, para fazer a coisa certa, com a motivação certa; mobilizou todas as pessoas: homens e mulheres, pobres e ricos, sacerdotes e comerciantes, agricultores e ourives – não deixou ninguém de fora. Precisamos de homens e mulheres com essa visão de Reino, abnegados e dedicados à oração para trabalharmos pela restauração moral e espiritual de nossa nação. Acredito que as características marcantes da liderança de Neemias podem nos ajudar na nossa realidade de ser igreja hoje, quando nossa nação entrega-se voluptuosamente ao hedonismo existencialista. Que Deus levante entre nós líderes da estirpe de Neemias!
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. 586 a.C.
2. Setenta anos.
3. O rei Ciro.
4. O nome Neemias significa 'Deus consola'. Ele era filho de Hacalias. Na corte persa, exerceu a função de copeiro do rei Artaxerxes I. Em 444 a.C., após receber noticias preocupantes de Jerusalém, Neemias deixa a Pérsia e viaja para a cidade Santa, a fim de reconstruí-la.
5. A confissão.
Notas Bibliográficas
[1]. Adaptado de GOWER, Ralph. Usos e costumes dos Tempos Bíblicos; CPAD, Rio de Janeiro, RJ. 1ª Ed. 2001; p. 294;
[2]. Extraído de:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neemias e http://pt.wikipedia.org/wiki/Nabucodonosor_II;
[3]. Extraído de:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cativeiro_Babil%C3%B3nico;
[4]. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001. Nota textual de Neemias 1.5, p. 486;
[5]. A Bíblia da Mulher, Mundo Cristão e SBB, 2003. Nota textual de Neemias 1.1, p. 606;
[6]. disponível em:
http://hernandesdiaslopes.com.br/2010/04/neemias-um-lider-que-mudou-a-historia-de-uma-nacao/;
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

avivamento


1
) Avivamento - O que é ?


Reavivamento é o sopro de Deus para tirar a poeira que foi acumulada no decurso dos anos, no período de tempo compreendido entre o último avivamento e o momento atual. Não importa a espessura nem o tipo de poeira. O reavivamento é uma obra de Deus, periódica e poderosa. Ele recoloca a igreja em seu primeiro amor, produz convicção e confissão de pecado, santifica e movimenta a igreja. Desperta o gosto e a disciplina de práticas devocionais particulares, como a leitura e meditação da Palavra de Deus, a oração, o desabafo, a auto-sondagem, a confissão espontânea de fraquezas e fracassos, o sentimento de carência de Deus e a vigilância pessoal. O reavivamento leva a igreja a redescobrir a pessoa e a obra do Espírito para dele se servir outra vez, como nos dias dos apóstolos.

Mesmo tendo um teor místico muito acentuado, reavivamento é muito mais que isso. É o motor de coisas novas, de realizações extraordinárias e de certa duração, na área da educação religiosa, na área de evangelização e missões, na área de socorro ao sofrimento humano. Forçosamente, o reavivamento sempre gera preocupação com os não-salvos pela graça de Deus e com os moralmente marginalizados. A história dos reavivamentos mostra que este sopro do Espírito induz os crentes a fazerem obras de caridade e a levantar a sua voz contra a injustiça social, seja ela qual for e custe o preço que custar.

(Entrevistas com Ashbel Green Simonton, p. 107.)

Outra definição de reavivamento aparece no mais recente livro de John Stott: “Reavivamento é uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de sua santa presença e é surpreendida por ela. Os inconversos se convencem do pecado, arrependem-se e clamam a Deus por misericórdia, geralmente em números enormes e sem qualquer intervenção humana. Os desviados são restaurados. Os indecisos são revigorados. E todo o povo de Deus, inundado de um profundo senso de majestade divina, manifesta em suas vidas o multifacetado fruto do Espírito, dedicando-se às boas obras.” (A Verdade do Evangelho, p. 119.)

2) Avivamento com Pães Asmos



Um avivamento com pães asmos é muito diferente. Ele exclui o velho fermento da maldade e da malícia. O velho fermento é o fermento do mal, da vida pregressa, da cultura pecaminosa da qual somos arrancados e para a qual morremos. O fermento da maldade e da malícia é o fermento da carne, do mundo e do diabo, que penetra na comunidade dos crentes e provoca mau testemunho, escândalo e contradições entre a palavra e a conduta.

Avivamento sempre foi aquecimento do fervor religioso, no sentido de santidade, pureza, renúncia (“não eu, mas Cristo”), vitória sobre o pecado, amor entre os irmãos, devoção pessoal, vontade de evangelizar, consagração ao Senhor. Era avivamento “com os asmos da sinceridade e da verdade” e não “com o fermento da maldade e da malícia”.

A ênfase principal hoje é outra. Não se fala em santidade de vida, mas em curas, sinais e prodígios, espetáculos, sucesso e prosperidade. O que poderia ser, dentro da soberania de Deus, mera conseqüência do avivamento, hoje é o que se busca em primeiro plano. A mudança é sutil, perigosa e deformante. É de influência mundana. Tem relação com a crise social e econômica. Assemelha-se demais com a situação da igreja de Corinto na época de Paulo, onde certos procedimentos pentecostais conviviam com o fermento da maldade e da malícia. Este fermente é que provocava as cisões, a soberba, a imoralidade, o escândalo, a bebedice, a incredulidade (alguns não criam na ressurreição dos mortos)e a carnalidade crônica dos coríntios, “chamados para serem santos” (1 Co 1.2). É a eles que Paulo propõe: “Celebremos a festa (a Páscoa), não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia; e, sim, com os asmos da sinceridade e da verdade” (1 Co 5.8).

Quem está disposto a buscar um avivamento com pães asmos? Este é mais difícil, mais demorado e exige mais oração e muito mais negação de si próprio. Em compensação, é mais profundo, mais demorado e muito mais avassalador.

3) Avivamento sob o ponto de vista histórico



1. Sob o ponto de vista histórico, reavivamento é um período de tempo em que o Espírito Santo de Deus atua maciçamente no meio de um grupo de crentes de um determinado lugar, levando-o a buscar a Deus de forma intensa, deixando de lado a rotina, a frieza e a inércia, e usando-o de maneira fora do comum para o engrandecimento do seu reino. O avivamento em si pode durar pouco tempo, mas os efeitos que ele produz podem durar muito tempo.

2. Em geral, o reavivamento ocorre depois de um período de decadência moral e espiritual, depois da perda gradual e total do primeiro amor (Ap 2.4), depois das concessões feitas perigosamente à doutrina e à ética, depois de um vazio que se torna insuportável, depois de uma liturgia fria e repetitiva, depois de um púlpito seco e não cristocêntrico e também depois de certas tragédias de âmbito nacional ou internacional, provocadas por crises econômicas, epidemias, guerras e flagelos naturais.

3. Durante o reavivamento, a concepção de um Deus absolutamente santo gera convicção de pecado, arrependimento e mudanças. As Escrituras recuperam a sua autoridade de única regra de fé e prática. Volta-se à salvação pela graça mediante a fé e passa-se a acreditar outra vez que fora de Jesus não há salvação. Jesus Cristo torna a ocupar o lugar central na igreja e nos corações dos fiéis. Os crentes se enchem de ânimo e de alegria.

4. Porque a consciência social e a consciência missionária tomam conta dos crentes, surgem novas e muitas vocações para o ministério pastoral, para os campos missionários e para a filantropia. Como resultado prático, abrem-se novos seminários, novas agências missionárias, novas escolas evangélicas, novos ministérios e novas obras assistenciais, como orfanatos, creches e hospitais. As igrejas crescem em quantidade e em qualidade.

5. Embora o reavivamento conduza ao evangelismo, este é uma coisa e aquele é outra. “O evangelismo é boa nova e o reavivamento é vida nova. No evangelismo é o homem que trabalha para Deus, no reavivamento é Deus que trabalha de forma soberana em favor do homem... Toda a vida espiritual, seja no indivíduo ou na comunidade, na igreja ou na nação, é obra do Espírito Santo. Nenhum homem pode programar um reavivamento, porque só Deus é doador de vida.” (F. Carlton Booth, em “Dicionário de Teologia”, p. 76.)

6. O máximo que o elemento humano pode fazer é orar por um reavivamento, como fez o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (Sl 85.6). Ou como o profeta: “Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida” (Hc 3.2). Outra providência possível, já sob a ação do Espírito, é a passagem súbita ou gradativa da igreja de uma esfera carnal para a esfera espiritual, em que se colhe não as obras da carne, mas o fruto do Espírito.

7. Os reavivamentos mais famosos da história da igreja aconteceram na Europa e na América do Norte. Entre eles estão a Reforma Protestante (a partir de João Wycliffe, João Hus, Martinho Lutero, João Calvino e João Knox), o Reavivamento Morávio (com o conde Nicolau von Zinzendorf), o Grande Reavivamento do Século 18 (com João e Carlos Wesley e Jorge Whitefield), a série de reavivamentos ocorridos nas colônias americanas entre 1725 e 1760 (a partir de Teodoro Fredinghuysen e Jônatas Edwards) e os reavivamentos do século 19 (com Charles Finney e D. L. Moody).

8. Na esteira dos reavivamentos religiosos, há sempre alguma coisa espúria, que empobrece e desvirtua o movimento, embora não o impeça nem o danifique por completo. O historiador Welliston Walker lembra que, no clima emocional do início do século 19, insuflado por despertamentos religiosos, surgiram também “vários movimentos que representam significativos afastamentos ou distorções do modelo protestante evangélico” (“História da Igreja Cristã”, vol. 2, p. 279). Alguns deles só se mostraram perigosos vários anos depois. Hoje são grupos fortes e numerosos espalhados pela face da terra, como as Testemunhas de Jeová e os Mórmons. Quando esteve no Brasil, em 1952, o também historiador e avivalista J. Edwin Orr declarou que para cada grande reavivamento da história havia uma reação contrária, desde João Wycliffe (1329-1384) até Billy Graham.
4) Riscos de distorção em tempos de avivamento


A oração de Habacuque — “Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida” (Hc 3.2) — é bem oportuna e sempre bem-vinda.

O cansaço, o desgaste, a rotina, o secularismo, o esquecimento, os desvios tanto de comportamento como de doutrina, o egoísmo, a descrença, o esfriamento do amor e do entusiasmo, a desobediência, o orgulho, o sectarismo e coisas semelhantes deixam a igreja em situação de miséria. E a brasa quase apagada exige um novo e vigoroso sopro do Espírito Santo. Então é preciso pedir que Deus visite constantemente a sua vinha e restaure o seu vigor, como suplica o salmista (Sl 80.14-19). O Velho Testamento e a história eclesiástica apresentam um sem-número de fortalecimentos poderosos e quase repentinos da vinha por meio da atuação do Espírito.

Porém, sempre há riscos em tempos de reavivamento. Já que estes problemas existem e são uma verdade histórica, não é demais tomar-se a necessária precaução. Não se deve fazer restrições ao Espírito, mas nem sempre o que se ensina e se faz é do Espírito. É costume pregar uma soltura total, sem qualquer tipo de questionamento, para não entristecer nem abafar o Espírito. Não é bem assim que a Palavra de Deus nos ensina. Por causa de toda essa ingenuidade e do sacrifício da razão, não poucos movimentos reavivalistas têm dado em nada, quando se não corrompem a ponto de criar movimentos heréticos. Não é à toa que Paulo fala em “retorno à sensatez” (2 Tm 2.26) e recomenda o bom senso (1 Tm 2.9-15). É preciso receber a palavra pregada “com toda a avidez”, mas também com a cautela dos bereanos, que examinavam “as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de fato assim” (At 17.11). John Mackay lembra que “a entrega sem reflexão é fanatismo”, mas reflexão sem entrega é a paralisia de toda ação”. Embora inspirado pelo Espírito para produzir o terceiro Evangelho, Lucas empreendeu uma narração coordenada e em ordem da vida de Jesus, depois de ouvir as testemunhas oculares e “depois de acurada investigação de tudo desde sua origem” (Lc 1.1-4). Em seu livro “Crer é Também Pensar”, John Stott cita o respeitável Lloyd Jones: “A fé é basicamente o ato de pensar, e todo problema de quem tem uma fé pequena é não pensar. A Bíblia está repleta de lógica, e, de forma alguma, devemos pensar que a fé seja algo meramente místico. A fé cristã é, em sua essência, o ato de pensar. É insistir em pensar quando tudo parece estar determinado a nos oprimir e a nos pôr por terra, intelectualmente falando.”

1. O risco da super-espiritualidade

Francis Schaeffer chama de super-espiritualidade a tendência de alguns avivados em desprezar o intelecto, a apologia, o corpo e a cultura, para dar ênfase ao espetacular e ao extraordinário. Para ele, “nós estamos no meio de outra luta titânica entre a falsa espiritualidade e a fé cristã equilibrada”. Já que um extremo sempre provoca outro extremo em direção contrária, um dos perigos da super-espiritualidade é que ela pode provocar uma valorização exagerada do intelecto.

2. O risco da ênfase demasiada em aparições e visões

Quase todas as seitas heréticas tiveram sua origem em visões espetaculares. O islamismo, a maior religião do mundo depois do cristianismo e a que mais cresce, é fruto das visões de Maomé por volta do ano 600. A mariologia católica romana repousa em grande parte sobre as visões de Lourdes (1858), Fátima (1918) e Meljugorje (1981).

3. O risco da sede demasiada de milagres

Milagres de cura e outros sempre aconteceram antes de Cristo, durante o ministério de Jesus e dos apóstolos e depois de Cristo. Mas não são os únicos meios de se chegar à verdade, porque eles existem também fora do ambiente cristão, como a história bíblica revela (Êx 7.11 e 22; 8.7) e como Jesus mesmo ensina (Mt 7.21-23). O Apocalipse registra que a besta que emerge da terra curará a ferida mortal da besta que emerge do mar, fará descer fogo do céu à terra e comunicará fôlego à imagem da besta (Ap 13.11-18). Há caso de curas verdadeiras no protestantismo histórico, no protestantismo pentecostal, no catolicismo tradicional, na Renovação Carismática Católica e no meio não cristão. A revista “Newsweek” de 1º de maio de 2000 relata a ocorrência de milagres e curas no catolicismo, no pentecostalismo, no judaísmo, no islamismo, no hinduísmo e no budismo. O Papa acaba de ir a Portugal para agradecer à virgem de Fátima o milagre que o teria salvo do atentado de 1981. O jornal “Gotas de Luz”, da Igreja Messiânica Mundial do Brasil, publica o testemunho do médico angolano que se tornou messiânico por ter sido curado de grave doença em novembro de 1999.

4. O risco de demasiada dependência de emoções

Emoção não é pecado. É uma reação natural frente ao prazer e ao desprazer. O cristianismo é uma fonte de emoções. Há uma porção enorme de experiências que provocam emoções: a descoberta de Deus, a aceitação do evangelho, o perdão de pecados, a prática da comunhão com Deus e com os irmãos, o fruto do Espírito (amor, alegria, paz etc.), a prática do desabafo espiritual, o exercício da esperança e assim por diante. O verdadeiro cristão não é seco. Ele vibra, alegra-se e também chora. Todavia, o crente não deve ser movido a emoções. As emoções falham muitas vezes. São circunstanciais. Dependem com freqüência de um belo dia, de um bom estado de saúde, de companhia, de boas notícias. A vida vitoriosa não pode depender das emoções. Ela precisa depender da autoridade da Palavra de Deus. Se as emoções falham, a Palavra não falha, pois quem faz as promessas é “o Deus que não pode mentir” (Tt 1.2). O crente movido a emoções é volúvel, instável e vítima de arroubos e depressões constantes. A ordem certa, como diz F. B. Meyer, é fato (o que a Bíblia diz), fé (apropriação das promessas de Deus) e emoções (conseqüência natural, imediata ou posterior). Não é necessário, por exemplo, esperar uma agradável sensação para se ter certeza do perdão depois da confissão de pecado. Basta valer-se da promessa de que “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Colocar o sentir antes do crer nas promessas de Deus é o mesmo que tentar construir o último andar de um edifício sem ter lançado os alicerces. O ambiente carregado de emoções, às vezes premeditada e artificialmente, facilita o reavivamento, mas não lhe dá profundidade nem base teológica suficiente.

5. O risco do fanatismo

A distância entre o zelo e o fanatismo não é muito grande, mas a diferença entre um e outro é gigantesca. O Espírito nos leva ao zelo, ao entusiasmo, à plena submissão, à devoção total, ao desprendimento, mas nunca ao fanatismo. O fanatismo depende de renúncia do bom senso e do equilíbrio religioso. Winston Churchill dizia que um fanático “é um sujeito que não muda de idéia nem de assunto”. O diabo detesta o zelo dos cristãos, mas adora o seu fanatismo. O fanatismo destrói anos inteiros de serviço abnegado, provoca tragédia, morte e escândalo. O caminho que leva à explosão do fanatismo é sutil, está coberto de peles de ovelhas. Por causa do fanatismo religioso, milhões têm se afastado de vez da fé cristã, horrorizados, aturdidos, enojados e revoltados. Paulo assevera que “Deus não nos têm dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Tm 1.7). Repetidas vezes, Deus ordena ao seu povo (Dt 5.32; 17.11, 20; 28.14) e aos seus líderes (Js 1.17) que não se desviem “nem para a direita nem para a esquerda”.