domingo, 14 de agosto de 2016

75% da população mundial vive sob “severa restrição” de liberdade religiosa

75% da população mundial vive sob “severa restrição” de liberdade religiosa75% do mundo vive sob "severa restrição" de liberdade religiosa






Três quartos da população mundial sofre de graves restrições à liberdade religiosa conclui o Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa 2015, publicado nesta quarta-feira (10).
Compilado pelo o Departamento de Estado dos EUA, o estudo mostra que um quarto dos países limitam os diretos da população de praticar livremente sua fé. Isso é feito através de “políticas de governo ou os atos hostis de indivíduos, organizações ou grupos da sociedade”.
O documento destaca que uma das tendências mais preocupantes atuais no mundo é a prevalência de “códigos legais que penalizam duramente a blasfêmia e a apostasia”. Afirma também que eles “solapam direitos humanos universalmente reconhecidos”.
A conclusão do relatório é que o número de países que exigem “algum tipo de registro” aumentou significativamente ao longo dos últimos 20 anos, perfazendo quase 90% das nações do globo. O enfoque foi dado, sobretudo, ao fato de que “os membros de religiões minoritárias, ou religiões que sejam novas para um país, são desproporcionalmente discriminadas por esta regulamentação”.
O Brasil não é citado no texto, mesmo assim, entre 2011 a 2015 foram registradas 756 denúncias de intolerância religiosa na Secretaria de Direitos Humanos.
David Saperstein, que apresentou os resultados da pesquisa, explicou a ênfase dada às chamadas “leis de blasfêmia e apostasia” em todo o mundo. Elas possuem, afirma “um efeito paralisante, por vezes mortal” sobre a população. Uma referência ao fato de que acusações sem provas podem colocar pessoas na cadeia ou mesmo condená-los a morte, é “mais prevalente em países muçulmanos, embora existem em outros”, concluiu Saperstein em entrevista coletiva.

Genocídio de cristãos e minorias

Chama atenção o uso do termo “genocídio” para falar das práticas de grupo como Estado Islâmico (EI) e Boko Haram contra todo tipo de minorias religiosas, sobretudo os cristãos. Esse fato vem sendo sistematicamente negado pela Organização das Nações Humanas (ONU).
No relatório americano, há uma menção ao genocídio do EI contra “yazidis, cristãos, xiitas” e inclusive alguns sunitas. São listados seus “atos bárbaros como assassinatos, tortura, escravidão, tráfico de pessoas, estupro e outros abusos sexuais”.
Ao falar do Boko Haram, que possui ligação com o EI, o relatório aponta que o grupo jihadista realiza “ataques violentos e indiscriminados contra cristãos e muçulmanos que se opuseram a sua ideologia violenta”, mencionando “vários ataques a igrejas, algo que frequentemente resultou na morte de fiéis”.
“E quando estas reivindicações vir a ser flagrantemente falsas acusações feitas a perseguir outras agendas, os governos muitas vezes não conseguem agir para prender criminosos responsáveis. Estas falhas de governo enfraquecer a confiança no Estado de direito, criando uma atmosfera de impunidade para aqueles que iria recorrer à violência ou fazer afirmações falsas de blasfêmia”, disse Saperstein.
Há menção a países específicos onde os cidadãos não possuem liberdade religiosa como a Coreia do Norte, ou ela é “quase inexistente”, como Myanmar, China, Eritreia, Irã, Arábia Saudita, Sudão, Turcomenistão e Uzbequistão.
O relatório completo tem 232 páginas e pode ser lido aqui (em inglês)Com informações de Christian Today

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