Reencarnação em Conflito
A doutrina
da reencarnação é a coluna dorsal do espiritismo Kardecista. É ela o alicerce
onde todos os demais postulados erigidos por Kardec se apóia. Tal é a sua
importância para o espiritismo que é considerada como um dogma mesmo (Livro dos
Espíritos, nº 171 e 222). Depois de sua morte em 1870, foram gravadas as
seguintes palavras em seu túmulo: “nascer, morrer, renascer de novo e progredir
sem cessar: esta é a lei”.
Carlos Imbassay – um dos apologistas do espiritismo – reconhece que ela é de
importância capital para o espiritismo.
Se
portanto, tirarmos a reencarnação de debaixo da doutrina kardecista todo o
edifício desabará, só sobrarão cacos.
O Que é
Reencarnação e Qual a sua Finalidade?
Etimologicamente,
reencarnação significa “tornar a tomar corpo, ou vivificar um corpo novo”.
Consiste no fato de uma alma ou um espírito, que após ter animado um corpo e
ter-se libertado deste pela morte, passar a dar vida a um outro corpo
inteiramente novo. É o mesmo que “palingenesia”, pluralidade de existências,
vidas sucessivas, transmigração da alma. Também é um refinamento da
“metempsicose”.
Allan
Kardec define desta manera: “a reencarnação é a volta da alma à vida corpórea,
mas em outro corpo especialmente formado para ela e que nada tem de comum com o
antigo” (O Livro dos Espíritos, pág. 67)
A
finalidade da reencarnação consiste em: 1º) progresso e evolução dos espíritos
e 2º) expiar faltas cometidas em vidas passadas. (op.cit. pergunta 167)
As
Incoerências da Reencarnação
Veremos
agora que esta doutrina não é só incoerente do ponto de vista bíblico como
também filosófico e cientifico.
A Partir
de Um Enfoque bíblico.
Os
espíritas querem achar apóio em textos bíblicos para fundamentar a teoria da
reencarnação. Contudo, a Bíblia rejeita de forma categórica essa doutrina. Até
mesmo o assunto favorito deles “João Batista era Elias”, pois crêem que quando
Jesus disse aos discípulos: “digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o
reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do
homem há de padecer às mãos deles.Então entenderam os discípulos que lhes
falava a respeito de João, o Batista.” (Mateus 17:13) era realmente uma prova
da reencarnação de um profeta no outro, cai por terra por diversos motivos:
A
profecia de Malaquias diz que Elias viria cumprir um importante ministério
antes do “grande e terrível dia do Senhor”.
João Batista iria adiante de Jesus no ESPIRITO E PODER de Elias e não que seria
Elias reencarnado. (Lucas 1:17); Isto tem a ver com o ministério de ambos e não
com reencarnação. Se segurmos esta lnha de pensamento, teremos de admitir que
Elizeu e não João era a reencarnação de Elias, pois diz a Bíblia que “Vendo-o,
pois, os filhos dos profetas que estavam defronte dele em Jericó, disseram: O
espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Reis 9:15). Vejamos as semelhanças
entre ambos:
ELIAS
=====
Profetizou em tempos de apostasia
Profetizou para aproximar o povo de Deus
Vestia –se com roupa de pele de ovelhas
Acabe (o rei) tinha medo de Elias
Jezabel pediu a vida de Elias
Pregava sobre o arrependimento e castigo
JOÃO
BATISTA
============
Profetizou em tempos de apostasia
Profetizou para aproximar o povo de Deus
Vestia-se com roupa de pele de ovelhas
Herodes tinha medo de Elias
Herodias pediu a vida de João
Pregava sobre o arrependimento e castigo
João
Batista negou tal fato absurdo, qual seja, de que ele era Elias (João 1:21).
Quando Jesus fez esta comparação, eles tinham acabado de ver Elias e Moisés no
monte da transfiguração. Se Elias fosse João Batista reencarnado os espíritas
entrariam em contradição com sua própria doutrina, veja:
João nesta altura já havia sido decapitado por Herodes, portanto estava morto.
Ora, o próprio Kardec afirmou que “a reencarnação é a volta da alma à vida
corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ela e que nada tem de
comum com o antigo”. Como então, João Batista, apareceu no velho corpo na
transfiguração? Não teria ele que aparecer (de acordo com a doutrina espírita)
com o atual, da ultima reencarnação, isto é, com o corpo de João e não de
Elias?
Ainda, segundo a doutrina espírita, o tal espírito se reencarna para purgar
suas faltas do passado para progredir até ser espírito puro. Diz Kardec: “Toda
a falta cometida, todo o mal praticado é uma dívida contraída que deverá ser
paga.” (O Céu e o Inferno, pág. 88) Certamente, Elias mesmo sendo um profeta de
Deus, tendo intimidade com Ele, parece que não havia progredido muito, visto
que passou novamente pelas mesmas “provas” (como João Batista) para “limpar”
seu suposto “carma” do passado.
A Bíblia diz categoricamente que “Está ordenado ao homem morrer uma só vez
vindo depois disto o juízo” (Hebreus 9:27). Não existem várias mortes, mas uma
só.
A Partir
de Um Enfoque Ético.
O
espiritismo ensina que Deus criou todos espíritos simples, ignorantes e
imperfeitos. Ora, se todos os espíritos são imperfeitos então no final das
contas toda a culpa de todo o sofrimento que tais espíritos estão sujeitos é em
última análise atribuída a Deus e não ao ser humano. Esta premissa do
espiritismo joga a culpa do mal em Deus. Onde está a justiça deste Deus do
Espiritismo?
Outra
questão que o espiritismo não responde quanto ao mal é: onde começou o mal? A
reencarnação explica o mal no presente mediante o mal no passado. Mas então de
onde vem este mal? Onde está o mal primeiro que causou o mal segundo? A
doutrina do carma tenta isentar Deus deste dilema, mas acaba se enroscando mais
ainda, pois se tudo tem uma causa primária, então em ultima análise ela vai
voltar para o princípio de tudo. E quem havia no principío? Deus.
A Partir
de Um Enfoque Lógico
Se a
reencarnação é uma lei de progresso como afirmam os espíritas, onde está então
uma prova empírica dela? O que vemos na verdade é o contrário do que alega a
doutrina espírita. O mundo deveria esta evoluindo tanto moralmente como
espiritualmente, mas o que vemos é uma regressão de ambos. Ora, após milênios
de evolução humana, será que o mundo não deveria apresentar-se bem mais humano,
bem mais desenvolvido humanitariamente? Isto não deveria ser visível? Onde
estão os espíritos adiantados provenientes de tantas reencarnações e
purificações?
A
sociologia nega a existência prática desta tese.
Acrescenta-se
a isto ainda o crescimento demográfico. Se no princípio diz a Bíblia que havia
apenas duas pessoas, Adão e Eva, de onde surgiram tantas pessoas como vemos
hoje em dia? Se a reencarnação é tornar a tomar novamente um outro corpo onde
havia tantos corpos no principio do mundo? Demais disso, se há 50 anos atrás
tínhamos aproximadamente 5 bilhões de almas para se reencarnar depois da morte,
então deveríamos ter novamente 5 bilhões de corpos para essas pessoas se
reencarnarem! Mas temos hoje 6 bilhões!
A
reencarnação ainda enfrenta sérios problemas, quais sejam:
Seria
Deus justo em destinar seres humanos a castigos por faltas de que nem tem
consciência? Como irei me arrepender de erros que desconheço? Seria Deus justo
castigando pessoas que foram criadas imperfeitas?
Outro
fato significativo é que a reencarnação e a lei do carma choca-se grandemente
com um outro pilar do espiritismo que é “fora da caridade não há salvação”, que
nada mais é do que um tipo de auto redenção. Ora, segundo diz essa doutrina,
toda conseqüência que temos no presente foi contraída em outra existência passada
tendo de ser paga nesta ou noutra reencarnação futura para se purificar. Veja
que esses dois princípios na prática entram em contradição, pois e assim fosse
eu não deveria fazer caridade a quem está sofrendo, caso contrário, estaria
atrasando o progresso daquele espírito para uma próxima existência. Mas em
contrapartida estarei atrasando o meu próprio, pois não praticando a caridade
não terei salvação como ensinou Kardec! Isto nos leva a concluir que o causador
do sofrimento não passa de um executor de ordens divinas!
Se o
pecado ou falta cometida na vida passada envolveu alma e corpo, não é justo que
o corpo atual pague pelo corpo da última reencarnação. O ser humano não é
dualista, mas um ser único, o homem sem seu corpo não é ser humano.
E se
pensarmos em Jesus Cristo que segundo AK, foi o maior espírito de luz que já
veio a esta terra, o que teria feito Jesus para levar uma vida daquela? Morreu
como um assassino, pobre, abandonado até mesmo por seus próprios discípulos.
Estaria ele pagando algum carma? Se a resposta for sim, então porque teria que
paga-lo já que era perfeito, espírito de luz? Espíritos de luz já escaparão da
cadeia das reencarnações!
Qual é o
Consolo da Reencarnação?
A teoria
da reencarnação não deixa espaço para o perdão e a misericórdia de Deus, é
inflexível, além de fazer de Deus um ser contemplativo e inerte. Tudo se baseia
imparcialmente na lei do carma, a lei mecânica da causa e efeito, pois tudo
aquilo que a pessoa praticar de ruim nesta vida terá forçosamente adquirindo
uma dívida para a próxima vida.
A
reencarnação não funciona. A única coisa que ela oferece é um alívio filosófico
de poder ter mais uma chance de se arrumar no futuro. Sugere ainda que o
sofrimento é algo merecido, pois quem esta sofrendo é porque mereceu sofrer. E
se você quiser escapar destas reencarnações terá que passar por muitas, muitas
vidas ainda… Em outras palavras, a reencarnação só faz adiar o problema,
jogando-o sempre para o futuro. Ao contrario da lei mecanicista da
reencarnação, Jesus oferece a solução para o problema do pecado aqui e agora. O
perdão de Deus é para esta vida e não para o futuro após a morte. A purificação
que tantas espíritas almeja é dado nesta vida pelo sangue de Jesus.
PARA
MEDITAÇÃO DOS ESPÍRITAS
“Ao seu
portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras;o qual
desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios
cães vinham lamber-lhe as úlceras.Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos
anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.No inferno,
ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no
seu seio.E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me
Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque
estou atormentado nesta chama.Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em
tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém,
ele aqui é consolado, e tu atormentado.E além disso, entre nós e vós está posto
um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não
poderiam, nem os de lá passar para nós.Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai,
que o mandes à casa de meu pai,porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê
testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de
tormento.Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.Respondeu ele:
Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se
arrepender.
Abraão,
porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão,
ainda que ressuscite (não reencarne) alguém dentre os mortos.” (Evangelho de
Lucas, 16:21-31)
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