Um órgão governamental na província central de Guizhou, China, anunciou que vai cancelar a ajuda financeira dos cidadãos que frequentam as atividades da igreja. É a mais nova tentativa de interromper o crescimento do cristianismo no país, segundo a China Aid. No mês passado o alvo foram as crianças.
O “benefício” é uma espécie de ajuda de custo dada pelo governo, especialmente para os mais velhos, já que o sistema de aposentadoria no país é bastante deficiente. Para as famílias mais pobres é uma importante complementação de renda.
Mou, membro da uma igreja doméstica da região, disse: “[As autoridades] Anunciaram que a partir de julho os cristãos não poderiam mais ter os benefícios nem qualquer seguro de velhice… Agora, [o Partido Comunista] pediu ao governo das cidades e aldeias que os crentes se registrem, assinando um compromisso que, se eles se reuniram novamente, o auxilio seria cortado”.
Esse tipo de pressão não é nova e já foi implantada anteriormente. Zhang Shucai, membro de uma das igrejas afetadas revela que seus pais, que são cristãos e já idosos, tiveram seus benefícios cancelados por não terem desistido de continuar frequentando a igrejas.
Ele explica que a maioria dos fiéis que foram punidos pelo governo não sabem como defender seus direitos. O regime chinês é comunista e tudo passa pelo governo. O temor agora é que essa lei passe a valer em todo o país.
Comunistas querem o fim da igreja
Durante décadas a perseguição contra os cristãos não ocorria de forma tão intensa na China, país governado pelo Partido Comunista desde 1949. Na década de 1970, Pequim anunciou que desistiria de tentar erradicar a religião organizada. Mas desde que Xi Jinping passou a ser presidente, tem defendido que “todos os esforços devem ser feitos para incorporar religiões à sociedade socialista”.
Ano passado, ele anunciou que seu Partido, que continua sendo o único oficial, irá restringir a participação de pessoas “viciadas em religião”, numa alusão específica aos cristãos.
Sob sua orientação, centenas de igrejas domésticas foram fechadas, seus líderes interrogados e ameaçados, além da retirada à força de cruzes de mais de 1.800 igrejas. A perseguição contra os cristãos na China cresceu 700% na última década.
A China Aid, missão evangélica que acompanhar a luta pela liberdade religiosa no país mais populoso do mundo, acredita que apesar do agravamento da situação, há esperança. “Vemos com grande esperança o rápido crescimento do movimento de igrejas subterrâneas em toda a China e acreditamos firmemente que o amor e a justiça de Deus acabarão por encher a vasta extensão desta nação”.
Oficialmente, existem hoje cerca de 100 milhões de cristãos no país mais populoso do mundo. Estudiosos acreditam que o número pode ser 3 vezes maior. Ao mesmo tempo, os membros do Partido Comunista Chinês totalizam 86,7 milhões, sendo que a maioria é comunista só de nome.
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