REI ARTHUR: A LENDA E OS FATOS
A saga de Arthur, o rei lendário que expulsou os bárbaros e unificou a Inglaterra, atravessa os séculos a fascinar os homens e a desafiar a História oficial como um dos mitos mais famosos e influentes de todos os tempos
Em um território devastado por invasões bárbaras, onde diversas tribos guerreavam entre si e a única lei era ditada pelo poder das espadas, um guerreiro invencível, cercado por bravos cavaleiros, decide lutar para libertar o seu povo e construir uma nova nação. O roteiro parece familiar, não? Isto porque esta é a lenda do rei Arthur, que nasceu na antiga cultura celta, sobreviveu aos séculos e até hoje alimenta o imaginário popular, originando uma série de histórias que nada mais são que releituras do universo mítico de Camelot.
Segundo a lenda, Arthur viveu por volta do ano 500 d.C. e foi o grande responsável pela unificação da Inglaterra. Com sua espada mágica, ele derrotou diversos inimigos estrangeiros e entrou para a história como o primeiro rei da nação britânica. No entanto, muitos estudiosos não acreditam que Arthur tenha existido de fato. Essa corrente sustenta que todas as aventuras dos cavaleiros da Távola Redonda fazem parte de um grande mito, sem nenhuma sustentação histórica.
“A história do rei Arthur é, na realidade, a junção das histórias de vários guerreiros que viveram em várias épocas diferentes e cujas histórias foram reunidas e misturadas”, explica a historiadora Tereza de Queiroz, da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ela, as narrativas sobre Arthur foram compiladas ao longo dos séculos, dando origem à história que conhecemos hoje em dia. Outros pesquisadores, no entanto, continuam buscando indícios arqueológicos que possam sustentar a existência da corte de Camelot. Seja como for, o fato é que as aventuras de Arthur fascinam todos que as conhecem, e têm lugar garantido entre as grandes lendas da humanidade.
CURIOSIDADES DA VIDA NA IDADE MÉDIA
Bruxas, castelos, fogueiras, armaduras, violência. É no que a gente costuma pensar quando ouve falar em Idade Média. Mas como era, realmente, a vida do povo desta época?
Das aulas de História ficaram registradas palavras como cavaleiros, feudos, castelos, bruxas e fogueiras para se referir à era medieval. Mas, muito além destes conceitos genéricos, esta época, que durou cerca de mil anos (do século 5 ao 15) esconde fatos e curiosidades da vida cotidiana tão reveladores e surpreendentes quanto suas lendas e histórias oficiais. É um pouco desse rico universo que você vai conhecer agora.
Pé na cozinha
O cozinheiro tinha, durante a Idade Média, um status elevadíssimo, gozando do respeito geral, chegando mesmo a ter um tratamento quase real no decurso de grandes cerimônias. Na França, o trabalho de cozinheiro era visto com tanta importância que estes recebiam um título militar, o de “officiel de bouche” (oficial da boca). Dentro da hierarquia da cozinha, os chapéus brancos de alturas variáveis foram adotados para identificar o posto exercido por cada um. Enquanto o chef usava sempre o mais alto de todos, os auxiliares mais simples vestiam apenas um boné.
Perigo à mesa
Na Idade Média, aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Os tomates, por serem ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos. Copos do mesmo material eram usados para beber cerveja ou uísque. A combinação da bebida alcoólica com o óxido de estanho fazia as pessoas apagarem (uma espécie de narcolepsia), sendo, muitas vezes, consideradas mortas.
Infância ceifada
Três entre quatro crianças de família nobre passavam seus primeiros meses longe de casa, na maioria dos casos com a ama-de-leite. Mais da metade delas não voltava para casa antes de 18 meses, isso se sobrevivessem. Já no campo, o abandono de bebês era muito frequente. Além disso, a prática do infanticídio (por sufocação) não era vista como um fenômeno excepcional.
Sujeira pouca é bobagem
Nessa época, o banho era considerado prejudicial se tomado em excesso. Por “banhar-se em excesso”, entenda-se: mais de duas ou três vezes por ano. Quando tomados, os banhos eram em uma única tina, cheia de água quente. Primeiro vinha o chefe da família, que tinha o privilégio de se banhar em água limpa. Depois dele, sem trocar a água, era a vez dos outros homens da casa, por ordem de idade. Depois, vinham as mulheres, também de acordo com a idade. Por último, as crianças e os bebês tomavam seus banhos.
Banco dos Templários S.A.
Foram os Cavaleiros Templários que substituíram, pela primeira vez, a moeda pelo cheque. Os Templários eram alvos de constantes roubos e ataques durante suas viagens, então, para proteger sua riqueza, criaram o cheque, um documento que poderia ser trocado por moeda corrente com os companheiros de outras cidades.
Salão de beleza
Para manter a aparência e realçar a beleza, as mulheres medievais também tinham seus truques. Confira alguns deles:
Para colorir os lábios: açafrão
Para escurecer os cílios: negro da fuligem
Para embranquecer os dentes: sálvia
Para aveludar a pele: clara de ovo e vinagre
Surdos e desalmados
A surdez, nessa época, era tratada com a introdução de urina do próprio paciente em seus ouvidos. Além disso, na mesma época, os surdos eram considerados sem almas pela Igreja Católica.
Casamento medieval
Os costumes medievais estiveram na origem de algumas das atuais tradições ligadas ao casamento. Acompanhe.
Mês das noivas – na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável.
Buquê – por causa da higiene precária da época, as noivas usavam buquês de flores junto de seus corpos para disfarçar o mau cheiro.
Leis do casamento – foi durante a era medieval que as leis do casamento iniciaram a sua evolução. Em 1076, o Concílio de Westminster decretou que nenhum homem devia entregar a sua filha a alguém sem a bênção de um sacerdote. Mais tarde, foi decretado que o casamento não devia ser secreto, mas sim um ato público.
Vestido – contrariamente à tradição atual, o vestido de noiva não era branco. A cor mais usada era o azul, pois era o símbolo tradicional da pureza, embora o vestido pudesse ser de qualquer outra cor.
Bolo – o bolo de noiva que conhecemos, cheio de “andares”, teve sua origem naqueles tempos. Era costume os convidados levarem pequenos bolos, que eram colocados uns em cima dos outros. Para dar sorte e prosperidade, os noivos tentavam se beijar sobre os bolos sem os derrubar.
Festa – os casamentos medievais da nobreza eram celebrados nos castelos. Eram grandes festas com vários divertimentos e comida farta. Nos dia de casamento, os mendigos vinham de longe para receberem as sobras do banquete e era tradição o senhor do castelo libertar alguns prisioneiros. Já entre os camponeses, a festa de casamento ocorria na casa da noiva. Toda a aldeia se reunia para festejar a ocasião e presentear os noivos com alguns utensílios de madeira e outras ferramentas. Como não havia dinheiro para alianças, era tradição que uma moeda partida fosse dada à noiva, sendo a outra metade entregue ao noivo.
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