segunda-feira, 10 de agosto de 2020

OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA

 Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20

VICTÓRIA GEARINI PUBLICADO EM 07/06/2020, ÀS 09H00

Retrato de Ota Benga
Retrato de Ota Benga - Wikimedia Commons

Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.

Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito). 

Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.

Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada "Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo", na Feira de St. Louis. 

Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.

Benga em imagem rara / Crédito: Divulgação

 

Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: "exibido todas as tardes durante setembro". A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.

Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos. 

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-ota-benga.phtml

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