segunda-feira, 28 de janeiro de 2013



Desespero: celulares de vítimas tocavam sem parar durante o resgate

Socorrista relata que familiares ligavam e mandavam mensagens enquanto os corpos eram recolhidos

A tragédia do incêndio da boate Kiss revela facetas dramáticas. Carlos Walau, 36 anos, foi um dos socorristas voluntários ajudou a tirar mais de 200 vítimas de dentro dos caminhões para o ginásio do Centro Desportivo Municipal.
— Tirei o corpo de uma menina que estava com um celular que não parava de tocar. Em seguida, deu barulho de mensagem, li e era a mãe dela perguntando onde ela estava — relata com a voz embargada.
Na tentativa de auxiliar na identificação dos mortos, integrantes do Grupo de Gerenciamento da Crise colocavam documentos de identificação — como identidade e carteira de habilitação — e celulares no peito das vítimas. No começo da tarde, quando foi dado início ao procedimento de reconhecimento dos mortos do incêndio, que já estavam no ginásio, muita pessoas encontraram seus filhos, parentes e amigos por meio de ligações telefônicas.
— A gente escutava os celulares tocando dentro do ginásio e o choro dos pais e familiares — relata Carlos Walau.
A tragédia
incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna. 

Sem conseguir sair do estabelcimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.

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