quarta-feira, 24 de julho de 2013

Padre Hosana



Padre Hosana


Padre mata bispo com três tiros à queima-roupa e quarenta anos depois é assassinado a pauladas
Era dia primeiro de julho de 1957. O padre Hosana de Siqueira e Silva, pároco da cidade de Quipapá, vai ao Palácio Episcopal, em Garanhuns, e bate à porta que é aberta pelo bispo Dom Francisco Expedito Lopes. Depois de um bate-boca (os dois estavam brigados), o padre dispara três tiros à queima-roupa no bispo, foge do local e se entrega aos religiosos do Mosteiro de São Bento.
Levado às pressas para o hospital, Dom Expedito morre na madrugada do dia seguinte. O caso abala Pernambuco, ganha manchetes de jornais em todo o Brasil e também repercute no exterior. O padre assassino é capturado pela Polícia e transferido para uma prisão no Recife.
Os motivos do crime: um romance proibido. O padre Hosana estaria de caso com uma prima (Maria José Martins) que ele abrigou na casa paroquial de Quipapá e, por isso, foi suspenso de suas atividades religiosas pelo bispo, por tempo indeterminado. Depois de transferir a prima, grávida, para um outro local, o padre reagiu e por várias vezes tentou mudar o rumo do episódio.
Negava o caso amoroso e dizia que "as verdadeiras razões" de sua suspensão foram "boatos de pessoas que querem me afastar da paróquia". Mas o bispo não aceitou as explicações e a briga ficou feia. Até que o padre Hosana decidiu "resolver de vez essa questão" e foi ao encontro de Dom Expedito.
Julgamentos anulados
Enquanto a história do assassinato do bispo ganhava a boca do povo e virava tema de reportagens, livros e folhetos de cordel, o padre Hosana estava recolhido à Casa de Detenção do Recife. No primeiro julgamento (ocorrido a 20 de fevereiro de 1959), ele foi condenado a dois anos e seis meses de prisão e mais dois anos numa clínica psiquiátrica.
Mas a acusação achou a pena suave, recorreu e esse julgamento foi anulado. O segundo, também. No terceiro julgamento, ocorrido a 06 de dezembro de 1963, padre Hosana é condenado a 19 anos de cadeia. Cumpriu a pena até 05 de setembro de 1968, quando ganhou liberdade condicional.
Escomungado, Hosana deixou a prisão carregando o fardo de ser o terceiro padre na história da Igreja Católica em todo o mundo a assassinar um bispo: o primeiro caso aconteceu a 03 de janeiro de 1857, quando o padre Luiz Verge matou a punhaladas, na Igreja de Santa Madalena, em Paris, o arcebispo Dom Augusto Sibour; o segundo caso data de 18 de abril de 1867, quando o abade Galleote Costella matou, com um tiro de revólver, o bispo de Madri, Espanha, Dom Martinez Izqueierdo.
Recolhido em sua fazenda, a 09 km da cidade de Correntes, onde nasceu, o padre Hosana passou a viver da agricultura. Ali, dia 07/11/1997, aos 84 anos, ele foi assassinado a golpes de madeira na cabeça.
Sobre as intrigas que acabaram como o assassinato de Dom Expedito, o padre Hosana nunca admitiu que tivera um romance proibido. Dizia que tudo foi uma invenção para encobrir uma acirrada disputa de poder na paróquia de Quipapá. Mas, enquanto viveu tentando provar sua inocência, nunca apresentou provas consistentes dessa sua versão.
Dizia que os conflitos entre ele e o bispo foram provocados "por disse-me-disse de um mesmo grupo de pessoas", citando entre elas o padre Acácio Rodrigues (que era auxiliar de Dom Expedito e que pretendia assumir a paróquia) e um coroínha que ficara com raiva por ter sido afastado de suas funções.
Já o caso do assassinato do padre, este é mais misterioso ainda. No inquérito instaurado para apurar o episódio, foram indiciados como autores do crime Cícero Barbosa da Silva e Evalda Maria Peixoto da Silva, um casal de humildes agricultores residentes nas proximidades da fazenda onde Hosana viveu os seus últimos dias.
Mas, desde o início, nem mesmo a promotora de Correntes, Ana Jaqueline Barbosa Lopes, acreditou que os dois agricultores foram realmente os matadores do assassino confesso do bispo de Garanhuns . Tudo o que restou do segundo lance dessa tragédia foi a pergunta: quem, finalmente, matou o Padre Hosana?
Pergunta que, como tudo indica, ninguém está muito interessado em responder.
http://www.pe-az.com.br/?view=featured

terça-feira, 23 de julho de 2013

Evangélicos



Evangélicos se organizam para protestar contra a visita do papa, diz jornalista

Abner Ferreira, líder igreja evangélica no Rio nega.
Após divulgar que na próxima semana estaria recebendo lideranças evangélicas, Dilma Rousseff teria sido informada na semana passada de que as principais igrejas evangélicas preparam uma grande manifestação no Rio de Janeiro para o fim de semana de 20 e 21 de julho, véspera da chegada do papa Francisco à cidade. As informações são da coluna de Ricardo Setti, da Revista Veja.
A primeira informação era que Dilma receberia os evangélicos devido as criticas que sofreu por ter se reunido com movimentos sociais que lideram protestos em todo o país e não ter se encontrado com os evangélicos que fizeram uma manifestação pacífica em Brasília.
Porém, segundo informações, Dilma estaria preocupada com a suposta ameaça de que os lideres evangélicos pretendem reunir 1 milhão de pessoas para protestar contra os gastos públicos com a visita do líder católico, estimados em 120 milhões de reais. Dilma estaria preocupada por não saber como agir nesta situação.
Porém, Abner Ferreira, presidente da Assembleia de Deus em Madureira, principal igreja evangélica do Rio de Janeiro, divulgou nota em que critica a divulgação de que as lideranças estariam se preparando para o ato.
Na nota divulgada através das redes sociais o líder diz que a notícia é “mentirosa” e afirma que jamais foi procurado por qualquer líder cristão para organizar ato contra a presença do líder católico.
Abner também afirmou que é contra a manifestação que vise perpetuar qualquer tipo de discriminação e preconceito ou intolerância religiosa.
O líder também afirma que os evangélicos não serão usados para estabelecer uma guerra santa no Brasil e que não apoiará qualquer ato que vise desmerecer o evento da Igreja Católica.
Abner destacou que se a intenção do pontífice for de protestar contra o aborto, casamento gay, descriminalização das drogas e a favor da liberdade de expressão e culto, será bem vindo ao país.
Leia a nota na íntegra:
Nota oficial da AD Madureira no Brasil:
Acabei de ler na coluna “Holofote” da revista Veja desta semana, que algumas igrejas evangélicas estariam se mobilizando para fazer uma manifestação visando protestar contra os custos envolvidos na vinda do Papa Francisco ao Brasil.
Da parte das Assembleias de Deus, Ministério de Madureira, informo que esta notícia é uma inverdade. É mentirosa.
Jamais fui procurado por qualquer líder cristão para organizar tamanha sandice. Somos contra a manifestação que vise perpetuar qualquer tipo de discriminação, preconceito ou intolerância religiosa.
Engana-se quem pensa que vai nos usar para estabelecer uma guerra santa no Brasil. Não conte conosco para nenhum tipo de arbitrariedade que vise desmerecer o evento da Igreja Católica no Brasil.
Se o papa Francisco vem ao Brasil para protestar contra o aborto, contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, contra a descriminalização das drogas e a favor da liberdade de expressão e de culto, seja bem vindo.
Pastor Abner Ferreira

Evangélicos não praticantes





Evangélicos não praticantes
 Alan César Corrêa

Evangélicos não praticantes
Em 2000, o IBGE apontou para o tamanho da oferta de igrejas em nosso país. A pergunta “qual é a sua religião (igreja)” recebeu mais de 35 mil respostas diferentes. Contudo, mesmo com esse ambiente propício a prática da fé, em 2010 o Censo mostrou que 4 milhões de pessoas se dizem evangélicas independentes (sem rótulos).
Para alguns, esses são os evangélicos não praticantes. Mas será que de tanto ouvirmos pessoas se nomearem católicos não praticantes, agora teríamos em nosso meio evangélicos não praticantes?
Você deixaria uma pessoa que se diz ser honesta mas não praticante, cuidar da sua carteira?
Mas a grande maioria se justifica dizendo serem evangélicos não praticantes apenas dentro das paredes da igreja (se é que isso é possível), pois afirmam que podem viver o evangelho fora do formato da igreja.
Eles não são desviados, pois em sua maioria não voltaram à pratica do velho homem. Na verdade, eles são dissidentes da igreja, pessoas que não concordam mais com o formato da igreja que a acompanha em toda sua história.
São evangélicos que acreditam que os apóstolos, os pais da igreja, os reformadores, teólogos da igreja moderna e pós-moderna, enfim, todos os cristãos dos últimos 20 séculos estiveram enganados em relação à igreja organizada, afirmando que ela não é necessária, mas apenas uma ideia de homens.
Hoje eles dizem crer em Jesus e não na igreja, e no geral, mantém uma distância segura em relação à igreja.
O livro Dissidentes da Igreja publicado pela Editora Reflexão trata sobre essa questão, buscando mostrar alguns dos motivos que levam tantas pessoas a se tornarem desigrejadas e defendendo a igreja, mesmo que essa nunca tenha sido verdadeiramente indiciada

segunda-feira, 22 de julho de 2013




Alister McGrath
Teologia HistóricaReligião e CiênciaTeologia NaturalHistória das Idéias
Alister McGrath.jpg

Alister McGrath no outono de 2008
Nacionalidade Irlanda do Norte
ResidênciaOxfordInglaterra
Nascimento23 de janeiro de 1953
LocalBelfast, na Irlanda do Norte
CônjugeJoanna Collicutt McGrath
Actividade
Campo(s)Teologia HistóricaReligião e CiênciaTeologia Natural,História das Idéias
InstituiçõesProfessor da King's College, pesquisador sênior do Harris Manchester College
Conhecido(a) porPublicação "O Delírio de Dawkins"
Estuda o diálogo entre ciência
Defensor do cristianismo
Criador da idéia de Teologia Científica
Crítico dos anti religiosos
Prêmio(s)Royal Society of Arts
Alister McGrath (Belfast23 de janeiro de 1953) é um teólogo cristão, apologista, professor de Teologia, Religião e Cultura, naKing's College, de Londres e pesquisador sênior do Harris Manchester College. É casado com Joanna Collicutt McGrath. Possuipós-doutorado em biofísica molecular e doutorado em teologia pela universidade de Oxford. Seu interesse principal se concentra na história do pensamento cristão, com ênfase particular na relação entre as ciências naturais e a fé cristã. Ex-ateu, o Dr. McGrath é considerado um dos mais influentes pensadores cristãos da atualidade.
Em seus escritos e palestras públicas, ele promove a "teologia científica" e se opõe fortemente a corrente anti-religiosa. McGrath até recentemente era professor de Teologia Histórica na Universidade de Oxford, mas agora tem assumido a cadeira de Teologia,Religião e Cultura, na King's College de Londres desde setembro de 2008. Até 2005, era diretor de Wycliffe Hall.


McGrath nasceu em
 Belfast, na Irlanda do Norte e cresceu em Downpatrick, County Down, onde freqüentou a Down High School. Em setembro de 1966, tornou-se um aluno do Methodist College de Belfast, onde teve seus estudos focados em matemática,física e química. Ainda no Methodist College, McGrath obteve formação especial em química avançada a fim de se preparar para o exame de admissão de Oxford, em dezembro de 1970.

Biografia

Alister ingressou em Oxford em setembro de 1971. Entre os meses de outubro e novembro, ele passou a estudar as raízes doateísmo mais afundo. Ao mesmo tempo, estudava o por quê das crenças básicas do Cristianismo. Ao final de novembro, Alister saiu do ateísmo e ingressou no Cristianismo.
Em setembro de 1974, McGrath associou-se a um grupo de pesquisa do professor Sir George Radda, no departamento deBioquímica da Universidade de Oxford. Seu interesse estava em desenvolver métodos físicos inovadores a fim de investigarsistemas biológicos complexos, incluindo a técnica de ressonância magnética.
Alister passou o verão de 1976 trabalhando na Universidade de Utrecht, graças a uma bolsa de estudo oferecida pela European Molecular Biology Organization. Depois disso, ele ganhou outra bolsa de estudo sênior no Merton College, a fim de continuar sua pesquisa biofísica. Durante esses três anos, McGrath estudou a relação entre ciência e teologia. Ele obteve seu doutorado embiofísica em junho de 1978; e uma graduação com honras de primeira classe em Teologia.
Em seguida, McGrath deixou Oxford para fazer sua pesquisa teológica na Universidade de Cambridge, onde também estudou paraordenação na Igreja Anglicana. Em Setembro de 1980, foi ordenado diácono e começou a trabalhar como curate (responsável pelo cuidado com as pessoas) na Paróquia de St Leonard's Church, em Nottingham. Foi ordenado sacerdote em Southwell Minster em setembro de 1981.
Em 1983, McGrath foi nomeado professor de doutrina e ética cristã na Wycliffe Hall, Oxford. Depois, foi indicado como membro da Faculdade de Teologia da Universidade de Oxford. McGrath passou o segundo semestre de 1990 como professor de Teologia Histórica da Faculdade de Teologia da Drew University, em New Jersey.
McGrath foi eleito professor de Teologia da Universidade de Oxford em 1993 e também atuou como professora de teologia na Regent College, Vancouver entre 1993 e 1999. Em 1995, foi nomeado diretor da Wycliffe Hall, e em 1999, foi premiado na Universidade de Oxford, com o título de Professor de Teologia Histórica. Graças a sua pesquisa sobre a história e teologia sistemática, Alister foi premiado em 2001 com um Doutorado em Teologia em Oxford. Nesse período, ele foi o fundador da International Society for Science and Religion (Sociedade Internacional para a Ciência e a Religião). Em 01 setembro de 2008, McGrath assumiu a cadeira de teologia, no Departamento de Educação e Estudos Profissionais do King's College, em Londres.
McGrath é um dos teólogos mais lidos do planeta. Sua obra faz referência tanto ao início do Cristianismo, com os Pais da Igreja, quanto aos evangélicos contemporânea, comoThomas Torrance e J. I. Packer. Suas áreas de estudo incluem a história da igreja cristã, doutrinas, o diálogo entre ciência e fé, e a espiritualidade evangélica.

Visões

McGrath defende a ideia do evolucionismo teísta1 2 . Antes de ser cristão, McGrath era ateu. Em 2004, ele sugeriu no livro The Twilight of Atheism que o ateísmo estava em declínio, embora essa visão tenha sido contestada na academia. Ele tem sido muito crítico do neo-ateísmo no geral e de Richard Dawkins em particular, chamando-o de "ignorantes na teologia cristã". Seu livro O delírio de Dawkins foi publicado em fevereiro de 2007. Os dois também tiveram um debate público sobre o tema: "O dano das crenças religiosas à saúde de uma sociedade" e "É necessário fornecer os fundamentos morais e éticos de uma sociedade saudável?" McGrath também debateu com Daniel Dennett, no Greer-Heard Point-Counterpoint Forum (Fevereiro de 2007) em Nova Orleans. Ele foi entrevistado por Richard Dawkins sobre seu livro O Deus de Dawkins e a fé em geral, para o documentário de televisão The Root of All Evil?. A entrevista com McGrath não foi incluída no corte final, mas as imagens não editadas está disponível online. Ele afirma que ele não se opõe ao ateísmo em si, mas sim aos pontos de vista do ateísmo realizada por pessoas como Dawkins.

Publicações

  • Religião de poder. São Paulo: Cultura Cristã, 1998;
  • O Deus desconhecido. São Paulo: Loyola, 2001;
  • A Vida de João Calvino. São Paulo: Cultura Cristã, 2004;
  • Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica: uma introdução à teologia cristã. São Paulo: Shedd Publicações, 2005;
  • Fundamento do Diálogo entre Ciência e Religião. São Paulo: Loyola, 2005;
  • Um Vislumbre da Face De Deus. São Paulo: Loyola, 2006;
  • Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do evangelicalismo. São Paulo: Shedd Publicações, 2007;
  • Origens Intelectuais da Reforma. São Paulo: Cultura Cristã, 2007;
  • Teologia Histórica. São Paulo: Cultura Cristã, 2007;
  • O Delírio De Dawkins. São Paulo: Mundo Cristão, 2007;
  • O Deus de Dawkins: Genes, memes e o significado da vida. São Paulo: Shedd Publicações, 2008;
  • Teologia para Amadores. São Paulo: Mundo Cristão, 2008;
  • Uma Introduçao A Espiritualidade Crista. São Paulo: Editora Vida, 2008;
  • Apologética Cristã no Século XXI. São Paulo: Editora Vida, 2008;
  • Teologia - Os Fundamentos. São Paulo: Loyola, 2009;

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Estudos para baixar







A divina revelação do céu
Aconselhamento bíblico

Catolicismo romano

Dicionário bíblico

Dissertação científica

Ensinos de Lutero

Estudos da homilética

Estudos do antigo testamento

Estudos do apocalipse

Evangelização

Exegese

Hermenéutica

História da igreja

Introdução bíblica

Livros apócrifos

Livros bíblicos e seus esboços

Nova ordem mundial

O milênio

Período interbíblico

Simbolos bíblicos

Teologia do velho testamento

Tudo sobre dízimos

O império das seitas

Esboços gospel

  Estudos bíblicos

Artigos evangélicos

Bíblia em pdf

Bíblias digitais

A divina revelação do inferno

Edir Macedo-orixas-caboclos e guias

As testemunhas de Jeová

O mundo assombrado pelos demõnios

O segredo do opus dei

Você está vivendo ou sofrendo?

A doutrina da bíblia

Erre Erre Soares e suas heresias triunfalistas









Quero lhes contar a história de um famoso telepregador, conhecido como missionário, o qual tinha muitos admiradores em todo o mundo. Apesar do sucesso que fazia, ele não pregava na TV mensagens evangelísticas, mas promovia shows para evangélicos — é claro que qualquer semelhança com algum telemissionário da vida real é apenas uma mera coincidência.

Mais conhecido pelo sobrenome — em razão de não gostar de seu nome —, ele tinha um grande carisma e facilidade para transmitir mensagens sobre a fé, seu tema predileto. Além disso, aparentava ser um homem piedoso.

Alguns amigos dele, de outros segmentos evangélicos, comentavam que ele cometia alguns erros gritantes, porém não tinham coragem de dirigir-lhe uma crítica diretamente. Já os seus desafetos faziam isso de maneira grosseira e ofensiva, não atingindo o objetivo de ajudá-lo. Havia, ainda, alguns que o criticavam de modo zombeteiro, como que incentivando-o a continuar a pregar certas heresias:


— ERRE, ERRE, SOARES! — zombavam.

Surgiu então um escritor, Apolo Getúlio, conhecido — devido à sonoridade de seu nome — como Apologeta, o qual, com o objetivo de ajudar o telemissionário, lhe enviou uma carta. A intenção era orientar o famoso telemissionário, contrapondo-se aos pseudo-apologetas, que apenas o criticavam por criticar e escarneciam dele.
Eis a longa carta de Apologeta ao telemissionário Soares:

“Caro missionário Soares,

Que a graça e a paz sejam derramadas sobre a sua vida.

De uns tempos para cá, principalmente graças às suas pregações na TV, uma mania se instalou no meio evangélico. É a chamada “determinação”, não no sentido de resolução, definição ou tomada de posição. 

Alguns crentes pensam mesmo que podem realizar milagres mediante o pronunciamento de palavras mágicas, como se fossem deuses! O senhor ensina que, ao determinar, o crente dá ordem ao Diabo. Isso não é uma incoerência, caro missionário?

Podemos, se for necessário, dar ordem aos demônios, em nome de Jesus, mas, no caso da oração, devemos nos dirigir ao “Pai nosso”, como Jesus ensinou (Mt 6.9-13). À luz da Bíblia Sagrada, somente Deus pode determinar. Tudo, de fato, acontece, obedecendo à sua ordem (Gn 1.3; Sl 148.4,5). Afinal, quem é o homem mortal para determinar que alguma coisa aconteça? Jesus nunca ensinou que devemos determinar, mas disse: “Pedi, e dar-se-vos-á…” (Mt 7.7).

O senhor tem se baseado em suas experiências. Mas não está se esquecendo de que é a Palavra de Deus que deve verdadeiramente guiá-lo (Sl 119.105)? Essa postura do senhor tem contribuído para que muitos pregadores considerem as suas experiências ou as de outros “homens de fé” como revelações iguais ou superiores às Escrituras. Isso não é perigoso?

Infelizmente, o senhor e todos os pregadores da “determinação”, no afã de ensinarem essa suposta maneira de se alcançar respostas de Deus, têm empregado textos bíblicos fora de seus contextos. Citam, por exemplo, a parte final de Daniel 11.36: “… aquilo que está determinado será feito”. Ora, essa passagem menciona o que está determinado por Deus, e não pela boca de homens falíveis (cf. At 1.7; 17.26)!

É preciso mesmo usar essa prática de “determinar” para alcançar as bênçãos de Deus? Na Bíblia, aprendemos a orar em humilhação perante o Senhor (Jr 33.3; 2 Cr 7.14,15). Os primeiros crentes oravam com ousadia, e o Senhor lhes respondia (At 4.29-31). Seria, missionário Soares, a “determinação” mais poderosa do que a verdadeira oração, em humilhação perante o Senhor?

Sinceramente, me incomoda esse negócio de falar com o Diabo… Oração não é um diálogo com Deus, em nome de Jesus? Muitos pregadores da atualidade, inclusive o senhor, têm mudado o foco da oração com a maior naturalidade… Jesus nos ensinou como devemos orar. O Mestre, em Mateus 6.5-13, deixou-nos um modelo de oração, da qual destaco algumas características, para que o senhor possa fazer uma reflexão:

1) A oração não é para alguém “aparecer”, como fazem os hipócritas (vv.5,6). Mas os pregadores da “determinação” (tenho notado) fazem questão de fazer orações “poderosas” em que desafiam o Diabo! O senhor acha que isso é correto?

2) As repetições vãs — ensinou Jesus — são desnecessárias (vv.7,8). Mas os pregadores em questão, inclusive o senhor, com todo o respeito, não só repetem frases de efeito, como mandam o povo repeti-las…

3) Jesus disse: “Portanto, orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (v.9). Note que a primeira palavra da oração de Jesus foi “Pai”, e não “Diabo”! Mas percebo que o senhor gosta de dirigir palavras ao Diabo…

4) A oração — ensinou o Mestre — deve começar com adoração a Deus e exaltação do seu nome (v.9). Os pregadores dessa verdadeira “fé na fé”, porém, começam exigindo, determinando e valorizando o “eu”. “Eu declaro; eu exijo…” Eu, eu e mais eu! Isso é certo, caro missionário?

5) O Senhor Jesus ensinou, ainda, que a prioridade, quando oramos, é a vontade de Deus, e não as nossas necessidades: “… seja feita a tua vontade…” (vv.10,11). Porém alguns pregadores parecem ter uma presunção tão grande, a ponto de dizerem que orar assim é uma demonstração de incredulidade.

Eu estou sinceramente preocupado com esse evangelho que o senhor tem pregado, que só enfatiza fé, prosperidade, cura, etc. O senhor, caro missionário, não está se esquecendo de pregar mais sobre a preciosa salvação em Cristo (2 Co 4.7)? Eu quase não ouço o senhor falar de Jesus, do plano salvífico… 

Ora, a salvação não é muito mais valiosa do que ter dinheiro, saúde e propriedade? A prosperidade material é sim importante, porém não é o principal (Mt 6.19-21; 1 Tm 6.10).

Muitos pregadores triunfalistas, como o senhor, falam como se nunca fôssemos morrer. Parece até que receberemos todas as bênçãos aqui na Terra… No entanto, a Palavra de Deus é clara: “Se esperarmos em Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19). E quanto às provações e tentações? O senhor diz que o crente, depois de assumir uma posição de vitorioso e passar a determinar, viverá acima de tudo isso…

Mas, de acordo com a Palavra de Deus, o senhor está mais do que equivocado, com todo o respeito. Precisamos nos conscientizar de que as tribulações são uma realidade na vida de todos os que obedecem a Deus (1 Pe 5.8-10). A vida cristã genuína é marcada por renúncia, santidade, provação e perseguição — é uma batalha constante. Daí Paulo ter dito ao jovem Timóteo: “Sofre, pois, comigo as aflições, como bom soldado de Cristo” (2 Tm 2.3).

Mas muitos “mestres da fé” têm enganado o povo de Deus, dizendo que o crente vive acima das tribulações. Paulo, que jamais pregaria esse falso evangelho humanista, antropocêntrico, afirmou: “Porque, como as aflições de Cristo abundam em nós, assim também a nossa consolação abunda por meio de Cristo” (2 Co 1.5). Observe: “aflições de Cristo”, isto é, aflições por causa do amor a Cristo. E elas são muitas: “abundam” (cf. 2 Co 2.4).

Por mais que o senhor seja triunfalista e propagador de um deus “Papai Noel”, com todo o respeito, afirmando que o crente precisa aprender a usar o poder da fé, a fim de que viva sem aflições, as Escrituras, que não mentem, dizem: “… a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17). 

Conquanto muitos não aceitem essa verdade, caro missionário, as tribulações são uma realidade na vida do salvo (2 Co 1.6). E elas ocorrem com propósitos definidos, como manifestação da glória de Deus e aperfeiçoamento (1 Pe 2.19-21).

Em 2 Timóteo 3.12, está escrito: “… todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. O senhor também afirma (e valoriza autores que afirmam) que, se o crente ficar doente, está em pecado, não entendeu o que é viver pela fé, ou está dominado pelo Diabo. 

O senhor não acha que esse tipo de mensagem visa a agradar o ser humano e atendê-lo em suas necessidades restritas a essa vida, como saúde, prosperidade e bem-estar?

Desculpe-me da franqueza, mas onde ou com quem o senhor aprendeu que todas as doenças provêm do Maligno? A Palavra de Deus afirma que toda carne é como a erva, e a glória do homem como a flor da erva (1 Pe 1.24). O ser humano se desgasta, pois o seu corpo é corruptível (2 Co 4.16). 

Um dia, os salvos se revestirão de incorruptibilidade (1 Co 15.54); por enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1 Jo 5.14; Mt 6.9,10; 26.42), estamos sujeitos às enfermidades.

O senhor prega a saúde perfeita e sempre a “exige”, afirmando que Senhor cura sempre, pois a saúde é um direito do crente. Por que, então, Eliseu morreu em decorrência de uma enfermidade (2 Rs 13.14)? Por que Timóteo e Trófimo não foram curados (1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20)? Estariam esses homens de Deus endemoninhados? Jó e Lázaro estavam igualmente possessos, quando adoeceram (Jó 1.1; 2.12,13; Jo 11.1-4)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente?

Muitos dos propagadores da saúde perfeita, mesmo enfatizando que a saúde é um direito do crente, usam óculos (às vezes, com lentes do tipo “fundo de garrafa”), contraem doenças, como artrite, deficiências na audição, osteoporose, câncer, etc. Embora não aceitem a evidência de que o ser humano se desgaste ao longo dos anos, ela é uma realidade (Sl 90.10). Soube, inclusive, que o senhor, há pouco tempo submeteu-se a uma cirurgia…

Há alguns anos, um dos principais gurus e propagadores da confissão positiva — por sinal, muito admirado pelo senhor, caro missionário, que inclusive sempre faz referências aos seus livros —, o qual se gabava de ter uma saúde perfeita e de que nem remédio para dores de cabeça tomava, morreu.

Outra coisa muito desagradável que o senhor tem pregado, na TV, é que o Senhor Jesus sofreu em nosso lugar no Inferno. Isso é uma grande heresia, que o senhor certamente aprendeu com os chamados mestres da fé… O Senhor Jesus triunfou na cruz, missionário! 

O senhor nunca leu Colossenses 2.14 e Hebreus 2.14? Foi na cruz o que Senhor bradou: “Está consumado” (Jo 19.30).
Caro missionário, termino aqui a minha carta, acreditando que o senhor refletirá sobre o que realmente a Palavra de Deus diz. Estou orando pelo senhor…

ACERTE, ACERTE, SOARES!

Com apreço,

Apologeta” 


 Espero que todos os seguidores do famoso telemissionário, ao concluírem a leitura desta carta, não fiquem bravos com o Apologeta, mas façam uma reflexão à luz da Bíblia, a Palavra de Deus.

 Fonte:  http://cirozibordi.blogspot.com.br/2009/01/acerte-acerte-soares_30.html