Espiritualidade, Apologética, Teologia, Cosmovisão Cristã, Pensamento Contemporâneo e muito mais!.
sábado, 22 de agosto de 2020
domingo, 16 de agosto de 2020
De 2 milhões a mil: peregrinação muçulmana a Meca sofre alterações por pandemia
Muçulmanos observaram os primeiros rituais de um Hajj —peregrinação anual a Meca— histórico nesta quarta-feira (29), com cerca de mil peregrinos aderindo a "bolhas de segurança" e medidas de distância social em meio ao medo do novo coronavírus.
Enquanto o Hajj normalmente reúne uma multidão enorme, convergindo em torno do altar mais sagrado do islamismo, a peregrinação deste ano conta com fiéis circulando a Caaba seguindo círculos concêntricos marcados no chão. Peregrinos separados por metros usam máscaras e caminham em ritmo controlado.
Número limitado de peregrinos caminham em torno do mais sagrado altar do islamismo em Meca
O Tawaf-Al-Qudum, rito de passagem em grupo na cidade sagrada de Meca, foi diferente de tudo que os muçulmanos assistindo às procissões pela televisão já tinham visto antes. Em média, mais de dois milhões de fiéis participam do Hajj, que é considerado um dos cinco pilares do Islã.
Peregrinos internacionais foram barrados do Hajj deste ano. Os selecionados para participar são estrangeiros que residem na Arábia Saudita e sauditas natos entre as idades de 20 e 50 anos.
Peregrinos mantêm distanciamento enquanto circulam altar em Meca
"Estamos tentando aplicar o conceito de 'bolhas de segurança', em que cada peregrino terá um ambiente em seu entorno que é tão livre e seguro quanto possível de qualquer risco, então tudo que é necessário para os Hajjis é seu equipamento de proteção pessoal. Produtos de higiene serão fornecidos sem custo", disse Abdullah Assiri, assistente do vice-ministro de Saúde Preventiva no Ministério da Saúde saudita, à CNN.
Na Grande Mesquita, lacunas separavam os tapetes de oração dos fiéis, quando normalmente o ritual acontece ombro a ombro com outros religiosos. Todos esses peregrinos já passaram por uma quarentena rigorosa e um processo de avaliação de saúde, de acordo com as autoridades do país.
"Há alguns rituais do Hajj em que realmente não podemos separar [os peregrinos], porque eles têm de estar no mesmo lugar ao mesmo tempo, então tivemos que preparar esses lugares de maneira que o distanciamento social seja mantido e também para disponibilizar equipamentos de proteção individual", disse Assiri.
(Texto traduzido, veja o original em inglês)
Agentes de segurança ao lado da entrada da Grande Mesquita de Meca fiscalizam distanciamento
Em 15 dias, Pantanal supera queimadas registradas em agosto de 2019
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 15 dias o Pantanal teve quase o dobro de focos de queimadas em comparação com o mês inteiro de agosto em 2019.
Os focos de queimadas ativos detectados na região até a metade de agosto deste ano correspondem a 3.121, enquanto todo o mês do ano passado contabilizou 1.690.
Ao comparar dias isolados, o aumento fica ainda mais desproporcional. A data com índices mais altos de queimadas detectadas no Pantanal foi o último sábado (15), com 521. Já em 2019, o dia 18 teve o registro mais alto, 214 - menos da metade da data com a maior taxa no mês em 2020, que ainda está na metade.
2019 terminou com 10.025 queimadas no bioma, sendo o ano com mais focos registrados desde 2005, que teve 12.536. Até o momento, 2020 contabiliza 7.339 focos de queimadas na região, 4.174 a mais do que o ano passado no mesmo período.
Operação Pantanal realizada pelos bombeiros tenta controlar as chamas em vegetação
terça-feira, 11 de agosto de 2020
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA
Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20
VICTÓRIA GEARINI PUBLICADO EM 07/06/2020, ÀS 09H00
Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.
Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito).
Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.
Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada "Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo", na Feira de St. Louis.
Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.
Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: "exibido todas as tardes durante setembro". A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.
Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos.
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-ota-benga.phtml
SAMUEL VERNER: O MISSIONÁRIO QUE EXPLORAVA ESCRAVOS EM ZOOLÓGICOS HUMANOS
O escravocrata estadunidense foi responsável por explorar pessoas negras que capturava no Congo
VICTÓRIA GEARINI PUBLICADO EM 18/07/2020, ÀS 21H15
Samuel Phillips Verner foi um escravocrata e missionário estadunidense responsável por explorar negros escravizados em zoológicos humanos nos Estados Unidos. Entre um dos nomes mais conhecidos está de Ota Benga, que foi capturado por Verner e exposto no zoológico do Bronx.
Missionário na África
Nascido em 14 de novembro de 1873, Samuel Phillips Verner foi criado em uma família presbiteriana da Carolina do Sul e estudou na Columbia. Posteriormente, formou-se na Universidade da Carolina do Sul e, após sofrer um colapso mental, passou a trabalhar em ferrovias.
Cerca de um ano depois foi convidado para trabalhar ao lado de seu tio, AL Phillips, em Tuscaloosa, no Alabama, onde passou a lecionar no Instituto Stillman. Após ler as obras de David Livingstone e Henry Morton Stanleyem sobre viagens à África, ele entrou em contato com a família de Samuel N. Lapsley, o primeiro missionário presbiteriano a morrer no Congo.
Em 1895, sob as ordens do secretário das Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana, Dr. SH Chester, Verner mudou-se para o continente africano. Ao lado de Joseph Phipps, o missionário embarcou no RMS Roquelle em direção a Matadi, no Congo. No país, ele estudou a língua tshiluba.
Embora a pesquisadora Pamela Newkir questione o controverso acidente de Verner no Congo, acredita-se que, em dezembro de 1897, ele tenha caído em uma armadilha feita para animais. O acidente lhe causou uma grave lesão, pois a estaca que o perfurou estaria envenenada. O missionário teria sido socorrido por um de seus assistentes que o teria levado até uma curandeira local.
Segundo Pamela Newkir, Verner teria se relacionado, ainda, com uma mulher congolesa em Luebo, deixando pelo menos dois filhos. Em 1898, com o pretexto que pretendia ensinar inglês, Verner levou três congoleses para os Estados Unidos. Um ano depois, renunciou ao trabalho missionário no país.
Os zoológicos humanos
No entanto, no início dos anos de 1900, Verner voltou para o continente africano, a fim de trazer mais escravos para os Estados Unidos. Na época, escreveu diversos artigos e foi considerado pela sociedade escravocrata um especialista do colonialismo africano.
O missionário foi responsável, ainda, por contrabandear animais selvagens da África, que vendeu para os jardins zoológicos estadunidenses. Amigo do primeiro diretor do Parque Zoológico de Nova York, William Temple Hornaday, Verner contrabandeou diversos chimpanzés para Hornaday.
Em 1904, Verner capturou pessoas africanas para serem expostas na Feira Mundial de St. Louis. Posteriormente, Ota Benga tornou-se conhecido nos Estados Unidos após ser exposto como "atração" no zoológico do Bronx. De acordo com os escritos de Verner, o rapaz teria sido encontrado perto da confluência dos rios Kasai e Sankuru, onde era mantido em cativeiro pelo povo Baschilele.
Ao retornar para os Estados Unidos, Verner vendeu Benga para o zoológico do Bronx, mas alegou em seus artigos que o rapaz era livre. Na época, o missionário disse que não ganhou nenhuma quantia financeira com a exposição de Benga no zoológico. Em 1906, o garoto foi libertado pelo prefeito da cidade de Nova York.
Após o caso de Benga, Verner entrou na obscuridade, vindo a falecer no dia 9 de outubro de 1943. Anos depois, seu neto, Phillips Verner Bradford, publicou um livro sobre a trajetória de Ota Benga