Um dialeto antigo do aramaico, a língua falada por Jesus, vai ser ‘ressuscitada’ na Síria, onde uma escola foi criada para este propósito. A sede fica na cidade de Qamishli, perto da fronteira com a Turquia, onde serão formados professores de assírio neo-aramaico ou siríaco, como o idioma é conhecido.
O Centro Ourhi é dirigido pelo cristão Jan Malfon. Ele explica que o local “é responsável pela formação de professores especializados na língua siríaca, pois assim poderão ensinar assuntos diferentes nesta língua”. Acrescenta que a ideia de ressurreição se deve aos prognósticos da UNESCO que ela se tornaria uma língua morta como um efeito colateral da guerra no país.
Antes dos confrontos no país tomarem proporções nacionais, em 2011, era ilegal na Síria dar aulas em qualquer outra língua que não o árabe. Esta é a primeira vez que a comunidade assíria terá seu própria centro de cultura e de linguagem.
“Aprender a língua siríaca-assírio iria nos ajudar a entender melhor nossa cultura e história, para podermos passar esse conhecimento para as próximas gerações e garantir-lhes a aprender sua língua materna”, disse Mirna Saliba, um aluno que está aprendendo siríaco.
Linguagem milenar
A Igreja Assíria do Oriente é um ramo antigo do cristianismo, com raízes que remontam à expansão descrita no livro de Atos. Os cristãos assírios têm origens na Mesopotâmia antiga – um território que agora está espalhado pelo hoje é o norte do Iraque, nordeste da Síria e sudeste da Turquia.
Ao longo dos últimos anos, no entanto, centenas de milhares de cristãos fugiram da região, temendo a guerra e os massacres do Estado Islâmico (EI).
Qamishli foi atingida por uma série de ataques de militantes nos últimos meses. Os jihadistas do EI assumiram a responsabilidade de três atentados na cidade em dezembro, onde morreu mais de uma dúzia de pessoas. Em junho, um homem-bomba matou três pessoas numa explosão que se acreditava ter como alvo o chefe da Igreja Ortodoxa Síria. Com informações Christian Today
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