Católicos e evangélicos estão acostumados a serem representados pelas chamadas “frentes”, grupos políticos com objetivos claros. Agora, surge a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades de Terreiro, que representaria os adeptos de diferentes formas da Religião Afro-Brasileira. Ela parece ser um contraponto à “bancada evangélica”.
Sua criação é de autoria dos deputados Érika Kokay (PT-DF), Janete Pietá (PT-SP), Valmir Assunção (PT-BA) e Amauri Teixeira (PT-BA). Eles querem aproveitar a grande polêmica que envolveu a decisão do juiz Eugênio Rosa de Araújo, o qual assegurou que Umbanda e Candomblé não poderiam ser considerados religiões.
Mesmo tendo voltado atrás, o juiz manteve a decisão de que os vídeos de igrejas evangélicas postados no Youtube não devem ser retirados do ar. O material mostra ex-adeptos da umbanda e candomblé, agora convertidos, ligando essas práticas religiosas à espíritos malignos. A ação do Ministério Público contra os vídeos alegava que eles promoviam a intolerância religiosa e ferem direitos constitucionais.
“Existem vídeos em que determinados pastores até pregam a morte dos sacerdotes africanos. Esses vídeos incentivam as pessoas a violarem nossas casas, a perseguirem nossos filhos, a nos perseguirem. Nós sofremos todo tipo de violência, e a Justiça tem se omitido”, questiona o líder de terrreiro Alexandre de Oxalá.
A deputada petista Erika Kokay afirmou que vai recorrer. Ela informou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara vai conversar com a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. “A religião é a forma com que você dialoga com o divino. Nós não podemos utilizar um aspecto do Estado ou uma condição do Estado para institucionalizar uma discriminação, negando a religiosidade”, acredita.
Caso consigam se mobilizar e conseguir o mínimo de assinaturas necessários, a instalação da frente, deve ocorrer em ato marcado para o dia 27 de maio. Com informações Agência Câmara e Poder Online
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