quinta-feira, 11 de abril de 2013

A questão homossexual e os evangélicos



A questão homossexual e os evangélicos

E os demais pecados?
Por Gutierres Fernandes Siqueira

A homossexualidade está em alta. É o assunto das principais revistas e jornais deste final de semana. O programa Fantástico deste domingo parecia um catecismo da causa. Hoje ser homossexual já não é um peso como antes. É até cool. Mas, biblicamente, continua a ser um pecado. Algumas igrejas embebecidas pela modernidade e encantadas com o presente século tentam relativizar o pecado. Erro grotesco é uma comunidade dita cristã que esquece a missão profética e se comporta como uma ONG.

Agora, também sejamos sensatos. Há alguns equívocos sérios por parte dos evangélicos quando tratam desse tema. Vejamos:

1. Sexualidade não é identidade. Nós, como cristãos, não podemos alimentar a mesma fantasia que militantes do Movimento LGBT levantam. Sexualidade não é destino de identidade. Na verdade, não existe “o homossexual”. Essa identidade é mera criação cultural, mas fantasiosa. Criação que serve apenas para criar uma militância e uma cultura Queer. O que existe é a pessoa com desejo sexual pelo mesmo sexo.

O escritor e jornalista português João Pereira Coutinho expressa isso muito bem:
Não existe o “homossexual”. Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais. Eu próprio, confesso, sou culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo). E parte da humanidade pratica os primeiros. Mas acreditar que um adjetivo se converte em substantivo é uma forma de moralismo pela via errada. É elevar o sexo a condição identitária. [1]

Ora, por que o heterossexual (a pessoa que se relaciona com o sexo oposto) não é uma identidade? Simplesmente porque não faria sentido. Assim, qualquer ser humano que sente atração pelo mesmo sexo não precisa fazer disso uma identidade. É difícil entender isso quando já fomos criados numa cultura que fez do sexo uma questão identitária.

2. A prática homossexual é pecado, mas não é mais pecado do que os outros.

Nós, cristãos, passamos a impressão para a sociedade que a prática homossexual é um pecado mais pecado do que os outros. Ora, biblicamente tal prática é tão errada como a idolatria, o adultério, a avareza, o exagero no consumo alcoólico, a ser maldizente etc. (cf. 1 Co 6.10). Quantas pessoas que se dizem cristãs (ou até eu e você) podem ser enquadradas em pecados semelhantes? Jesus disse que se eu olho para uma mulher e a cobiço como meu prazer sexual, logo sou um adúltero (cf. Mt 5.28).

Portanto, por que alguns cristãos espalham cartazes com dizeres contra a prática sexual e não faz o mesmo com o adultério? Ora, tal prática é estúpida. Não é pregação do Evangelho. É apenas moralismo vazio, pois é incapaz de levar alguém para Cristo. Além disso, traz a impressão que, para o evangélico, a prática homossexual é mais pecado do que outros pecados.

(Esse texto continua...)

Referência Bibliográfica:

[1] COUTINHO, João Pereira. Avenida Paulista. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2009. p 177.

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