Com cerca de 10 meses restantes de mandato, o presidente Barack Obama já estaria planejando seus “próximos passos”. Segundo o jornal Washington Times, ele estaria cogitando se tornar o novo secretário-geral das Nações Unidas.
No último dia de 2016, encerra-se o segundo mandado do sul-coreano Ban Ki-moon à frente da organização. A Assembleia-Geral vai ocorrer em setembro. Os Estados-membros vão entrevistar aqueles que se candidatarem. Uma das demonstrações de força que o presidente americano daria pode ser apresentar uma “solução final” para o conflito de Israel e Palestina.
Segundo um relatório do The Wall Street Journal, Obama está tentando iniciar uma retomada no processo de paz entre Israel e a Autoridade Palestina. Para isso, cogita usar resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujos membros permanentes são China, França, Rússia, Estados Unidos e Reino Unido.
Nesta terça (8), o vice-presidente Joe Biden chegou a Israel onde se encontrará nos próximos dias com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.
Recentemente, o primeiro-ministro de Israel cancelou sua viagem anual para os EUA, que deveria ocorrer no final deste mês. Autoridades israelenses relatam que isso se deu em parte pela recusa de Obama em se encontrar oficialmente com Netanyahu. A relação dos dois nunca foi muito boa e piorou após a assinatura do acordo nuclear com o Irã.
O The Wall Street Journal revelou que o plano descrito por autoridades americanas dá conta que Obama tentaria reunir um corpo diplomático incluindo os EUA, a ONU, a União Europeia e a Rússia. Seu objetivo seria pressionar a entrega de Jerusalém Oriental como capital da Palestina.
Os palestinos, por sua vez, reconheceriam Israel como um Estado judeu e acabariam com suas alegações da necessidade de retorno dos chamados “refugiados palestinos”. A solução de dois Estados teria como base na linha de armistício de 1949, estabelecida entre os exércitos de Israel e seus vizinhos árabes.
Fariam parte das propostas uma troca de terras para “compensar” os assentamentos israelenses construídos desde 1967.
Enquanto o gabinete de Netanyahu se recusou a comentar sobre os planos da Casa Branca, autoridades palestinas disseram que gostariam da “intervenção do Sr. Obama antes de ele deixar o cargo”.
“Ao longo dos próximos 10 meses, o presidente Obama pode ser o salvador da solução de dois Estados ou enterrá-lo de vez”, disse Husam Zomlot, um assessor de Abbas.
Se depender dos outros membros do Conselho de Segurança, Israel terá grandes dificuldades para travar os planos de Obama. Somente o Reino Unido tem se mantido neutro.
Em 21 de janeiro, o presidente chinês, Xi Jinping, discursando à Liga Árabe, no Cairo, asseverou que Pequim é favorável à criação de um Estado palestino dentro das fronteiras pré-guerra de 1967, com Jerusalém Oriental como capital. Também entregou cerca de US$ 7,6 milhões para os líderes do governo palestino.
Cerca de uma semana depois, a França anunciou que irá reconhecer a Palestina como estado independente ainda este ano.
Há pouco mais de um ano, o presidente russo, Vladimir Putin, em discurso aos membros da cúpula da Liga Árabe, afirmou que a Rússia vai ajudar a Palestina a conseguir seu objetivo de se tornar um Estado independente e com a capital em Jerusalém Oriental.
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