Crítica da religião
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A crítica religiosa tem uma longa história,
desde o primeiro século antes da era comum,
em Roma,
e prossegue até os dias atuais com o advento do novo ateísmo. A religião tem sido apontada pelos críticos
como prejudicial para o indivíduo e para a sociedade, além de promover a
irracionalidade e encorajar o terrorismo.
Índice
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[editar]História
O poeta romano do século I antes da era
comum, Tito Lucrécio Caro, em seu trabalho hercúleo De Rerum Natura, criticou a
religião.[1]
Um filósofo da escola epicurista, Lucrécio acreditava
que o mundo era composto exclusivamente de matéria e vácuo, e que todos os
fenômenos poderiam ser entendidos como resultantes de causas puramente
naturais. Lucrécio, como Epicuro, sentia que a religião teria nascido do medo e
da ignorância, e que a compreensão do mundo natural poria as pessoas livres de
seus grilhões.[2]
Escrevendo em 1776 sobre os antigos romanos, Edward Gibbon declarou:
"Os vários modos de adoração que prevaleceram no mundo romano foram todos
considerados pelo povo como igualmente verdadeiros; pelo filósofo como
igualmente falso, e pelo magistrado como igualmente útil."[3]
Niccolò
Machiavelli, no início do século XVI, disse: "Nós, italianos,
somos irreligiosos e corruptos mais do que os outros… porque a Igreja e
seus representantes deram a nós o pior exemplo."[4] Para Maquiavel,
a religião era apenas uma ferramenta útil para um governante que pretendesse
manipular a opinião pública.[5]
O deísmo se tornou destaque nos séculos 17 e 18
durante a era do Iluminismo, especialmente no Reino Unido, França e Estados Unidos, principalmente entre os apontados
como cristãos que descobriram que poderiam não acreditar nem na doutrina da Trindade, na divindade de Jesus, nos milagres ou na inerrância bíblica,
mas que ainda assim acreditavam em um deus.
Inicialmente, ele não formou qualquer congregação, mas com o tempo o deísmo
influenciou fortemente outros grupos religiosos, tais como o Unitarianismo e
oUniversalismo, que desenvolveram-se a partir dele.
Ele continua a existir até hoje, sob a forma tanto do deísmo clássico quanto do
deísmo moderno.
O interesse e a controvérsia sobre a crítica
das religiões têm aumentado nos últimos anos, principalmente devido ao
crescimento do chamado neo-ateísmo.
[editar]Crítica do conceito de religião
Com algumas exceções, como o Raelianismo, e a fé Baha'i,
a maioria das religiões foram formuladas em um momento em que a origem da vida,
o funcionamento do organismo, bem como a natureza das estrelas e planetas,
foram mal compreendidas.[6] Os
sistemas religiosos tentaram abordar questões emocionais pessoais
significativas, e tentaram explicar uma existência assustadora, geralmente
através de uma narrativa dramática descrevendo o modo como o mundo e sua
comunidade surgiram.
Estas narrativas foram tencionadas para dar
conforto e uma sensação de relacionamento com forças maiores. Desse modo, elas
podem ter servido para várias funções importantes em sociedades antigas.
Exemplos incluem as ideias que muitas religiões tradicionalmente tinham a respeito
de eclipses solares e lunares, e do aparecimento
de cometas (por exemplo, a astrologia). Dado o atual nível de compreensão em
áreas como a biologia, psicologia, química e física,
onde o conhecimento humano tem aumentado dramaticamente, muitos críticos -
incluindo Sam Harris, Richard Dawkins, Christopher Hitchens e Michel Onfray -
argumentam que continuar a sustentar esses sistemas de ideias é absurdo e
irracional.
John McCarthy afirma:
"Nós também não temos a necessidade da hipótese de Deus, porque a ciência
tem sido bem sucedida, e a ciência é a melhor abordagem para a solução dos
mistérios que ainda subsistem." Apologistas da religião, como William Lane Craig,
no entanto, dizem que existem argumentos razoáveis para apoiar a existência de
Deus.
Muitos críticos da religião veem dificuldades
significativas no fato de que porções da população em geral continuam a
subscrever essas antigas tradições. A preocupação deles é não só de que esse
resquício de concepções relativamente primitivas de vida entre nós atrapalhe os
modernos desenvolvimentos científicos e a evolução dos valores culturais, mas
também que isso tenha um impacto negativo sobre as questões éticas e sociais
atuais.
[editar]Poder político autoritário
Ver artigo principal: Teocracia
O termo "autoritário" é utilizado para descrever uma
organização, uma instituição ou um estado que impõe fortes e algumas vezes
opressivas medidas contra aqueles que estão em sua esfera de influência,
normalmente sem qualquer tentativa de obter o seu consentimento, e que
frequentemente não permite críticas de suas políticas (um bom exemplo é o que
aconteceu com José Saramago quando
do lançamento do livro Caim).
Nesse sentido, algumas religiões podem ser
vistas como autoritárias, na medida em que o seu objetivo é definirem-se como a
suprema autoridade em conformidade com a qual odireito de um dado local é estabelecido e
interpretado (um bom exemplo disso é o direito natural tomista,
também muito chamado de "aristotélico-tomista", embora tenha pouco do
pensamento original de Aristóteles). De maneira que essa fonte de autoridade
divina não deve ser criticada com argumentos não-religiosos, ela é a antítese
do secularismo. Umpaís em que a situação acima descrita está
estabelecida é chamado de teocracia.[7]
Algumas religiões também pregam que existiu,
ou existe, um ser divino entre nós ou um ser humano que age guiado pela
divindade e que é, portanto, infalível: por exemplo, Jesuse,
em algumas circunstâncias, o Papa.
Referências
3. ↑ Online Library of Liberty - The History of the
Decline and Fall of the Roman Empire, vol. 1, chp ii. Página visitada em 2007-08-25.
5. ↑ S. G. C.
Middlemore; Burckhardt, Jacob; Murray, Peter; Burke, Peter. The Civilization of the Renaissance in Italy
(Penguin Classics). [S.l.]: Penguin Classics, 1990. ISBN 014044534x
6. ↑ Dennett,
Daniel Clement. Breaking
the Spell : Religion as a Natural Phenomenon. [S.l.]: Viking Adult, 2006. ISBN 0-670-03472-X
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