Hoje, no ambiente universitário, vigora insaciável repulsa ao pensamento judaico-cristão, apontado como estrutura retrógrada que freia o progressismo.
O positivismo, filosofia desenvolvida pelo francês Auguste Comte, que teve importância inequívoca na história brasileira (o lema de nossa bandeira – Ordem e Progresso – deriva de sua influência), buscava transportar o método científico para o estudo das ciências sociais.
Influenciado por Henri de Saint Simon, pai do socialismo utópico, Auguste Comte projetou transformar o estudo da sociedade numa espécie de supraciência, que transcendesse e ultrapassasse todas as outras.
Comte acreditava que a sociedade humana podia ser estudada sob o prisma dos três seguintes estados:
– Estado teológico
– Estado metafísico
– Estado científico
A meta a ser ambicionada era atingir o último estado, o científico, em que a sociedade teria superado toda a conjuntura não racional, focada e pautada numa ótica em que a ciência e o racionalismo contemplassem todas as áreas da existência.
Para Comte, até a Revolução Francesa, a humanidade viveu no estado teológico, em que a vontade de(os) Deus(es) pairava acima de todas as coisas.
O status seguinte, o estado metafísico, foi atingido após a Revolução, onde começou o processo transitório para o estado elevado. Nesta fase, as ideias seculares e iluministas suplantaram o trevoso estado anterior, mas ainda, sem atingir o estofo completo para a chegada do estado em que todas as regras fossem ditadas e determinadas pela ciência.
Tal estado seria conquistado a partir da intensificação do racionalismo, com a ruptura com os elementos que remetiam ao estado anterior.
Após a morte de Auguste Comte, a sociologia, ciência tanto ambicionada por ele, recebeu doses cavalares de marxismo e migrou para o caminho visto hoje em todos os ramos das ciências sociais.
A repulsa ao cristianismo foi elevada à enésima potência, fazendo com que os primeiros rudimentos sociológicos do positivismo parecessem carinhos diante do que a esquerda acadêmica tentaria fazer com o cristianismo.
Hoje, no ambiente universitário, vigora insaciável repulsa ao pensamento judaico-cristão, apontado como estrutura retrógrada que freia o progressismo.
O que nos permite constatar, que, mesmo sem saber, Comte lhes deu a senha, ao descrever os três estados.
O cristianismo, a despeito de seus detratores, permanece, entretanto, a secularização da sociedade ocidental, overdosada de doutrinação politicamente correta – e sempre à esquerda – nos permite a clara percepção de que, mesmo as nações com maior volume percentual de cristãos, estão mais próximas do estado racional-científico de Comte do que de um estado teológico, em que Deus, sua lei e preceitos, vigoram como prioritários.
Nações que ostentam mais de metade de sua população como cristã, são, na verdade, ao menos no século atual, cheias de cristãos meramente nominais, sem qualquer comprometimento com a sã doutrina.
Preferem o evolucionismo à verdade bíblica, a concessão a toda sorte de pecados à firmeza bíblica.
Cada cristão pode optar por presidir sua vida por uma das premissas opostas propostas por Comte. Você pode, a despeito das ações ateístas de um mundo secularizado, fazer de si mesmo um refúgio de estado teológico, ou preferir dar ares materialistas à sabedoria que homem algum atingirá.
Escolher o Estado teológico não é renegar os benefícios advindos do desenvolvimento científico, que beneficiam e facilitam nossa vida, nem advogar pela incultura. É apenas optar em viver cada dia de sua vida, colocando a Palavra de Deus como Norte que supera qualquer doutrina humana.
E não esqueça que a morada preparada aos salvos, é um estado em que Deus reina permanentemente.
Auguste Comte o chamaria de estado teológico…
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