sábado, 26 de janeiro de 2013


Paulo Francis, ateu famos


O polêmico jornalista caminhou da esquerda para a direita

+.Paulo Francis teve uma educação formal fortemente católica. Ele fez o fundamental no Colégio de São Bento e o secundário no Colégio Santo Inácio — ambos tradicionais estabelecimentos de ensino do Rio de Janeiro. 

Anos depois Francis diria que a convivência com os beneditinos e, principalmente, com os jesuítas, contribuiu para que se tornasse ateu.
 

Ao ser entrevistado em outubro de 1994 no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, Francis afirmou que não havia “a menor possibilidade” de ele  voltar a acreditar em Deus. “Tudo o que você tem de científico demonstra que Deus não existe”, afirmou.
 

Franz Paul Trannin da Matta Heilborn — o nome de batismo de Paulo Francis — nasceu no Rio no dia 2 de setembro de 1930 e morreu em 4 de fevereiro de 1997 em Nova Iorque.
 

Paulo Francis estudou na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil e literatura na Universidade de Columbia (EUA), mas não se formou em nenhuma.
 

Ele foi o mais polêmico jornalista da história recente do Brasil. Nos últimos anos de sua vida, havia leitores que o amavam e os que o odiavam.
 

A base de sua formação intelectual era trotskista, mas isso não o impediu que se tornasse um  conservador e feroz crítico das esquerdas brasileiras, principalmente a petista.

No começo dos anos 50, foi ator e diretor teatro. Fez crítica de teatro para o Diário Carioca. Depois, escreveu para a Tribuna de Imprensa e para o semanário satírico Pasquim durante os anos da ditadura militar — foi o período mais esquerdista de Francis. Em novembro de 1970, ele estava entre os colaboradores do Pasquim que ficaram presos na Vila Militar do Rio.
 

Escreveu para vários jornais e revistas, notabilizando-se como polêmico na Folha de S.Paulo e depois no Estado de S.Paulo. Também foi correspondente da Rede Globo e um dos integrantes do programa
 Manhattan Connection, do canal pago GNT. 

Em seus textos, Francis mesclava coloquialidade com referências intelectuais, dando destaque para o humor e afirmações contundentes, que costumavam chocar o senso comum. Ele começou a refinar esse estilo na Tribuna da Imprensa. Dizia que o mais importante no texto era o ritmo.

No referido Roda Viva, ele rebateu a argumentação de um perguntador de que a perfeição do universo seria um indício da existência de Deus. “Não existe perfeição nenhuma. É um caos, é uma confusão dos diabos. Você sabia que 97% das estrelas estão mortas, só 3% que estão vivas? Você está vendo é o reflexo, é a lei da relatividade.”
 

No programa, ele afirmou que São Paulo e Santo Agostino, “os maiores cérebros religiosos”, não acreditavam em Deus. “Pascal passou a vida inteira escrevendo sobre isso”. Blaise Pascal (1623-1662) foi um filósofo e teólogo francês.
 

“A Igreja Católica fez uma embromação fantástica, usando São Tomás de Aquino e Aristóteles, de modo que passasse a existir um Deus popular”, disse.

Com informação do Roda Viva, entre outras fontes.



Sigmund Freud, ateu famoso

Freud disse nunca ter escondido ser um descrente de "cabo a rabo"
Sigmund Freud (foto) é uma referência do pensamento ateísta do século 20. Ele é o fundador da escola psicanalítica da psicologia, que consiste, em resumo, da cura de psicopatologia por intermédio do diálogo entre paciente e psicanalista. 

De família judaica, Sigismund Schlomo Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 em Freiberg in Mähren, que na época pertencia ao Império Austríaco. A cidade tinha no máximo 5.000 habitantes, católicos, na maioria. Atualmente a localidade se chama Příbor e faz parte da República Tcheca.
 

Ele se formou em medicina e se especializou em neurologia. Fez dois cursos de filosofia, um deles sobre a existência de Deus.
 

Freud criou a psicologia a partir de seus estudos com a utilização da hipnose para tratar de pacientes com histeria. Ao observar a melhoria de pacientes, ele elaborou a hipótese de que a causa da histeria era psicológica, e não orgânica.
 

Essa hipótese foi base para a formulação de conceitos como o do inconsciente e teorias da repressão psicológica e mecanismo de defesa.
 

Para ele, o desejo sexual é a energia primária da vida humana. É o autor, entre outros conceitos polêmicos até hoje, do Complexo de Édipo (desejo sexual inconsciente do filho pela mãe).
 

Em seus tratamentos experimentais de pacientes, Freud substituiu a hipnose pela interpretação de sonhos e da livre associação.
 

Morreu em Londres (Inglaterra) no dia 23 de setembro de 1939. Fumante de charutos, ele tinha câncer na boca e foi operada 30 vezes. Sua morte foi por suicídio, com ajuda do médico e amigo Max Schur.

Um ano antes, ele escreveu uma carta ao historiador Charles Singer dizendo que “jamais em minha vida particular ou nos meus escritos eu escondi o fato de que sou descrente de ‘cabo a rabo’”. Ele se definia como “ateu”, “descrente”, “infiel” ou “médico sem deus”.
 

Escreveu o ensaio “Ações Obsessivas e Práticas Religiosas”, onde diz que é tolo quem recorre à muleta da fé. Trata-se, provavelmente, de uma reação tardia ao fato de, quando criança, ter sido obrigado a recitar os salmos segundo os quais quem não acredita em Deus é tolo (Sl 14.1 e 53.1).
 

Na época em que foi estudante em Viena, disse uma frase depois registrada pelos seus historiadores: “Não pretendo me entregar [à ideia da existência de Deus]”.
 

Ele era casado com uma neta de rabino e conhecedor da Bíblia, à qual dizia estar repleta de “contradições, revisões e falsificações”. Afirmava que Deus foi criado pelo homem, diferentemente da pregação de que Deus criou o homem a sua imagem.
  
Uma vez lhe perguntaram qual seria a sua reação se fosse colocado na presença de Deus. 

Respondeu com escárnio: “Não tenho nenhum temor do Todo-Poderoso. Se nós viermos a nos encontrar um dia, provavelmente eu terei mais queixas contra Ele do que Ele poderia ter de mim”.

Com informação do
 Wikipédia, entre outras fontes.


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