A transexual Viviany Beleboni, 27 anos, causou grande polêmica durante a Parada Gay de São Paulo, em 2015. Ela desfilou “crucificada”, numa provocação aos religiosos, que ela considera serem responsáveis pela homofobia no país.
Mais de um ano depois, ela foi intimada a prestar esclarecimentos no 78º Distrito Policial de São Paulo. Isso é consequência da representação movida junto ao Ministério Público do estado (MP-SP), no ano passado, pela Associação das Igrejas Evangélicas de São Paulo.
A denúncia feita é por causa da possível violação do artigo 208 do Código Penal. Viviany é acusada de ultraje, impedimento ou perturbação de culto religioso. Dia 21 de junho ela precisará prestar depoimento à polícia.
A advogada da modelo trans alega que, se o relato mostrar-se suficiente, o caso deverá ser arquivado. Porém, se permanecerem dúvidas, a apuração do MP prosseguirá, podendo necessitar de novos depoimentos da atriz ou de terceiros.
Viviany critica o pedido da Associação de Igrejas Evangélicas. “Não vivemos em um estado laico. Estamos vivendo em uma teocracia armada por pessoas vazias e que incitam o ódio distorcendo palavra e imagens. Tenho ânsia de certos políticos, pois o sangue de muitos está nas mãos deles pelos seus discursos de ódio, dignos de pena”, acusou.
Nas redes sociais, Viviany pediu o fim da “política com religião”. “Lutarei até o fim por democracia, que não existe nesse país”, escreveu ela numa postagem do Facebook.
Chamou a Bíblia de retrocesso
Após as críticas no ano passado, incluindo protestos dos deputados da bancada evangélica, a fantasia de Viviany na parada gay de 2016 foi uma provocação aos evangélicos. “O meu protesto este ano é contra os fundamentalistas que barram as nossas leis. Vou falar de religião quantas vezes forem necessárias”, afirmou.
Com uma mordaça na boca e uma balança sobre os ombros, ela colocou uma Bíblia com os dizeres “retrocesso” e “bancada evangélica”. Desse modo, faz uma provocação a todos os cristãos, que certamente não acreditam que o conteúdo das Escrituras representa um retrocesso para a sociedade.
O foco da Parada esse ano mostra que os movimentos liberais, em especial os de cunho marxista, escolheram os que lutam pelas bandeiras cristãs na política como seus principais inimigos. Com informações de G1
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