sábado, 8 de junho de 2013

A BÍBLIA EM PORTUGUÊS




A BÍBLIA EM PORTUGUÊS


DOM DINIZ
“Venturoso, ou “bem-aventurado”. A despeito de este titulo ter sido atribuído a D. Manuel como principal incentivador das grandes navegações, mais bem-aventurado que este rei português foi um de seus antecessores, D. Diniz (1279-1325), por ter sido a primeira pessoa a traduzir para a língua portuguesa o texto bíblico, tornando assim possível a futura grande navegação dos leitores de língua portuguesa pelo imenso mar da Palavra de Deus.

Grande conhecedor do latim clássico, e leitor da versão da Bíblia, a Vulgata Latina, D. Diniz resolveu enriquecer o português traduzindo as Sagradas Escrituras para o nosso idioma, tomando como base a Vulgata Latina. Embora lhe faltasse perseverança e por isso só tenha conseguido traduzir os vinte primeiros capítulos do livro de Gênesis, esse seu esforço o colocou numa posição historicamente anterior a alguns dos primeiros tradutores da Bíblia para outros idiomas, como João Wycliff, por exemplo, que só em 1380 traduziu as Escrituras para o inglês.

Fernão Lopes, disse em seu curioso estilo de cronista do século XV, que D. João I (1385-1433), um dos sucessores de D. Diniz no trono português, “fez grandes letrados tirar em linguagem os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as Epístolas de Paulo, para que aqueles que os ouvissem fossem mais devotos acerca da lei de Deus” (Crônica de D. João I, 2ª parte). Esses “grandes letrados” eram vários padres que também se utilizaram da Vulgata Latina em seu trabalho de tradução.

Enquanto esses padres trabalhavam, D. João I, também conhecedor do latim, traduziu o livro de Salmos, que foi reunido aos livros do Novo Testamento, traduzidos pelos padres. Seu sucessor, D. João II, outro grande apoiador das traduções do texto bíblico, mandou gravar no seu cetro a parte final do versículo 31 de Romanos 8: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”, atestando assim o quanto os soberanos portugueses reverenciavam a Bíblia.
Como nessa época a imprensa ainda não havia sido inventada, os livros eram produzidos em forma manuscrita, fazendo-se uso de folhas de pergaminho. Isso tornava sua circulação extremamente reduzida. Por ser um trabalho lento e caro era necessário que ou a Igreja Romana ou alguém muito rico assumisse os custos do projeto. Ninguém mais indicado que os nobres e os reis.

Outras figuras da monarquia de Portugal também realizaram traduções parciais da Bíblia. A neta do rei D. João I e filha do Infante D. Pedro, a Infanta D. Filipa, traduziu do francês os Evangelhos. No século XV surgiram publicados em Lisboa oEvangelho de Mateus e porções dos demais Evangelhos, um trabalho realizado pelo frei Bernardo de Alcobaça, que pertenceu a grande escola de tradutores portugueses da Real Abadia de Alcobaça. Ele baseou suas traduções na Vulgata Latina.

Primeira Harmonia dos Evangelhos em língua portuguesa, preparada em 1495 pelo cronista Valentim Fernandes, e intitulada da Vita Christi, teve os seus custos de publicação pagos pela rainha Dona Leonora, esposa de D. João II. Cinco anos após o descobrimento do Brasil, D. Leonora, mandou também imprimir o livro de Atos dos Apóstolos e as epístolas universais de Tiago, Pedro, João e Judas, que haviam sido traduzidos do latim vários anos antes por frei Bernardo de Brinega.

Em 1556 foi publicado em Lisboa uma gramática hebraica para estudantes portugueses. Ela trazia em português como texto básico o livro de Obadias.

A TRADUÇÃO DE JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA
Coube a João Ferreira de Almeida a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez para o português o Antigo e o Novo Testamento. Nascido em 1628, em Torre de Tavares, nas proximidades de Lisboa, João, quando tinha 12 anos de idade, mudou-se para o sudoeste da Ásia. Após viver dois anos na Batávia (atual Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, Almeida partiu para Málaca, na Malásia, e pela leitura de um folheto em espanhol acerca das diferenças da cristandade converteu-se do catolicismo a fé evangélica. No ano seguinte começou a pregar o evangelho no Ceilão (hoje Sri Lanka) e em muitos pontos da costa Malabar.

João não tinha 17 anos de idade quando iniciou o trabalho de tradução da Bíblia para o português, mas lamentavelmente perdeu seu manuscrito e teve de reiniciar a tradução em 1648.

Por conhecer o hebraico e o grego, Almeida pôde utilizar-se de manuscritos dessas línguas. Utilizou em sua tradução o Textus Receptus, do grupo bizantino. Durante esse exaustivo e criterioso trabalho, ele também se serviu das traduções holandesas, francesas, italiana espanhola e da Vulgata Latina.

Em 1676, Almeida concluiu a tradução do Novo Testamento, e naquele mesmo ano remeteu o manuscrito para ser impresso na Batávia, mas o lento trabalho de revisão a que a tradução foi submetia levou João a retomá-la e enviá-la para ser impressa em Amsterdã, na Holanda. Finalmente em 1681 surgiu o primeiro Novo Testamento em Português, trazendo na primeira página os seguintes dizeres:

“O Novo Testamento, isto é, Todos o Sacro Santos Livros e Escritos Evangélicos e Apostólicos do Novo Concerto de Nosso Fiel Salvador e Redentor Jesus Cristo, agora traduzido em português João Ferreira de Almeida, ministro pregador do Santo Evangelho. Com todas as licenças necessárias. Em Amsterdã, por viúva de J. V. Someren. Ano 1681”.

Milhares de erros foram detectados nesse Novo Testamento de Almeida, muitos deles produzidos pela comissão de eruditos que tentou harmonizar o texto em português com a tradução com a tradução holandesa de 1637. O próprio Almeida identificou mais de dois mil erros nessa tradução, e outro revisor, Ribeiros dos Santos, afirmou ter encontrado um número bem maior que dois mil erros.

Logo após a publicação do Novo Testamento, Almeida iniciou a tradução do Antigo Testamento, e ao falecer em 6 de agosto de 1691, havia traduzido até Ezequiel 41.21. Em 1748, o pastor Jacobus op den Akker, da Batávia, reiniciou o trabalho interrompido por Almeida, e cinco anos depois, em 1753 foi impressa a primeira Bíblia completa em português, em dois volumes. Estava, portanto, concluído o inestimável trabalho de tradução da Bíblia por João Ferreira de Almeida.

Apesar dos erros iniciais, ao longo dos anos estudiosos evangélicos têm depurado a obra de João Ferreira de Almeida, tornando-a a preferida dos leitores de língua portuguesa.

A TRADUÇÃO DE FIGUEIREDO
Nascido em 1725, em Tomar, nas proximidades de Lisboa, o padre Antonio Pereira de Figueiredo, partindo da Vulgata Latina, traduziu integralmente o Novo e o Antigo Testamento, gastando dezoito anos nessa laboriosa tarefa. A primeira edição do Novo Testamento saiu em 1778, em seis volumes. Quanto ao Antigo Testamento, os dezesseis volumes de sua primeira edição foram publicados de 1783 a 1790. Em 1819 veio a luz a Bíblia completa de Figueiredo, em sete volumes, e em 1821 ela foi publicada pela primeira vez em um volume único.

Figueiredo inclui em sua tradução os chamados livros apócrifos que o Concílio de Trento havia acrescentado aos livros canônicos em 8 de abril de 1546. Esse fato tem contribuído para que a sua Bíblia seja ainda hoje apreciada pelos católicos romanos nos países de fala portuguesa.

Na condição de exímio filólogo e latinista, Figueiredo pôde utilizar-se de um estilo sublime e grandiloqüente, e seu trabalho resultou em um verdadeiro monumento da prosa portuguesa. Porém, por não conhecer as línguas originais e ter-se baseado tão-somente na Vulgata Latina, sua tradução não tem suplantado a preferência popular pelo texto de Almeida.

OUTRAS TRADUÇÕES
Outras traduções em língua portuguesa, realizadas em Portugal, são dignas de menção:

- Os quatro Evangelhos, traduzidos em elegante português pelo padre jesuíta Luiz Brandão.

- No inicio do século XIX, o padre Antonio Ribeiro dos Santos, traduziu os Evangelhos de Mateus e Marcos.

É fundamental salientar que todas essas obras, exceção feita a tradução de Figueiredo, sofreram ao longo dos séculos, implacável perseguição da Igreja Romana, e de muitas delas só escaparem um ou dois exemplares, hoje raríssimos. A Igreja Romana também amaldiçoou a todos os que conservassem consigo essas “traduções da Bíblia em idioma vulgar”, conforme as denominavam.

CÓDICES, MANUSCRITOS BÍBLICOS




CÓDICES, MANUSCRITOS BÍBLICOS

MANUSCRITOS
Alguns escritos originais, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, se perderam ao longo dos séculos por vários motivos. Os textos que temos hoje são cópias tiradas de outras cópias até chegarem à formatação atual.

O termo manuscrito vem do latim manus, “mão”, e scriptus, “escrita”, a saber, um documento escrito a mão. Essa palavra, como é usada hoje, está restrita àquelas cópias da Bíblia feitas no mesmo idioma em que foram originalmente escritos.

Os escritos originais, autênticos, saídos das mãos de um profeta ou apóstolo, ou de um amanuense, eram chamados de autógrafos. Devido às perseguições que houve antes e depois de Cristo, os escritos sagrados originais desapareceram. Entretanto, existem várias cópias a também traduções das Escrituras que sobreviveram aos muitos ataques.

Devido ao seu zelo, os estudiosos judeus (escribas, zugot, tanaítas etc.) conseguiram preservar inacreditavelmente suas tradições textuais. Os milhares de manuscritos hebraicos, com sua confirmação pela Septuaginta e pelo Pentateuco samaritano, e as várias outras comparações de fora e de dentro do texto, dão apoio surpreendente à confiabilidade do texto do Antigo Testamento.

Da mesma maneira, a fidelidade do texto do Novo Testamento é um fato, contando com evidencias esmagadoras para apoiar sua confiabilidade.

Contando apenas as cópias gregas, o texto do Novo Testamento é preservado em aproximadamente 5.686 porções manuscritas parciais e completas que foram copiadas a mão a partir do século I até o século XV. Alem dos manuscritos gregos, há várias traduções partindo do grego. Contando com as principais traduções antigas em aramaico, copta, árabe, latim e outras línguas, há 9 mil cópias do Novo Testamento. Isso dá um total de mais de 14 mil cópias do Novo Testamento. Além disso, se compilarmos as milhares de citações dos pais da igreja primitiva dos séculos II a IV pode-se reconstruir todo o Novo Testamento com exceção de onze versículos.

CLASSIFICAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Os manuscritos estão divididos em duas classes:

1- Unciais (do latim uncia, polegada). São assim chamados por serem escritos em grandes letras maiúsculas sobre velinho delgado. Trata-se dos manuscritos mais antigos.

2- Cursivos. Vieram mais tarde os manuscritos cursivos, que receberam esse nome por serem escritos com letras "cursivas" ou a mão. Datam do século X ou século XV d.C. Dos 4.500 manuscritos existentes, cerca de 300 são unciais e o restante, cursivos.

OS ESCRITOS EM CODEX
A partir do quarto século depois de Cristo, os livros cristãos passaram a ser escritos em codex, palavra derivada de caudex, que era uma tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete metálico. Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares, à esquerda, os códices ficavam em forma de livro, portanto bem mais práticos de serem manuseados que os antigos rolos.

OS GRANDES CÓDICES UNCIAIS
Até o século IX os manuscritos unciais eram os únicos utilizados no Novo Testamento. Foram catalogados 268 manuscritos unciais do Novo Testamento. Por serem mais antigos, são considerados as fontes mais importantes no estudo do Novo Testamento. Quanto mais antiga a cópia, mais próxima da composição original ela está e menos erros dos copistas apresentam. A maior parte do Novo Testamento é preservada em manuscritos feitos a menos de duzentos anos após o original, sendo alguns livros do Novo Testamento de pouco menos de cem anos após a sua composição.

SINAÍTICO – Códice Alef
Produzido em cerca de 325 d.C., contem todo o Antigo Testamento grego, além das epístolas de Barnabé e parte do Pastor de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino Tischendorf, em 1844, no mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do Sinai. Tischendorf viu 129 páginas do manuscrito numa cesta de papel, para serem lançadas no fogo. Percebendo o seu enorme valor, levou-as para a Europa. Nesse mesmo ano, ele descobriu 43 folhas de velino contendo porções da Septuaginta (I Crônicas, Jeremias, Neemias e Ester). Este pesquisador descobriu que as páginas desse manuscrito eram utilizadas pelos monges para acender o fogo.

Em 1859 ele voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada por seu descobridor a Alexandre II, da Rússia, essa preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra pela vultosa quantia de cem mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde 1933, e é considerada a testemunha mais importante do texto bíblico por sua antiguidade, precisão e ausência de omissão.

Junto com o Vaticano, o Sinaítico é considerado um dos dois manuscritos mais importantes existentes. Ele é o único que contém o Novo Testamento completo.

ALEXANDRINO – Códice A
De meados do quarto século d.C., contem o Antigo Testamento grego e quase todo o Novo Testamento, com omissões de 24 capítulos de Mateus, cerce de quatro de João e oito de 2 Coríntios. Contém ainda a Primeira Epístola de Clemente de Roma e parte da Segunda. É o melhor testemunho existente do texto do Apocalipse. Em 1708 esse códice foi dado de presente ao patriarca de Alexandria, que lhe deu a designação que ostenta até hoje. Está no Museu Britânico.

Foi provavelmente escrito em Alexandria, no Egito. Não chega a alcançar o elevado padrão dos manuscritos Vaticano e Sinaítico.

VATICANO – Códice B
Este famoso uncial em velino, datado do inicio do século IV, está escrito em grego e contém o texto completo da Septuaginta, com exceção dos livros dos Macabeus e da Oração de Manassés. Datado do século IV (350 ou 325 d.C).

Não era conhecido pelos estudiosos textuais até 1475, quando foi catalogado na Biblioteca do Vaticano, em Roma, pertencente à Igreja Católica Romana. Contém 759 folhas, sendo 617 no Antigo Testamento e 142 no Novo Testamento.

Esse manuscrito é considerado como a melhor cópia conhecida do Novo Testamento. É interessante notar que não incluiu Marcos 16.9-20, porém o escriba deixou mais de uma coluna vazia nesse lugar, como se conhecesse esses versículos, mas estivesse indeciso quanto a incluí-los o não.

EPHRAEMI RESCRIPTUS – Códice C
Também conhecido como códice polimpsesto. Este manuscrito continha todo o Antigo e Novo Testamento. Conservam-se atualmente só os textos de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria, Eclesiástico e Cântico dos Cânticos, e do Novo Testamento ainda preservam-se parte do todos os livros, exceto 2 Tessalonicenses e 2 João. Suspeita-se que se originou em Alexandria, no Egito, e é datado do início do século V (por volta de 450).

Este manuscrito foi raspado, por isso é chamado de polimpsesto. O texto sagrado foi apagado par que nesses pergaminhos se escrevessem os sermões de Ephraem, pai da igreja do século IV, por essa razão foi chamado de Manuscrito Ephraemi Rescriptus.

Por meio de solução química, o Dr. Tischendorf foi capaz de decifrar as escritas quase invisíveis dos pergaminhos. Esse manuscrito está conservado na Biblioteca Nacional de Paris.

BEZAE – Códice D
Também chamado de Códice de Cambridge, datado por volta do século V ou VI. Este é o mais antigo manuscrito conhecido em dois idiomas; é um códice Greco-latino. A página esquerda é grego, enquanto o texto correspondente em latim fica do lado oposto, à direita. Foi descoberto em 1562, por Teodoro de Beza, teólogo francês, no mosteiro de Santo Irineu, em Lyon na França. Com algumas omissões, contêm os Evangelhos e Atos, os primeiros na ordem chamada ocidental: Mateus, João, Lucas e Marcos. Em 1581, Beza o entregou a Universidade de Cambridge.

Há, ainda, vários outros códices de menor importância, expostos em museus e bibliotecas de vários países do mundo. Somente de livros do Novo Testamento, completos ou em fragmentos, conhece-se hoje 156.

LECIONÁRIOS
Esses manuscritos incluem um grupo de materiais chamados "lecionários". O termo "leitura" refere-se a uma passagem escolhida na Escritura, destinada a ser lida nos serviços públicos. Assim sendo, um lecionário é um manuscrito especialmente arranjado e copiado com este propósito. Alguns eram unciais e outros cursivos. A maioria deles foi extraída dos Evangelhos, mas existem alguns de Atos e das Epístolas. Os estudos mostram que eles foram copiados com mais cuidado do que um manuscrito comum; portanto, fornecem cópias excelentes para comparações. Mais de 1800 lecionários foram enumerados.

OS ROLOS DO MAR MORTO
Em se tratando de manuscritos em rolos, o mais antigo e mais importante de todos foi encontrado casualmente em 1947 por um beduíno, numa bem dissimulada gruta nas proximidades de Jericó, junto ao Mar Morto. Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de Jerusalém, revelou-se pertencer ao terceiro século antes de Cristo. Contém o livro completo de Isaías e comentários de Habacuque, além de outras informações sobre a época em que foi escondido. É mais conhecido como o Rolo do Mar Morto.

AS PRIMEIRAS TRADUÇÕES DA BÍBLIA




AS PRIMEIRAS TRADUÇÕES DA BÍBLIA



As traduções tem origem nas necessidades do culto. Originalmente eram feitas leituras dos textos bíblicos, na maior parte das vezes improvisadas, e destinavam-se a esclarecer para os ouvintes o sentido original dos textos da Escritura. Com o tempo passaram a ser escritas e organizadas em livros completos correspondentes às grandes unidades bíblicas.

Depois dos manuscritos, a próxima forma mais importante das Escrituras, que dá testemunho da sua antiguidade são as versões. A versão é uma tradução do idioma original de um manuscrito em outro idioma. Existem inúmeras versões, mas apenas algumas serão consideradas como exemplo para estudos.

A SEPTUAGINTA
Como consequência dos setenta anos de cativeiro na Babilônia, e em virtude da forte influência do aramaico, a língua hebraica enfraqueceu-se. Todavia, fiéis a tradição de preservar os oráculos em sua própria língua, os judeus não permitiam que os livros sagrados fossem traduzidos para outro idioma. Alguns séculos mais tarde, porém, essa atitude exclusivista e ortodoxa teria de dar lugar a um senso mais prático e liberal. Com o estabelecimento do império de Alexandre o Grande, a partir de 331 a.C., a língua grega popularizou-se ao ponto de tornar imprescindível que para ela se fizesse uma tradução das Sagradas Escrituras.

Segundo o escritor Aresteas, a tradução grega foi feita por setenta e dois sábios judeus (daí o nome “Septuaginta”), na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C., a pedido de Demétrio Falario, bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo. Concluída trinta e nove anos mais tarde, essa versão assinalou o começo de uma grande obra que, além de preparar o mundo para o advento de Cristo, deveria tornar conhecida de todos os povos a Palavra de Deus. Na igreja primitiva, era essa a versão conhecida de todos os crentes.

Sem exceção, todas as traduções latinas da Bíblia tomaram por base a Septuaginta, sendo ela referencia básica para a Igreja, perdendo esta qualidade a partir da tradução de Jerônimo.

PENTATEUCO SAMARITANO
Descoberto em Damasco, na Síria, o Pentateuco Samaritano não é uma versão do texto bíblico, mas sim um dos tipos textuais existentes no período do Segundo Templo ao lado do texto hebraico da LXX (Septuaginta) e do tipo hebraico do Texto Massorético.

Sua história está ligada umbilicalmente a história dos samaritanos, um dos habitantes mais antigos de Israel desde a destruição do reino do Norte. Atualmente seu centro religioso se encontra na cidade de Nablus (Siquém), na região da antiga Samaria.

Sua existência era desconhecida pelo mundo ocidental até 1616, quando foi descoberto em Damasco, na Síria, por Pietro della Valle.

TRADUÇÕES SIRÍACAS
Segundo os pesquisadores, Teodoro, bispo de Cyrrhus, em 423 d.C., junto com um grupo de estudiosos, teria organizado uma versão da Bíblia em língua siríaca denominada de Antigo Siríaca. O texto do Antigo Testamento desta versão se baseia principalmente nos Targuns e os Evangelhos de fontes gregas, provavelmente dos manuscritos Codex Alexandrino e Bezae.

TRADUÇÃO LATINA
Nos primórdios da igreja cristã, as literaturas predominantes entre os cristãos era o grego, embora fosse o latim o idioma oficial do Império Romano.

Antes do aparecimento da Vulgata Latina, os pais da igreja se utilizavam da Vetus Latina (literalmente antigas Versões Latinas), que não era uma versão latina especifica, mas um conjunto de textos bíblicos latinos que os Pais da igreja latina usavam antes da Vulgata Latina ser produzida.

A “HEXAPLA”
Nem todos os livros do Antigo Testamento, infelizmente, foram bem traduzidos na Septuaginta, razão pela qual Orígenes, por volta de 228 d.C., compôs a Hexapla, ou versão de seis colunas, contendo a Septuaginta e as três traduções gregas do Antigo Testamento efetuadas por Áquila do Ponto, Teodoro de Éfeso e Símaco de Samaria, feitas respectivamente em 130, 160 e 218 d.C. Além destas, constavam nas duas últimas colunas o texto hebraico e o mesmo texto em grego. Esta grandiosa obra, constituída de cinquenta volumes, perdeu-se provavelmente quando os sarracenos saquearam Cesaréia em 653 d.C.

A VULGATA LATINA
Em 382 d.C., o bispo Dâmaso encarregou São Jerônimo de traduzir da Septuaginta para o latim o livro dos Salmos e o Novo testamento, o que ele fez em três anos e meio. Mais tarde, um novo bispo assumia a direção da Igreja em Roma e percebia, com inveja, a grande cultura e a influência de Jerônimo. Este, perseguido e humilhado se dirige a Belém, na Terra Santa, e ali estuda e trabalha durante trinta e quatro anos na tradução de toda a Bíblia para a língua latina. Jerônimo escreveu ainda vinte e quatro livros de comentários bíblicos, um conjunto de biografias de eremitas, duas histórias da Igreja Primitiva e diversos tratados. Mais tarde, a Bíblia de Jerônimo ficou conhecida como “Vulgata” (vulgar), sendo usada hoje pela Igreja Católica Romana como a autêntica versão das Escrituras Sagradas, apesar de muitos eruditos a acharem pobre e até a acusaram de conter falhas graves.

AS ORIGENS DA BÍBLIA SAGRADA





AS ORIGENS DA BÍBLIA SAGRADA
A Bíblia, um livro que tem continuado vivo através dos séculos e indispensável aos Servos do Rei Jesus.

O termo Bíblia tem origem no grego "Biblos" e somente foi usado a partir do ano 200 d.C. pelos cristãos. E um livro singular, inspirado por Deus. Diversos Escribas, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas a escreveram, num período aproximado de 1.500 anos. Foram mais de 40 pessoas e notadamente vê-se a mão de Deus na sua unidade. Estes textos foram copiados e recopiados de geração para geração em diversos idiomas, tais como: Hebraico, Aramaico e Grego; até chegar a nós.

Verificou-se através do Método Textual, que 99% dos textos mantêm-se fiel aos originais, é certamente uma obra divina. As partes mais antigas das Escrituras encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do segundo século a.C. descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto, e um pequeno papiro contendo parte do Livro de João 18.31-33,37,38 datados do segundo século d.C.

A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de "citações" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 d.C. a dividiu em capítulos. Até o ano de 1551 d.C. não existia a divisão denominada versículo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou à conclusão da necessidade de uma subdivisão e agrupou os textos em versículos.

Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras.

O povo de língua portuguesa só começou a ter acesso à Bíblia de uma forma mais econômica a partir do ano de 1748 dC, quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução feita a partir da "Vulgata Latina".

É composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Gasta-se em média 50 horas (38 Velho Testamento e 12 Novo Testamento) para lê-la ininterruptamente ou pode-se lê-la em um ano seguindo estas orientações: 3,5 capítulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por mêsem média.

Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas faladas no mundo. Há uma estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de exemplares entre a versão integral e apenas o Novo Testamento. Mais de 500 milhões de livros isolados já foram comercializados. Pesquisas afirmam que a cada minuto 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil exemplares!

Datado de samaritano no Monte do Templo. Gerizim




Datado de samaritano no Monte do Templo. Gerizim

Extensas respostas para as questões levantadas nesta carta pode ser encontrada em três livros publicados no JSP série ( Judéia e Samaria Publications, volumes 2, 7 e 8 ), e em artigos adicionais, todos em Inglês.
Mais especificamente, a dinastia de governadores que governaram Samaria, no período persa e que se originou no remanescente israelita em Samaria após a Assíria conquista é e era conhecido pelo nome assírio "Sambalate." Nós sabemos de Sambalate, no tempo de Neemias, Sambalate que aparece nos papiros de Wadi Daliyeh, Sambalate das letras Elefantina, e Sambalate desde a época de Alexandre, o Grande. Durante o curso do período persa, que se estendeu por cerca de 200 anos, houve, sem dúvida, governadores adicionais por este nome.
As perguntas que os estudiosos ocupados até o início das escavações no Monte. Gerizim foram: Quando era o templo no Monte. Gerizim construído? E quando o casamento da filha de Sambalate com o neto, ou irmão, do Sumo Sacerdote em Jerusalém ocorrem em tempo de Neemias (Neemias 13:28) ou no tempo de Alexandre, um século mais tarde? As respostas a estas duas perguntas nos leva à resolução da questão central sobre as relações Samaritano-judeus, ou seja, quando é que a grande divisão entre eles ocorrem? É razoável presumir que o estabelecimento do templo no Monte. Gerizim marcou a separação dos caminhos entre eles: Os judeus oraram e santificados Jerusalém, enquanto os samaritanos e orou em santidade atribuída ao Monte. Garizim.
As escavações arqueológicas no Monte. Gerizim provou de forma inequívoca que o templo no monte foi construído em meados do século V aC, isto é, muito provavelmente antes da chegada de Neemias em 445 aC A datação do templo é baseado na arquitetura datada com certeza para o período persa , o carbono-14 testes que foram realizados em centenas de milhares de ossos de sacrifícios de animais kosher que foram descobertos no recinto sagrado, e os vasos de cerâmica e moedas que são datadas do século V aC Um templo adicional foi construída sobre o primeiro templo durante o reinado de Antíoco III, c. 200 CE
Os testemunhos do século V indicam categoricamente que Josephus errou em sua atribuição da casa até a época de Alexandre, o Grande, imediatamente após a sua conquista da Terra de Israel. O racha entre os samaritanos e os judeus ocorreu após o estabelecimento do templo no monte Garizim, e, portanto, seria difícil aceitar a declaração de Josefo sobre o casamento de Nicaso, a filha de Sambalate, o irmão do sumo sacerdote em Jerusalém. Parece que as palavras de Neemias sobre esta questão estão corretas. Nós não sabemos em que fontes de Josefo contou, além do Livro de Neemias. Josefo escreveu a história desse período cerca de 500 anos mais tarde, eo seu testemunho é confiável.
A questão de por que Neemias não faz nenhuma menção a este templo incomodado muitos pesquisadores no passado. A resposta é que as fontes judaicas ignorado a existência do templo no Monte. Garizim, mesmo após a destruição do Monte. Gerizim e Jerusalém. O estabelecimento de templos não era uma ocorrência rara no período persa, por exemplo, o templo que os judeus construídos em Elefantina, e um templo também poderia ter sido estabelecido na Babilônia.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Falece pastor Sóstenes Apólos, da Assembleia de Deus em Brasília




Falece pastor Sóstenes Apólos, da Assembleia de Deus em Brasília

O pastor estava tratando de uma enfermidade há dois meses e não resistiu

Falece pastor Sóstenes Apólos, da Assembleia de Deus em BrasíliaFalece pastor Sóstenes Apólos, da Assembleia de Deus em Brasília
A igreja Assembleia de Deus no Brasil anunciou o falecimento do pastor Sóstenes Apólos, da AD de Brasília. A morte do religioso que é presidente da CEADIF aconteceu nesta segunda-feira (3) e foi comunicada na manhã desta terça-feira pelo pastor Samuel Câmara por meio de uma nota.
“Há poucas horas recebemos a notícia que o pastor Sóstenes Apolos foi chamado ao descanso eterno após lutar contra uma grave enfermidade nos últimos dois meses”, escreveu Câmara.
Há dois meses Apólos estava tratando de uma enfermidade e acabou não resistindo. Sóstenes tinha 64 anos e estava tratando de um câncer raro. Ele foi internado no dia 12 de maio depois de sentir fortes dores de cabeça e tontura enquanto pregava na igreja de Cuba.
O comunicado da morte do líder da AD da L2 em Brasília será divulgado nas redes sociais e também na Rede Boas Novas de Comunicação. Casado com Heronilde Silva da Mata, o pastor deixa três filhos.
Leia na íntegra:
Há poucas horas recebemos a notícia que o pastor Sóstenes Apolos foi chamado ao descanso eterno após lutar contra uma grave enfermidade nos últimos dois meses. O nosso coração está pesaroso pela partida de um homem que, na medida exata do termo, exerceu com paixão o ministério pastoral e teve a obra de missões como uma de suas prioridades marcantes.
Foi um dos fiéis companheiros no “Movimento CGADB Para Todos”, cheio de sonhos para a nossa querida igreja no Brasil, empenhando-se com afinco, equilíbrio e sabedoria no serviço do Mestre. Sentiremos falta de sua palavra amiga, sincera e ponderada em nossa histórica caminhada. Pastor Sóstenes Apolos presidia a CEADIF e pastoreava a AD da L 2 em Brasília, DF.
Prestamos aqui a nossa solidariedade aos familiares, à igreja por ele presidida e aos pastores daquela Convenção que com ele lutaram a boa causa do combate cristão. Deus achou por bem recolhê-lo antes que fosse apanhado pela injustiça dos homens em desligá-lo da CGADB, fato que só não ocorreu por não ter podido comparecer à reunião que sacramentaria a decisão já em virtude da enfermidade.
Conclamamos a todos os nossos colegas que estão conosco neste bom combate para que, na medida do possível, compareçam a Brasília nesta terça-feira para que juntos possamos agradecer a Deus pela vida frutífera do pastor Sóstenes Apolos e prestar-lhe o nosso “até logo”, pois certamente, um dia, vamos reencontrá-lo nas mansões celestiais.



segunda-feira, 3 de junho de 2013

STF barra tentativa do PSC de cancelar o casamento gay


Pará: Juiz de paz pede demissão para não celebrar casamento gay


Por ser voluntário ele poderia se negar a realizar e o cartório teria que colocar outro juiz para celebrar a união

O juiz de paz José Gregório Bento, 75 anos, pediu demissão do Cartório do único Ofício de Redenção, cidade localizada ao sudeste do Pará, para não realizar o casamento homossexual.
A atitude foi tomada após a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que aprovou uma regulamentação obrigando os cartórios de todo o país a realizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Ao justificar sua demissão, Bento, que estava no cargo há sete anos, disse que “o casamento homoafetivo fere os princípios celestiais”. De acordo com o site G1, o juiz de paz é pastor da Igreja Assembleia de Deus há mais de 40 anos e trabalhava como voluntário no cartório da cidade, fazendo conciliações e casamentos.
“Deus não admite isso. Ele acabou com Sodoma por causa desse tipo de comportamento”, disse ele criticando a decisão do CNJ.  “Acho essa decisão horrível. Ela rompe com a constituição dos homens, mas não vai conseguir atingir a constituição celestial”.
O titular do cartório, Isaulino Pereira dos Santos Júnior, disse que a solicitação oficial de demissão do cargo ainda não foi entregue e que Bento chegou a comentar que ia mudar de cidade, sem citar que não concorda com o casamento homoafetivo.
Procurado pelo G1, o  presidente da Associação dos Magistrados do Pará (Amepa), Heyder Ferreira, disse que o juiz de paz que não concordar com a decisão do CNJ pode pedir demissão, pois se continuar no cargo terá que acatar e realizar o casamento gay.  “Se ele continuar no cargo, é obrigado a cumprir a determinação, mas por ser voluntário, não podemos impor. O cartorário, em compensação, é obrigado a cumprir a determinação”.